Veterin�rios extra�ram com sucesso os ov�citos das duas �ltimas f�meas de rinoceronte-branco do norte, em uma a��o desesperada para salvar esta esp�cie da extin��o, anunciaram os cientistas respons�veis pelo projeto nesta sexta no Qu�nia.
A ci�ncia representa a �ltima esperan�a para o rinoceronte-branco do norte - umas das duas subesp�cies do rinoceronte-branco - ap�s a morte, no ano passado, aos 45 anos, do �ltimo macho, chamado Sudan, na reserva queniana de Ol Pejeta (centro).
As duas f�meas, Najin, de 30 anos, e sua filha Fatu, de 19, s�o os �ltimos indiv�duos de sua esp�cie e vivem em Ol Pejeta, onde foram submetidas na quinta-feira � extra��o de ov�citos.
Nenhuma delas conseguiu concluir uma gesta��o com sucesso: Fatu sofre de les�es degenerativas no �tero e Najin sofre de uma fragilidade nos membros posteriores, incompat�vel com uma gravidez.
Mas h� anos um cons�rcio de cientistas e de especialistas para preservar a fauna se esfor�a para salvar o rinoceronte-branco do norte, utilizando t�cnicas inovadoras de procria��o assistida.
"Conseguimos extrair um total de 10 ov�citos - 5 de Najin e 5 de Fatu - o que mostra que as duas f�meas continuam produzindo ov�citos e podem nos ajudar a salvar estas magn�ficas criaturas", declarou nesta sexta-feira o professor Thomas Hildebrandt, do Instituto Leibniz de pesquisa zool�gica e animal, em Berlim.
- Utens�lio de dois metros -
A equipe inventou e desenvolveu nos dois �ltimos anos um utens�lio de dois metros de comprimento para extrair ov�citos dos rinocerontes-brancos, devido a sua anatomia particular.
Em 2018, esta mesma equipe conseguiu criar embri�es h�bridos, resultado da fecunda��o de ov�citos de f�meas de rinocerontes-brancos do sul com espermatozoides de rinocerontes-brancos do norte. Estes embri�es tinham sido congelados.
As extra��es de ov�citos de quinta-feira permitem aos cientistas esperar que se criem a curto prazo embri�es 100% rinocerontes-brancos do norte.
Os ov�citos extra�dos, que n�o podem ser congelados, foram imediatamente enviados a um laborat�rio especializado na It�lia para ser fecundados com espermatozoides retirados de quatro machos desta esp�cie, j� mortos.
Os embri�es ser�o depois implantados em m�es portadoras pertencentes � subesp�cie de rinocerontes-brancos do sul.
Atualmente h� cinco esp�cies de rinocerontes no planeta, entre elas os rinocerontes-negros e os rinocerontes-brancos, que se encontram na �frica. O rinoceronte-branco do norte � geralmente considerado uma subesp�cie do rinoceronte-branco, mas os cientistas emitiram a hip�tese de que poderia se tratar de uma esp�cie �nica.
- Muita ca�a ilegal -
Em seu meio natural, os rinocerontes sofrem com poucos predadores, devido a seu tamanho e a sua pele espessa. Mas as supostas virtudes medicinais atribu�das na �sia a seu chifre alimentaram nos anos 1970 e 80 uma implac�vel ca�a ilegal que dizimou o rinoceronte-branco do norte em Uganda, Rep�blica Centro-Africana, Chade, Rep�blica Democr�tica do Congo e no atual Sud�o do Sul.
Em 2008, o rinoceronte-branco do norte j� era considerado extinto em estado selvagem.
Os rinocerontes modernos percorrem os grandes espa�os do nosso planeta h� 26 milh�es de anos. Na metade do s�culo 19, sua popula��o era estimada em mais de um milh�o de indiv�duos, somente no continente africano.