O l�der opositor Juan Guaid� convocou o povo da Venezuela a "seguir nas ruas" para exigir a sa�da do presidente Nicol�s Maduro, que se protegeu novamente na lealdade da c�pula da For�a Armada.
"N�o se rendam. Vamos conseguir!" - conclamou Guaid�, chefe do Parlamento, pedindo aos manifestantes para n�o desanimar, diante da queda na participa��o nos protestos, que tiveram seu auge h� cinco meses, quando o chefe do Parlamento se autoproclamou presidente interino da Venezuela, com o apoio de mais de 50 pa�ses.
"Sim, � poss�vel! � poss�vel!" - gritou a multid�o reunida em torno de uma caminhonete sobre a qual Guaid� fez seu discurso.
"Vamos seguir nas ruas agitando toda a Venezuela", prometeu.
A manifesta��o, para rejeitar as "viola��es dos direitos humanos", coincidiu com as celebra��es do dia da declara��o da independ�ncia na Venezuela.
A mobiliza��o esperava chegar ao Quartel da Dire��o Geral de Contraintelig�ncia Militar (DGCIM), onde no s�bado passado morreu o capit�o de corveta Rafael Acosta Ar�valo, que teria sido torturado no local.
O acesso � DGCIM foi bloqueado por um ve�culo conhecido popularmente como "morcego", que abre barreiras de metal como se fossem asas. "Puseram um piquete (...), uma muralha", protestou Guaid�.
Um pequeno grupo de manifestantes lan�ou pedras e garrafas contra os agentes posicionados atr�s da barreira, mas n�o houve maiores incidentes.
- Forma Armada 'presente' -
J� Maduro liderou o tradicional desfile militar de 5 de julho, recebendo pela en�sima vez o apoio do alto comando da For�a Armada.
"Conte voc� com a For�a Armada (...). N�o temos medo de enfrentar os inimigos da p�tria", disse ao presidente o almirante Remigio Ceballos.
Maduro anunciou exerc�cios militares nas fronteiras terrestres, a�reas e mar�timas para o pr�ximo dia 24 de julho, a fim de "manter lubrificada a m�quina" diante dos planos desestabilizadores liderados pelos Estados Unidos.
"J� basta de conspira��es" e "apelos � interven��o militar e � guerra", exclamou Maduro.
Durante a parada militar, Maduro disse que na pr�xima semana ter� "boas not�cias" sobre as negocia��es iniciadas com delegados da oposi��o em maio em Oslo, sob a media��o da Noruega, congeladas ap�s a morte de Acosta Ar�valo.
- "Eros�o" dos direitos humanos -
Nesta sexta-feira, a alta comiss�ria da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou a "eros�o" do Estado de direito na Venezuela, mas tamb�m advertiu que as san��es internacionais agravam a crise no pa�s.
Bachelet, que visitou a Venezuela de 19 a 21 de junho, discursou no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, um dia depois da publica��o de um relat�rio sobre o pa�s, cujo governo denunciou um documento repleto de "erros".
O relat�rio indica que desde 2018 quase 7.000 pessoas foram assassinadas em supostos casos de "resist�ncia � autoridade", segundo o governo, durante opera��es de seguran�a.
"As principais institui��es e o estado de direito na Venezuela sofreram uma eros�o", declarou Bachelet.
"O exerc�cio da liberdade de opini�o, de express�o, de associa��o e de reuni�o, e o direito a participar na vida p�blica, comporta um risco de repres�lias e de repress�o", disse.
"Nosso relat�rio menciona ataques a opositores reais ou supostos e a defensores dos direitos humanos, que v�o desde amea�as e campanhas de difama��o � deten��o arbitr�ria, tortura e maus-tratos, viol�ncia sexual, assassinatos e desaparecimentos for�ados", completou a Alta Comiss�ria.