(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Narendra Modi, o homem forte da �ndia


postado em 23/05/2019 12:26

Monopolizando o espa�o p�blico como poucos de seus antecessores o fizeram, homem do povo e orador carism�tico, Narendra Modi, a caminho de um segundo mandato � frente da �ndia, � um dos primeiros-ministros mais poderosos do gigante do sul da �sia.

A apura��o dos votos das elei��es legislativas apontava nesta quinta-feira (23) uma esmagadora vit�ria a�afr�o, a cor dos nacionalistas hindus do Bharatiya Janata Party (BJP), no Parlamento para os pr�ximos cinco anos.

Filho de um vendedor de ch� de Gujarat (oeste da �ndia), Narendra Modi, de 68 anos, imp�s-se como o homem forte do pa�s de 1,3 bilh�o de habitantes, gra�as a uma personifica��o do poder e a um formid�vel faro pol�tico. A tal ponto que essas elei��es quase foram um referendo sobre sua pessoa.

O chefe de governo promete o advento de uma "nova �ndia", nacionalista, de economia moderna e digital, que estaria entre as grandes pot�ncias do mundo. Sob sua lideran�a, a sociedade indiana vive a propaga��o e banaliza��o de um discurso �tnico-religioso baseado em uma ideologia de supremacia hindu, na qual seus cr�ticos veem um perigo para a diversidade indiana.

Em vez de se concentrar no desenvolvimento da economia, como quando foi eleito em 2014, ele escolheu fazer campanha este ano com uma ret�rica de seguran�a, posando como o protetor da �ndia contra o inimigo Paquist�o.

- Comunica��o controlada -

Na televis�o, na Internet, em cartazes na rua, o rosto de Narendra Modi est� em toda a parte. A �ndia n�o via essa onipresen�a de um l�der pol�tico desde a primeira-ministra Indira Gandhi, cujo neto Rahul Gandhi � hoje um dos principais opositores desse nacionalista hindu.

Seu discurso � unidirecional: ele n�o participou de nenhuma coletiva de imprensa durante o mandato e raramente deu entrevistas.

Em detrimento da imprensa tradicional, prefere as mensagens nas redes sociais e os com�cios pol�ticos, durante os quais emana uma energia inesgot�vel. O chefe do governo realizou 142 com�cios em toda �ndia durante a campanha, �s vezes a uma taxa de cinco por dia.

Essa estrat�gia de comunica��o lhe d� controle total de sua mensagem, na qual as declara��es s�o t�o significativas quanto as omiss�es.

De sua conta no Twitter, seguida por 47 milh�es de pessoas, "NaMo" � r�pido em reagir ao menor acidente de tr�nsito. Em contraste, esperou meses antes de romper o sil�ncio para condenar os linchamentos cometidos por mil�cias em nome da defesa da vaca sagrada.

Onde seus antecessores privilegiavam o ingl�s em discursos oficiais, Narendra Modi fala em hindi. Em seus pronunciamentos, cultiva uma liga��o direta com as multid�es, apresentando-se como um homem de origem modesta.

- Surpresas -

Seu mandato foi pontuado por surpresas. Em novembro de 2016, quando o mundo acompanhava a elei��o presidencial dos Estados Unidos, decretou o cancelamento das notas de 500 e de 1.000 r�pias (6,5/13 euros), em nome, entre outros, da luta contra a corrup��o.

O Estado n�o havia previsto novas notas suficientes para substituir as que foram desmonetizadas, que representavam quase 90% do dinheiro em circula��o, provocando o caos. Os indianos fizeram filas durante semanas em frente a caixas autom�ticos vazios. A economia para abruptamente, o crescimento desacelera.

Este fiasco econ�mico � transformado pelo primeiro-ministro em uma grande oportunidade pol�tica, por�m.

Com l�grimas nos olhos, voz embargada e l�bios tr�mulos, sai em defesa de sua decis�o, apresentando o golpe fatal contra a corrup��o.

Aposta vencedora: poucas semanas depois, sua sigla conquistou uma brilhante vit�ria eleitoral em Uttar Pradesh, o estado mais populoso da �ndia com 220 milh�es de habitantes, e colocou � sua frente um monge radical hindu.

Nascido em 1950, praticante matinal de ioga e vegetariano, Narendra Modi cresceu banhado pela ideologia nacionalista hindu do Rashtriya Swayamsevak Sangh (RSS, Corpo Volunt�rio Nacional), uma organiza��o de m�todos paramilitares.

Ele avan�ou progressivamente na pol�tica para se tornar governador de seu estado natal de Gujarat, em 2001.

Os tumultos intercomunit�rios que assolaram a regi�o no ano seguinte, matando mais de mil pessoas, a maioria mu�ulmanos, deixaram uma marca indel�vel em seu balan�o. Este epis�dio o fez ser criticado por muito tempo pelos pa�ses ocidentais, que passaram a ador�-lo apenas na v�spera de sua conquista de Nova D�lhi.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)