O Parlamento de Hong Kong se reuniu, nesta quarta-feira (19), pela primeira vez desde os protestos em massa nas ruas contra o projeto de lei sobre extradi��es para a China.
A sess�o foi tensa, marcada por fortes cr�ticas da oposi��o contra o gerenciamento da crise por parte do Executivo pr�-Pequim.
Nos �ltimos dez dias, a ex-col�nia brit�nica foi palco de um movimento de protesto de magnitude hist�rica contra esse pol�mico projeto de lei - no momento em suspenso - que buscava autorizar as extradi��es para a China continental.
Em uma acalorada sess�o no Conselho Legislativo (LegCo, o Parlamento local), o secret�rio de Seguran�a de Hong Kong, John Lee, sofreu fortes cr�ticas da oposi��o pelo uso da for�a policial, especialmente na gigantesca manifesta��o de 12 de junho.
Muitos representantes da oposi��o se vestiram de preto e exibiram uma flor branca para homenagear um militante que morreu ao cair de um pr�dio no s�bado. O ativista reivindicava a retirada total deste projeto de lei.
Outros pol�ticos penduraram cartazes em seus gabinetes, onde se podia ler: "Retirada! Retirada!".
"Estamos tristes que algumas pessoas tenham ficado feridas, porque estavam expressando sua opini�o", declarou Lee, que voltou a apresentar as desculpas do governo pela pol�mica provocada pelo projeto de lei.
Ele reafirmou, por�m, que os policiais reagiram �s amea�as dos manifestantes, um argumento inaceit�vel para a oposi��o.
"A pol�cia est� bem treinada. Voc�s t�m todos os equipamentos e dizem que a pol�cia estava amea�ada", rebateu a deputada pr�-democracia Claudia Mo, acrescentando que "isso n�o � nada convincente".
Embora um milh�o de pessoas tenham ido �s ruas - segundo os organizadores - no dia 9 de junho em protesto contra este projeto de lei, a governadora de Hong Kong disse desde o in�cio que sua inten��o era submeter o texto ao LegCo, como previsto.
No dia 12, os deputados n�o conseguiram ingressar na C�mara, que teve sua entrada bloqueada pelos manifestantes. Para repelir a multid�o que tentava "tomar" o LegCo, a pol�cia usou g�s lacrimog�neo, cassetetes, g�s pimenta, balas de borracha, entre outros recursos.
Frente � como��o causada pela violenta repress�o policial, registrada em v�deos que viralizaram nas redes sociais, Lam anunciou, no �ltimo s�bado (15), a suspens�o do texto. Ontem, apresentou suas "mais sinceras desculpas" pela crise, ignorando os pedidos por sua ren�ncia.
Nesta quarta, um representante da oposi��o anunciou que apresentaria uma mo��o de censura contra Lam. A reuni�o foi suspensa at� quinta-feira, e a mo��o acabou n�o sendo submetida � Casa.
"Este enorme caos � um espet�culo que n�o quero voltar a ver", disse o presidente do LegCo, Andrew Leung, pedindo ao Executivo que n�o enviar o texto para a C�mara novamente.