Uma p�gina de agricultores da It�lia publicou, entre recomenda��es de plantio e dicas de gerenciamento de estoque, ataques a imigrantes africanos e amea�as ao jornalista Roberto Saviano. Um grupo de divulga��o de mensagens de autoajuda, v�deos de gatinhos e not�cias bizarras, com 1,5 milh�o de seguidores, compartilhou um v�deo de cinco imigrantes africanos atacando um carro de pol�cia.
Uma p�gina de uma revista de moda, lentamente, se transformou em uma divulgadora de textos de apoio � Liga, partido de extrema direita italiano. Essa � a din�mica de algumas das 550 p�ginas que a ONG Avaaz - rede para mobiliza��o social global - descobriu e foram fechadas pelo Facebook.
A t�tica inclu�a a cria��o de p�ginas de interesse geral para beleza, futebol e sa�de. No entanto, depois que os usu�rios passavam a seguir as contas, elas se transformavam em ferramentas pol�ticas, usadas para atacar a Uni�o Europeia, imigrantes e minorias �tnicas. A rede teria sido criada por 5 ou 6 usu�rios falsos, que criaram 328 perfis cujas p�ginas foram visualizadas 533 milh�es de vezes em apenas 3 meses.
As p�ginas n�o foram apenas direcionadas para as pr�ximas elei��es europeias, mas tinham como objetivo mudar a pol�tica e dar uma falsa impress�o de apoio popular a seu conte�do.
A forma com que os grupos buscavam demonstrar isso era por meio de um grande n�mero de seguidores, como a p�gina "I valori della vita" (os valores da vida), que tem 1,5 milh�o de seguidores, ou por meio de um grande n�mero de visualiza��es e intera��es, caso do grupo "Un Caff� al giorno" (Um caf� por dia), que compartilhou o falso v�deo de imigrantes africanos atacando o carro da pol�cia, que teve 10 milh�es de visualiza��es - o v�deo faz parte da cena de um filme.
Al�m das p�ginas na It�lia, o Avaaz descobriu contas francesas que compartilhavam conte�do de supremacistas brancos e postagens na Alemanha que negavam o Holocausto e festejam as vit�rias eleitorais do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD).
"Essas redes t�m um impacto significativo, elas realizam campanhas de desinforma��o que duram anos, por exemplo, fazendo com que uma quest�o espec�fica ganhe muita amplifica��o e pare�a mais importante", afirmou Christoph Schott, diretor da Avaaz.
A investiga��o que levou ao fechamento das p�ginas foi realizada por investigadores independentes e jornalistas contratados pela Avaaz, ap�s uma campanha de financiamento online. Mais de 47 mil pessoas doaram pequenas quantias, tornando o projeto financeiramente independente.
"O Facebook fez um bom trabalho at� agora, mas deveria ter feito melhor ao detectar essas p�ginas", disse Schott. "Eles deveriam fazer isso sozinhos. N�s somos cerca de 30 pessoas. E eles t�m mais de 30 mil em sua equipe de seguran�a e prote��o."
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