Mais de dois milh�es de mu�ulmanos iniciam, nesta sexta-feira (9), a peregrina��o anual a Meca, no oeste da Ar�bia Saudita, e as autoridades pedem que este grande encontro religioso n�o seja politizado em fun��o do atual contexto de tens�es no Golfo.
Peregrinos vindos do mundo inteiro percorreram andando ou de �nibus a dezena de quil�metros que separam a primeira cidade santa do Isl� do vale rochoso de Mina e das imedia��es do monte Arafat, onde passar�o a noite.
Centenas de pessoas espargiram com �gua os fi�is que caminhavam com uma temperatura de mais de 40�C. No caminho havia cl�nicas m�veis e ambul�ncias, e helic�pteros da organiza��o Crescente Vermelho saudita sobrevoavam o local.
No total, 2,26 milh�es de peregrinos chegaram a Mina e aos arredores do monte Arafat, entre eles 1,86 milh�o de estrangeiros, anunciaram nesta sexta-feira � noite as autoridades.
Gerenciar o fluxo ininterrupto de peregrinos e garantir sua seguran�a durante o chamado Hajj, uma das maiores concentra��es humanas religiosas do mundo, implica um enorme desafio log�stico para o reino �rabe.
Para evitar trag�dias durante a peregrina��o, que j� sofreu pisoteamentos dram�ticos no passado - como em 2015, quando 2.300 pessoas morreram -, foram mobilizadas milhares de membros das for�as de seguran�a sauditas.
"Todas as institui��es do Estado est�o mobilizadas, e estamos orgulhosos de receber os 'h�spedes de Deus'", declarou o porta-voz das for�as de seguran�a, Basam Atia.
- "O mundo inteiro est� aqui" -
Os fi�is convergiram a Meca para encerrar o hajj, um dos cinco pilares do Isl�, que todo mu�ulmano deve cumprir pelo menos uma vez na vida se tiver os meios para isso.
Este conjunto de ritos codificados se desenvolvam na Meca e arredores.
Os que o finalizam recebem o t�tulo honor�fico de hajj, que confere respeito e certo prest�gio social.
"O mundo inteiro est� aqui", comemorou Mohammed Barry, um brit�nico de 45 anos. "Estar em Meca � a melhor sensa��o", disse com largo sorriso e um tapete de ora��o sobre o ombro.
Meca, cidade situada em um vale des�rtico, cujo acesso � proibido aos n�o mu�ulmanos, aloja a Kaaba, uma estrutura c�bica coberta por um tecido negro com bordados dourados no cora��o da Grande Mesquita, entre arranha-c�us que abrigam galerias comerciais e hot�is de luxo.
Os mu�ulmanos giram em dire��o da Kaaba durante as cinco ora��es di�rias. Os peregrinos devem dar sete voltas a esta estrutura.
Mais cedo nesta sexta, os peregrinos participam da ora��o semanal na Grande Mesquita.
� noite, alguns fi�is v�o dormir em Mina, que na �poca do hajj se transforma em um imenso acampamento de tendas brancas nas quais os peregrinos se alojam.
Este ano, "instalaram-se 350 mil barracas climatizadas", segundo um encarregado saudita.
- "Politizar" -
Outros peregrinos v�o dormir perto do monte Arafat. No s�bado, todos v�o subir o monte, tamb�m chamado de Montanha da Miseric�rdia, para rezar, antes de voltar a Mina para o ritual da lapida��o de Sat�.
Isso sup�e o in�cio do Eid al-Adha, ou a Festa do sacrif�cio, celebrada no domingo. Os fi�is devem se dirigir de novo � Grande Mesquita para dar uma "volta de despedida" pela Kaaba.
O Hajj � comemorado este ano em um contexto de tens�o no Golfo, depois da ocorr�ncia de uma s�rie de ataques contra petroleiros, da derrubada de um drone dos Estados Unidos e de apreens�es de navios entre maio e junho.
A Ar�bia Saudita e seus aliados Estados Unidos culpam o Ir�, o grande advers�rio de Riad, por ataques a navios. Teer� nega.
Segundo a ag�ncia de not�cias iraniana Tasnim, este ano, cerca de 88.550 iranianos participar�o do Hajj, apesar de Riad e Teer� n�o manterem rela��es diplom�ticas.
Como acontece todos os anos, as autoridades sauditas pediram para que a peregrina��o n�o seja politizada.
A Ar�bia Saudita e seu vizinho Catar romperam rela��es diplom�ticas em 2017, e a crise causou restri��es � entrada de fi�is catarianos no reino. Riad garante que o Hajj n�o ser� afetado por essa crise.
No entanto, "muito poucos catarianos chegaram a Meca para peregrina��o", reconhece o chefe do Minist�rio saudita para o Hajj, que acusou o "regime do Catar de politizar o ritual e colocar obst�culos para os peregrinos".