(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Pesquisa usa carteiras perdidas para testar a honestidade no mundo


postado em 21/06/2019 16:55

A honestidade tem sido muito pouco estudada por psic�logos e economistas na vida real, mas uma nova pesquisa utilizou carteiras perdidas em 40 pa�ses para testar o civismo de milhares de pessoas.

Os resultados, publicados na revista Science, revelam grandes diferen�as entre os pa�ses. Su��a e as na��es escandinavas aparecem como as mais honestas em uma lista na que Peru, Marrocos e China se situaram nos �ltimos tr�s lugares.

No entanto, um fen�meno importante foi observado em quase todos os pa�ses - e nas 355 cidades inclu�das no enorme estudo: quando mais alta era a quantia de dinheiro na carteira, mais pessoas contatavam seu dono.

Na m�dia global, 40% das carteiras sem dinheiro foram devolvidas, assim como 51% das que continham dinheiro. A desonestidade aparentemente n�o aumenta segundo a quantia, o que contradiz a vis�o de um ser humano somente motivado pelo interesse material.

Para a equipe de pesquisadores, das universidades de Zurich, Michigan e Utah, estes trabalhos e outras pesquisas complementares mostram dois impulsos fundamentais do comportamento humano: o altru�smo, mas tamb�m o papel da autoimagem e o medo de ver a si pr�prio como ladr�o.

"Quando as pessoas podem se beneficiar de forma significativa de um comportamento desonesto, o desejo de fazer isso aumenta, mas o custo psicol�gico de se ver como ladr�o tamb�m aumenta e, �s vezes, este �ltimo domina o primeiro", escreveram os autores.

A experi�ncia, que custou 600.000 d�lares, � in�dita por seu alcance. Mais de 17.000 carteiras id�nticas foram deixadas pelos assistentes da pesquisa em balc�es de diversas institui��es (hot�is, bancos, museus, delegacias...).

Eles diziam a um funcion�rio que haviam encontrado a carteira no ch�o e lhe pediam que se ocupassem do assunto, porque estavam com pressa.

Cada carteira, de pl�stico transparente, continha em geral tr�s cart�es de visita (com endere�os de e-mail), uma lista de compras e uma chave. Algumas n�o tinham dinheiro mas a maioria tinha o equivalente a 13,45 d�lares, adaptados ao poder aquisitivo local e na moeda local.

A Espanha ficou na 14� posi��o entre os 40 pa�ses estudados, com uma taxa de devolu��o em torno de 50-60%, e a Argentina no 18� lugar (40-50%). No Brasil, que ficou em 26� lugar, cerca de 50% das carteiras que tinham dinheiro foram devolvidas, contra 35% das que n�o tinham. No M�xico (29� posi��o) as mais devolvidas foram as que n�o continham pesos (pouco mais de 20%).

- Su��a no topo da lista -

A propor��o de carteiras devolvidas ultrapassou 70% na Su��a e na Noruega. Na China, menos de 10% dos empregados devolveram carteiras vazias e mais de 20% o fizeram quando continham iuanes.

Nos Estados Unidos, Reino Unido e Pol�nia, os pesquisadores tamb�m deixaram carteiras com 94,15 d�lares e os n�veis de devolu��o chegaram a 72%.

Como prova de altru�smo, aquelas carteiras que foram deixadas sem chave foram menos devolvidas.

"Quando h� dinheiro, as pessoas t�m a impress�o de que est�o roubando, e essa impress�o cresce � medida que a quantia aumenta", diz Christian Zund, pesquisador da universidade de Zurich.

A riqueza ou pobreza relativas, por outro lado, n�o foram suficientes para explicar as diferen�as entre pa�ses, segundo Alain Cohn, professor da universidade de Michigan.

Mas os valores culturais e o sistema pol�tico parecem influenciar. Por exemplo, em pa�ses onde os la�os familiares s�o historicamente fortes menos carteiras foram devolvidas - It�lia, por exemplo, parece menos c�vica que a Fran�a. Isso pode ser porque as pessoas se preocupam mais com seu c�rculo mais pr�ximo do que com desconhecidos, sup�e Zund.

Em geral, al�m disso, os pa�ses mais democr�ticos e onde os cidad�os sentem que s�o parte da tomada de decis�es pontuam mais alto em honestidade c�vica.

A equipe tamb�m pediu a 279 economistas preverem se as carteiras seriam mais ou menos devolvidas. Menos de um em cada tr�s acertou os resultados.

O que, segundo Cohn, sugere que "inclusive os especialistas costumam ter uma vis�o pessimista das motiva��es das pessoas".

As pessoas s�o mais honestas do que acreditamos, considera.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)