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Estado de Minas INTERNACIONAL

Revolta em Hong Kong for�a governo pr�-China a adiar lei de extradi��es


postado em 13/06/2019 07:05

Policiais reprimiram ontem com viol�ncia manifesta��es em Hong Kong contra uma lei que facilita as extradi��es de dissidentes para a China. A proposta seria votada ontem, mas foi adiada em raz�o dos protestos. Apesar do recuo, analistas acreditam que a lei, que interessa aos chineses, deve ser aprovada pelo Parlamento, dominado por deputados pr�-Pequim.

Apesar dos protestos, a l�der do Executivo da cidade, Carrie Lam, indicada em 2017 pelo Partido Comunista, disse que o processo seguir� seu tr�mite. "A iniciativa n�o foi do governo chin�s e os direitos da popula��o de Hong Kong ser�o respeitados", garantiu Lam.

Se a lei for aprovada, os manifestantes prometeram "incendiar" as ruas de Hong Kong. "A �nica coisa respons�vel agora � o Executivo retirar esse projeto ou, pelo menos, o colocar em uma gaveta para resolver a crise", disse o deputado Fernando Cheung. "Se tentar aprov�-lo, os protestos aumentar�o e pode haver derramamento de sangue."

O secret�rio-chefe de Hong Kong, Matthew Cheung, pediu que os manifestantes saiam pacificamente. "Pe�o �s pessoas que se reuniram para manter a calma, e se dispersarem de maneira pac�fica, o mais rapidamente poss�vel. N�o tentem infringir a lei e n�o desafiem o governo."
A rea��o do governo de Hong Kong provocou cr�ticas de juristas, dos c�rculos financeiros e de diplomatas ocidentais. As autoridades tentam votar o texto no Conselho Legislativo (o Parlamento local) desde a semana passada. Os pol�ticos pretendem retomar o debate hoje e levar a quest�o a plen�rio para uma vota��o final no dia 20.

A lei permitiria que suspeitos de crimes sejam extraditados a pa�ses com os quais Hong Kong n�o tenha acordo formal de extradi��o. O projeto deixaria a cargo do Executivo a decis�o de extraditar, mas autoridades afirmam que, antes da decis�o, haveria um julgamento por um juiz independente. O governo tamb�m garante que a lei n�o ser� usada contra quem enfrenta persegui��o religiosa ou pol�tica.

Os moradores de Hong Kong temem que a China n�o cumpra a promessa e os cidad�os sofram deten��es arbitr�rias ou usem acusa��es aleat�rias, como a de suborno ou corrup��o, para prender opositores. Muitos cidad�os de Hong Kong consideram a ilha o �ltimo basti�o da democracia na China.

No entanto, restri��es pol�tica t�m sido cada vez mais frequentes no territ�rio desde os protestos em massa por mais democracia, em 2014, que ficaram conhecidos como "Revolta dos Guarda-Chuvas", por que os manifestantes usavam guarda-chuvas para se proteger da pol�cia.

A China endureceu o tom contra qualquer forma de contesta��o de sua soberania na ex-col�nia brit�nica. Algumas candidaturas de moderados ao Parlamento local, que apenas reclamavam a "autodetermina��o", foram proibidas.

Nas elei��es de 2016, 30 deputados pr�-democracia foram eleitos para o Parlamento de 70 assentos. Com esse n�mero, eles conseguiriam barrar projetos como o da extradi��o. Em 2016, Pequim conseguiu suspender seis deputados que n�o fizeram o juramento da maneira protocolar. Alguns eram veteranos da luta pela democracia em Hong Kong e outros integravam um novo movimento radical de independ�ncia.

Houve uma elei��o legislativa em 2017 para substituir os suspensos, mas o lado pr�-democracia n�o recuperou os deputados. Hoje, dos 70 assentos, 43 s�o pr�-Pequim, 23 s�o pr�-democracia e os outros 4 s�o independentes - o que permite a aprova��o da lei proposta.

"S� metade dos 70 legisladores foi eleita diretamente, sob um sistema eleitoral desenhado para manter no poder os aliados do governo", disse ao jornal O Estado de S. Paulo Ma Ngok, da Universidade de Ci�ncia e Tecnologia de Hong Kong. "O sistema eleitoral privilegia empres�rios e corpora��es, que tendem a ser favor�veis aos governos de Pequim e Hong Kong."

Segundo ele, o embate entre defensores da democracia e governo pr�-Pequim deve se intensificar. "Existe um descontentamento com as interfer�ncias da China e muitos, especialmente os mais jovens, enxergam a luta de agora como uma guerra pelos valores de Hong Kong", diz Ngok. / RODRIGO TURRER (Com ag�ncias internacionais)


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