O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta ter�a-feira (4) acreditar em um grande acordo comercial com o Reino Unido, ap�s o Brexit, e se declarou convencido de que se chegar� a uma solu��o com Londres sobre o grupo chin�s Huawei.
"H� um potencial tremendo nesse acordo comercial", declarou o americano em entrevista coletiva com a primeira-ministra Theresa May, em Downing Street.
Mais cedo, no in�cio de uma reuni�o com empres�rios brit�nicos e americanos na companhia de Theresa May, Trump j� havia se pronunciado nesse sentido. "Acredito que teremos um acordo comercial muito, muito substancial. N�s vamos fazer isso", acrescentou.
Na coletiva de imprensa, o presidente americano disse tamb�m que est� "absolutamente seguro" quanto � possibilidade de chegar a um acordo sobre a participa��o do grupo chin�s Huawei, no desenvolvimento da rede 5G brit�nica. A parceria � vista com desconfian�a pelos Estados Unidos.
"Estou absolutamente seguro de que vamos ter um acordo", afirmou Trump na mesma coletiva de imprensa.
Elogiando a "grande alian�a" entre os dois pa�ses, May ressaltou que acredita que "podemos torn�-la ainda maior", gra�as a um grande acordo bilateral "com uma coopera��o econ�mica mais ampla, e continuando nosso trabalho conjunto para apoiar, modelar e influenciar a economia global e suas regras e institui��es".
A pol�mica explodiu, por�m, depois que os Estados Unidos sugeriram que o Reino Unido deveria permitir a entrada em seu mercado de produtos agr�colas americanos, como o frango tratado com cloro, e autorizar o setor privado do pa�s a participar de seu servi�o p�blico de sa�de (NHS, na sigla em ingl�s).
"Quando voc� negocia sobre com�rcio, tudo est� sobre a mesa. Ent�o, tamb�m o NHS e todo resto, e muito mais ainda", frisou Trump na entrevista coletiva com May.
"Podemos diferir �s vezes sobre como enfrentar os desafios", reconheceu a premi�.
May foi a primeira l�der estrangeira recebida na Casa Branca ap�s a vit�ria eleitoral de Trump, mas a rela��o entre os dois pa�ses est� longe de ser perfeita: o Reino Unido defende o acordo nuclear com o Ir� e o acordo sobre o clima de Paris, ambos denunciados por Washington.
O presidente americano criticou diversas vezes a estrat�gia de negocia��o da primeira-ministra com Bruxelas e pressiona o Reino Unido para que exclua a gigante da tecnologia chinesa Huawei de sua rede de 5G por raz�es de seguran�a, sugerindo que pode prejudicar a coopera��o de Intelig�ncia entre os dois pa�ses.
Uma autoridade do governo brit�nico disse ao The Times que May "n�o vai pedir desculpas" por ter decidido, segundo a imprensa, permitir que a Huawei construa partes n�o vitais da pr�xima gera��o de Internet m�vel do pa�s.
- "Baby Trump" nos protestos -
O segundo dia da visita de Estado de tr�s dias de Trump est� sendo marcado por encontros pol�ticos e por protestos nas ruas.
Marcando o tom, milhares de manifestantes convocados por diversas organiza��es de defesa dos direitos humanos, da luta contra as mudan�as clim�ticas, ou contra a guerra, tomavam o centro de Londres para protestar contra Trump e suas pol�ticas.
Uma contagem regressiva antecedeu a apresenta��o de um enorme bal�o representando um beb� Trump laranja e de fralda, j� usado nas manifesta��es do ano passado, por ocasi�o de uma visita de trabalho do presidente americano.
Outra figura sat�rica, um boneco gigante representando Trump tuitando com seu celular sentado no banheiro com as cal�as abaixadas, foi levantada na pra�a central de Trafalgar, outro ponto de protesto.
"Suas pol�ticas s�o terr�veis (...) mas ele mesmo � horr�vel. � simplesmente mau. Oferecer a ele uma visita de Estado parece que estamos de acordo com ele. Ent�o queremos lhe dizer 'voc� n�o � bem-vindo, vai embora!'", disse � AFP a manifestante Lauren Donaldson, de 31 anos, funcion�ria de uma institui��o beneficente.
Tamb�m participou do ato o l�der da oposi��o brit�nica, o trabalhista Jeremy Corbyn, que mobilizou a multid�o com um discurso contra a "guerra", a "vantagem pessoal" e a "cobi�a", e a favor do planeta e dos migrantes.
Trump disse ter-se negado a se reunir com Corbyn e classificou de "fake news" as informa��es sobre os protestos em massa. Foram "muito pequenos", minimizou, ap�s ter declarado que n�o tinha visto as manifesta��es.
No que muitos consideram como uma nova intromiss�o na pol�tica dom�stica, Trump conversou com alguns dos candidatos a substituir a primeira-ministra.
Ele conversou por cerca de 20 minutos por telefone com o ex-ministro das Rela��es Exteriores Boris Johnson. O pol�mico pol�tico brit�nico negou, por�m, um encontro pessoalmente, afirmando que coincidiria com o primeiro debate dos candidatos, prevista para esta ter�a � noite.
Segundo uma fonte ligada ao secret�rio de Meio Ambiente, Michael Gove, Trump tamb�m pediu para se reunir com ele. Al�m disso, a imprensa local noticiou que ele deve se reunir, amanh�, com o chanceler Jeremy Hunt.
Downing Street considerou estes contatos "inevit�veis" no contexto pol�tico brit�nico e disse que o presidente americano teve a "cortesia" de informar May.
� tarde, o populista brit�nico Nigel Farage, l�der do Partido do Brexit e descrito como "amigo" por Donald Trump, tuitou ter tido uma "boa reuni�o" com o presidente. Segundo ele, Trump "acredita realmente no Brexit e est� gostando sua viagem a Londres".
Trump oferece esta noite um jantar oficial com a presen�a do pr�ncipe Charles, na resid�ncia do embaixador americano.