Seis pa�ses amaz�nicos discutem, nesta sexta-feira, na cidade colombiana de Leticia, medidas de prote��o para a Amaz�nia, a maior floresta tropical do mundo, atingida por graves inc�ndios e desmatamento.
A C�pula Presidencial pela Amaz�nia "busca propiciar um espa�o de di�logo regional para avan�ar na prote��o e no uso sustent�vel da regi�o, fundamental para a sobreviv�ncia do planeta", indicou a presid�ncia colombiana em um comunicado.
Al�m do presidente colombiano Iv�n Duque e do peruano Mart�n Vizcarra, que convocaram o encontro, participam os presidentes do Equador, Len�n Moreno, da Bol�via, Evo Morales, e o vice-presidente do Suriname, Michael Adhin.
O Brasil, questionado internacionalmente por sua resposta aos graves inc�ndios registrados nas �ltimas semanas, � representado pelo ministro das Rela��es Exteriores, Ernesto Ara�jo.
O ministro substituir� o presidente Jair Bolsonaro, que n�o p�de viajar para a c�pula por raz�es m�dicas, embora deva participar por videoconfer�ncia.
As seis delega��es assinar�o o Pacto de Leticia para a Amaz�nia, um roteiro "que n�o apenas os pa�ses amaz�nicos, mas tamb�m os pa�ses da regi�o e a comunidade internacional devem adotar", segundo o texto.
Duque afirmou que o novo acordo busca propiciar maiores instrumentos de prote��o pois, em sua concep��o, os atuais instrumentos de coopera��o para a defesa dessa regi�o, como o Tratado de Coopera��o Amaz�nica de 1978 e a Organiza��o do Tratado de Coopera��o Amaz�nica (OTCA), "ficaram aqu�m".
"N�o houve lideran�a internacional suficiente no n�vel presidencial para entender como devemos exercer uma prote��o amaz�nica, confi�vel e baseada em indicadores de nossa Amaz�nia", afirmou o presidente colombiano.
O ministro do Meio Ambiente da Col�mbia, Ricardo Lozano, disse que o que ser� acordado n�o ser� "outra coisa", porque prev� a cria��o de uma rede amaz�nica para articular esfor�os entre institutos de pesquisa meteorol�gica, a fim de antecipar eventos ambientais e trocar informa��es sobre atores ilegais que amea�am o meio ambiente.
"Precisamos aumentar e fortalecer a coopera��o entre n�s, precisamente para enfrentar os grandes desafios da Amaz�nia, que est�o se tornando mais extremos e mais intensos a cada dia", disse ele a rep�rteres.
As queimadas que atingem uma parte da Amaz�nia brasileira h� semanas provocaram uma crise ambiental e diplom�tica para o governo Bolsonaro, c�tico em rela��o �s mudan�as clim�ticas e defensor da explora��o em reservas ind�genas e �reas protegidas.
O chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo, assegurou na quarta-feira que "todas as a��es" acordadas pelos pa�ses participantes far�o parte do pacto, que tamb�m busca um "apelo global" em defesa da floresta.
Cerca de 60% da floresta amaz�nica est� no Brasil. O restante abrange a Col�mbia, Bol�via, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, al�m da Guiana Francesa, um departamento ultramarino da Fran�a.
- Novos instrumentos -
Em paralelo � reuni�o, a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, apelou nesta sexta-feira em Paris para o "refor�o das ferramentas", como a Conven��o do Patrim�nio Mundial, para proteger os bens comuns da Humanidade.
"As ferramentas existem, a Conven��o do Patrim�nio Mundial ou a rede de zonas de biosfera da Unesco s�o exemplos e conciliam o respeito pela soberania e a gest�o cooperativa de bens comuns", disse Azoulay � AFP, enquanto as chamadas se multiplicam para criar "espa�os vitais" do planeta que seriam gerenciados em comum.
"Precisamos fortalecer essas ferramentas, pressionar mais Estados a ratific�-las, aumentar as �reas protegidas, fortalecer os meios de monitoramento e implementa��o. � atrav�s disso, investindo mais e melhor, que encontraremos solu��es de longo prazo", acrescentou.
"A no��o de bens comuns, cuja transmiss�o �s gera��es futuras diz respeito a todo o mundo, est� na pr�pria origem da Conven��o do Patrim�nio Mundial da Unesco desde os anos 1970 e � ilustrada em lugares como a Amaz�nia, mas tamb�m recife de coral, floresta tropical africana ou patrim�nio marinho", acrescentou Azoulay.
Atualmente, existem 12 reservas da biosfera na Amaz�nia e seis milh�es de hectares da floresta amaz�nica, o que representa 1% da �rea total, inscritos no patrim�nio mundial. "No momento, nenhum desses locais foi tocado e continuamos extremamente vigilantes", disse Mechtild Rossler, diretora do Centro do Patrim�nio Mundial.
No entanto, "os mecanismos sempre podem ser aprimorados", reconhece Miguel Clusener-Godt, diretor da divis�o de ci�ncias ambientais. "Mas temos que pensar a longo prazo: estamos trabalhando em um projeto que disseminar� boas pr�ticas locais sustent�veis que possam fornecer � Amaz�nia uma renda alternativa de pecu�ria extensiva, minera��o ou de extra��o de madeira ", explica.