Cerca de 700 pessoas foram detidas neste s�bado em Moscou durante um protesto da oposi��o, que denuncia h� semanas a exclus�o de seus candidatos das elei��es locais de setembro e � alvo da press�o das autoridades.
Segundo a ONG OVD-Info (especializada em acompanhar as manifesta��es) e a pol�cia, 685 pessoas foram detidas no protesto, n�o autorizado.
No �ltimo fim de semana, outra manifesta��o, tamb�m reprimida, terminou com cerca de 1,4 mil detidos, o que n�o ocorria desde o retorno do presidente Vladimir Putin ao Kremlin, em 2012.
Centenas de pessoas se concentraram em diversos pontos do centro de Moscou, sob uma leve chuva, cercados por v�rios policiais e soldados da Guarda Nacional, que n�o demoraram a efetuar as primeiras deten��es.
A manifesta��o n�o contou com a presen�a de l�deres, depois que foram anunciadas v�rias condena��es desde o protesto do fim de semana passado na capital russa, que terminou com quase 1.400 detidos, algo que n�o acontecia desde o retorno do presidente Vladimir Putin ao Kremlin em 2012.
A grande l�der opositora que permanecia em liberdade, Liubov Sobol, uma advogada de 31 anos, foi detida poucos minutos antes do in�cio da manifesta��o.
"As autoridades fazem todo o poss�vel para tentar intimidar a oposi��o, para assegurar que as pessoas n�o saiam �s ruas para protestar pacificamente", declarou antes da deten��o.
Em greve de fome h� tr�s semanas, Sobol havia escapado da pris�o at� agora por ter um filho pequeno.
A ONG Anistia Internacional condenou o "uso desnecess�rio e excessivo da for�a" e as "tentativas infundadas" de apresentar manifesta��es pac�ficas como um ato de rebeli�o.
- L�deres detidos -
O principal opositor ao Kremlin, o blogueiro e ativista anticorrup��o Alexei Navalny, cumpre desde 24 de julho uma pena de 30 dias de pris�o. Hospitalizado no domingo por uma "grave rea��o al�rgica", ele n�o descartou a possibilidade de ter sido "envenenado". Ele j� foi levado de volta para a pris�o.
V�rios de seus aliados e outros l�deres opositores tamb�m foram condenados a penas curtas de pris�o, como Ilia Yashin, Ivan Jdanov e Dmitri Gudkov, candidatos exclu�dos das elei��es locais.
Antes do protesto deste s�bado, a justi�a acusou diversas pessoas por "dist�rbios em massa", uma dura acusa��o que pode resultar em penas de at� 15 anos de pris�o.
Cinco acusados, incluindo advogados que trabalham para ONGs de defesa dos direitos humanos, foram colocados em pris�o preventiva na sexta-feira e aguardam julgamento.
A pol�cia pediu que os manifestantes desistissem da passeata e prometeu uma rea��o imediata. O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, leal ao Kremlin, alertou a oposi��o para qualquer "nova provoca��o".
- Elei��es de setembro -
O descontentamento foi provocado pela rejei��o das candidaturas independentes para as elei��es locais de 8 de setembro, que devem ser dif�ceis para os aspirantes ligados ao governo diante do atual contexto social.
Este � um dos maiores movimentos de protesto desde as manifesta��es fortemente reprimidas contra o retorno de Putin ao Kremlin em 2012.
Na quinta-feira, o Fundo de Luta Contra a Corrup��o de Navalny acusou em uma investiga��o a vice-prefeita de Moscou, Natalia Sergunina, de ter desviado bilh�es de rublos de dinheiro p�blico para a gest�o do parque imobili�rio do munic�pio.
A oposi��o afirma que as autoridades querem bloquear seus candidatos nas elei��es de setembro para evitar que, caso entrem no Parlamento de Moscou, descubram e denunciem os circuitos de corrup��o e desvio na gest�o de uma cidade com um or�amento anual astron�mico de 38 bilh�es de euros (42 bilh�es de d�lares).
A justi�a anunciou neste s�bado que abriu uma investiga��o por "lavagem de dinheiro" contra o Fundo de Navalny. Os investigadores acusam o opositor de ter recebido ilegalmente quase um bilh�o de rublos (13,8 milh�es de euros, 15,3 milh�es de d�lares).
Ap�s um protesto duramente reprimido na semana passada, os tribunais russos ordenaram a deten��o preventiva para 88 pessoas e condenaram outras 332 ao pagamento de multas. Tr�s investiga��es foram abertas por "viol�ncia" contra a pol�cia, delito que pode ser punido com cinco anos de pris�o.