As negocia��es agendadas para esta ter�a-feira no Sud�o com os generais no poder foram canceladas, com os negociadores do movimento de protesto na cidade onde cinco estudantes do ensino m�dio foram mortos no dia anterior durante uma manifesta��o, "um crime inaceit�vel" segundo o chefe do Conselho militar.
O Fundo das Na��es Unidas para a Inf�ncia (Unicef) pediu �s autoridades que "investiguem e entreguem � justi�a todos os autores da viol�ncia contra crian�as", dizendo que os manifestantes mortos tinham entre 15 e 17 anos de idade.
Os manifestantes acusam as temidas For�as de Suporte R�pido (RSF), lideradas pelo n�mero dois do Conselho militar � frente do pa�s, Mohammed Hamdan Daglo, por atirar contra a multid�o que protestava contra a escassez de p�o e combust�vel na cidade de Al-Obeid (centro).
O Sud�o est� mergulhado em uma crise desde dezembro. Desencadeados ap�s a triplica��o do pre�o do p�o, os protestos se transformaram em oposi��o ao presidente Omar al-Bashir, destitu�do e preso pelo Ex�rcito em 11 de abril, depois de 30 anos no poder.
Os manifestantes passaram ent�o a exigir que os militares que tomaram o poder o transferissem para os civis.
"Matar civis pac�ficos � um crime inaceit�vel que n�o deve ficar impune", disse o chefe do Conselho militar de transi��o, o general Abdel Fattah al-Burhane.
O Unicef lembrou, por sua vez, que "nenhuma crian�a deve ser enterrada em seu uniforme escolar".
As autoridades impuseram um toque de recolher noturno em Al-Obeid e em tr�s outros locais em Kordofan do Norte na segunda-feira. Todas as escolas do estado foram ordenadas pelas autoridades a suspender as aulas.
A Associa��o dos Profissionais Sudaneses (SPA), que lidera os protestos, convocou na segunda-feira novas manifesta��es em todo o pa�s para denunciar este "massacre".
"As for�as Janjawid e atiradores dispararam muni��o real contra crian�as em idade escolar", disse o SPA, referindo-se �s RSF, cujos membros foram recrutados das Janjawid, mil�cias acusadas de atrocidades na prov�ncia ocidental de Darfur.
Segundo a SPA, mais de 60 pessoas tamb�m ficaram feridas.
"Os mortos s�o crian�as e isso aumenta a brutalidade", denunciou um l�der dos protestos, Ismail al-Taj, durante uma manifesta��o em Cartum.
Desde dezembro, a repress�o ao movimento de contesta��o matou mais de 250 pessoas, incluindo 127 em 3 de junho na brutal dispers�o de uma manifesta��o organizada em Cartum para reivindicar um governo civil.
Ap�s a morte dos estudantes, as chamadas para suspender as negocia��es com o poder militar se multiplicaram.
"N�o podemos nos sentar � mesa com aqueles que permitem a morte dos revolucion�rios", disse Siddig Youssef, um dos l�deres dos protestos.
"N�o haver� negocia��es hoje porque ainda estamos em Al-Obeid", disse � AFP Taha Osman, um dos negociadores. Satea al-Haj, outro l�der da oposi��o tamb�m presente em Al-Obeid, confirmou.
As negocia��es devem resolver algumas quest�es pendentes depois que um acordo de compartilhamento de poder foi alcan�ado em 17 de julho. Obtido ap�s dif�ceis negocia��es, prev� um Conselho Soberano de cinco militares e seis civis para liderar a transi��o por um pouco mais de tr�s anos.