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Estado de Minas

Aiatol� Khomeini ainda � refer�ncia no Ir� 30 anos ap�s sua morte


postado em 02/06/2019 12:13

Mesmo trinta anos ap�s a sua morte, o aiatol� Khomeini, fundador da Rep�blica Isl�mica do Ir�, continua sendo uma refer�ncia de primeira grandeza em seu pa�s, onde seu legado teol�gico-pol�tico continua vigorando nas institui��es que ajudou a criar.

Onipresente no espa�o p�blico, nas administra��es, nos vest�bulos dos hot�is e at� nos est�dios de futebol e hospitais, o retrato do homem de olhar penetrante, que derrubou a monarquia em 1979, tamb�m aparece na maior parte das c�dulas.

A Constitui��o iraniana v� em "sua imin�ncia, o grande aiatol� im� Khomeini" nada menos que "a alta fonte de imita��o".

"Seu principal legado � o forte apego � independ�ncia, � soberania e � resist�ncia � economia estrangeira que perdura nos iranianos", afirmou � AFP Mohamad Marandi, diretor do departamento de Estudos Americanos da Universidade de Teer�.

Nascido em 1902, Ruhollah Khomeini faleceu em 3 de junho de 1989, v�tima de um c�ncer, mais de dez anos depois do triunfo da Revolu��o Isl�mica, que expulsou o �ltimo x� do Ir�, Mohamed Reza Pahlevi, um aliado-chave dos Estados Unidos no Oriente M�dio e, justamente quando o pa�s sa�a, exausto, da guerra Ir�-Iraque (1980-1988), desencadeada por Bagd�.

Seu pensamento se desenvolveu em torno da defesa do Isl� e do rep�dio � modernidade ocidental e ao imperialismo.

- "Pragmatismo" -

O im� Khomeini amadureceu o princ�pio do "Wilayat Faqih" ("governo do jurista mu�ulmano"), que consagra o poder a um ulem� eleito por sua devo��o e seu julgamento para dirigir ao mesmo tempo o Estado e a comunidade de fi�is.

Este princ�pio � a pedra fundamental do sistema pol�tico iraniano, baseado em institui��es eleitas, uma constru��o pensada para conferir � Rep�blica isl�mica uma legitimidade divina e popular ao mesmo tempo.

Insistindo no fato de que a Wilayat Faqih surgiu dentro da "jurisprud�ncia xiita h� v�rios s�culos", Marandi considera que a inova��o de Khomeini foi sua capacidade de "derrubar uma ditadura apoiada pelo Ocidente" e "transformar a teoria em pr�tica".

A destitui��o do antigo regime foi obtida gra�as a uma alian�a de v�rias for�as: o clero xiita, os partid�rios do aiatol� Khomeini, os nacionalistas laicos e as for�as de esquerda e marxistas.

Mas, depois disso, o im� Khomeini mostrou-se intransigente na hora de defender a Revolu��o Isl�mica diante destas outras for�as e os mon�rquicos.

"Se tiv�ssemos quebrado as penas da imprensa corrupta, fechado todas as publica��es conspirat�rias e podres, levado � Justi�a seus respons�veis, proibido os partidos pol�ticos corruptos e erguido forcas nas grandes pra�as [...], n�o estar�amos vivendo as dificuldades atuais", declarou em 17 de agosto de 1979 em um discurso, no qual exortou que n�o houvesse qualquer piedade com os "inimigos" da Revolu��o.

"Para mim, Khomeini � o pragmatismo para chegar ao poder e mant�-lo, e um comportamento implac�vel contra todos os inimigos da Revolu��o Isl�mica, fossem do antigo regime ou da esquerda e da extrema esquerda", declarou � AFP Fran�ois Nicoullaud, ex-embaixador da Fran�a no Ir�.

- "Grande figura hist�rica" -

"Era a favor do Wilayat Faqih [...] e aceitou as institui��es eleitas"; durante a guerra Ir�-Iraque, "queria ir at� o final contra Sadam Hussein e acabou aceitando uma paz branca, sem vencedores, nem vencidos", acrescentou Nicoullaud, enumerando o que considera serem provas deste "pragmatismo".

Para Cl�ment Therme, pesquisador sobre o Ir� no Instituto de Estudos Estrat�gicos (IISS) de Londres, "o carisma do aiatol� [Khomeini] se perpetua no debate pol�tico" atual.

"Todas as elites pol�ticas da Rep�blica Isl�mica se reivindicam como parte de sua heran�a pol�tica, suas palavras se tornam, no debate pol�tico, argumentos para colocar em apuros os seus rivais", afirmou � AFP.

O pesquisador observa "interpreta��es divergentes" do "pensamento khomeinista que alimentam o confronto entre os [grupos] que dividem o poder", com "os reformistas que insistem na legitimidade popular ou eletiva das institui��es", de um lado, e "os conservadores [que insistem] na legitimidade divina" do outro.

Com rela��o � "imagem de Khomeini entre a popula��o" iraniana, Nicoullaud afirma que "todos est�o impressionados com a for�a que o personagem emite".

"Evidentemente, � uma grande figura hist�rica, como Stalin, Mao ou Pedro, o Grande", o czar que governou a R�ssia entre os s�culos XVII e XVIII, acrescentou, dando como exemplo tr�s homens que transformaram radicalmente seus pa�ses.

Para Marandi, Khomeini "mudou verdadeiramente a sociedade iraniana, um pa�s que estava submetido �s necessidades e aos interesses de entidades estrangeiras, para dar prioridade �s necessidades, � dignidade, �s cren�as, � cultura e aos interesses da popula��o local".


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