Quando um n�mero incomumente grande de carca�as de papagaios-do-mar come�ou a chegar � ilha de St. Paul, no Alasca, no outono de 2016, a popula��o local ficou alarmada.
No in�cio, eles suspeitaram que as aves marinhas poderiam ter gripe avi�ria - mas os laborat�rios no continente logo descartaram qualquer doen�a, descobrindo que as aves marinhas conhecidas por seus bicos coloridos haviam morrido de fome.
Em um novo estudo publicado nesta quarta-feira, pesquisadores conclu�ram que as mortes, que ocorreram entre outubro de 2016 e fevereiro de 2017, atingiram os milhares - e foram parte de um n�mero crescente de mortes em massa registradas uma vez que as mudan�as clim�ticas causam estragos nos ecossistemas marinhos.
O estudo, publicado na revista PLOS ONE, descobriu que, embora os habitantes locais tenham recuperado apenas 350 carca�as, entre 3.150 e 8.500 aves podem ter sucumbido � fome.
A maioria eram papagaios-do-mar e o restante eram auklets com crista.
A equipe de pesquisa, que incluiu cientistas da Universidade de Washington e do Departamento de Conserva��o de Ecossistemas da Ilha de St. Paul, disse que a partir de 2014, o aumento das temperaturas atmosf�ricas e a diminui��o do gelo marinho no inverno levaram a decl�nios nas presas ricas em energia do Mar de Bering.
Os papagaios-do-mar que se reproduzem no Mar de Bering alimentam-se de pequenos peixes e invertebrados marinhos, que por sua vez comem pl�ncton oce�nico.
"N�o havia gordura ali, a musculatura estava literalmente se desintegrando", disse Julia Parrish, coautora do estudo, sobre os p�ssaros, que foram levados pelo mar para a ilha, a cerca de 480 km a leste do continente.
Segundo os cientistas, o Alasca como um todo vem aquecendo duas vezes mais r�pido que a m�dia global, com temperaturas recorde no in�cio deste ano.
"Os papagaios-do-mar s�o um dos v�rios sinais registrados que conectam a f�sica do sistema - o qu�o frio ou quente � - � biologia do sistema", disse � AFP. "Eles simplesmente s�o um sinal gr�fico muito vis�vel".