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Estado de Minas

Os 'fumantes passivos' da Amaz�nia


postado em 26/08/2019 18:07

Os moradores de Porto Velho t�m o privil�gio de viver cercados pela floresta amaz�nica. Mas h� semanas passam os dias incomodados pela fuma�a dos piores inc�ndios em anos na maior floresta tropical do planeta.

A leve neblina carregada de fuma�a misturada com carbono que cobre o c�u perturba a rotina dessa pequena cidade, o terceiro munic�pio mais atingido pelo fogo que se espalha pelo Brasil, segundo os dados oficiais de sat�lites.

No Hospital Infantil Cosme e Dami�o, o principal centro de aten��o de crian�as at� 12 anos, v�rias fam�lias esperam a sua vez para serem atendidas pelos sintomas gerados ou agravados pela inala��o cont�nua do ar.

"A fuma�a pode ser muito agressiva. Os mais prejudicados s�o as crian�as e os idosos. Costumamos atender uma m�dia de 240 pacientes por dia. Agora estamos atendendo cerca de 280", explica � AFP Sergio Pereira, diretor-geral do hospital.

"Isso � algo que acontece nessa �poca de temporada seca. Todos somos de alguma maneira fumantes passivos. Mas isso afeta mais uns do que outros, sobretudo os que j� t�m problemas", explica.

Os sintomas podem ser leves, como irrita��o nos olhos ou pele seca, mas tamb�m s�o comuns os transtornos respirat�rios e febres que podem levar a uma pneumonia.

Sentada em um canto da sala, a filha de quatro anos de Maiza Dantas chegou pela manh� com "as vias respirat�rias obstru�das".

"H� um ano e meio ela teve uma pneumonia. E desde ent�o passa por per�odos ruins, mas nunca tinha estado t�o mal como hoje, com tosse e febre", explica enquanto a menina recebe soro na veia.

Os asilos tamb�m sofrem impacto da fuma�a. Em um deles, quatro dos 25 residentes tiveram que ser atendidos por crises respirat�rias.

- "Para o pulm�o de todos"

Porto Velho, cujo aeroporto internacional fechou durante uma hora e meia na manh� desta segunda-feira, n�o � alheio � pol�mica mundial gerada pelas chamas da Amaz�nia, uma floresta do tamanho da Europa considerada vital para o futuro do planeta.

Convocadas pelas redes sociais, centenas de pessoas se manifestaram no domingo em uma pra�a contra o presidente Jair Bolsonaro, a quem muitos atribuem a responsabilidade pelos inc�ndios devido a suas pol�ticas favor�veis a abrir as reservas naturais para atividades de minera��o e de agropecu�ria.

"O oxig�nio � produzido aqui para o pulm�o de todos", dizia um cartaz.

Rond�nia � o quinto estado com mais inc�ndios neste ano (6.436) e onde come�aram no s�bado as opera��es militares para apagar os inc�ndios.

Em todo o Brasil, entre janeiro e este domingo houve 80.626 inc�ndios, 78% a mais do que no mesmo per�odo do ano passado.

Bolsonaro, que chegou a insinuar que as ONGs seriam causadoras dos inc�ndios, agora os atribui � temporada seca.

Entretanto, especialistas e ambientalistas argumentam que a principal causa � o desmatamento, provocado para abrir espa�o para cultivos ou pastos, e a falta de controle das autoridades.

"Em Rond�nia h� v�rias reservas ind�genas, algumas delas muito ricas em ouro e diamantes. Este ano vimos muito mais invas�es de terras por madeireiros e garimpeiros ilegais, um fen�meno potencializado pelo discurso anti-ind�gena de Bolsonaro e pela redu��o dos organismos de controle", explica � AFP Ivanete Bandeira, coordenadora de projetos da ONG etnoambiental Kanind�.


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