Membros da tribo Munduruku, no estado de Par�, protestaram nesta sexta-feira para exigir a libera��o da minera��o de ouro em suas terras, sob o argumento de que isto ser� uma importante fonte de renda para a comunidade.
Ind�genas e garimpeiros bloquearam durante cinco dias a BR-163 no trecho da cidade de Moraes Almeida, uma estrada-chave para o transporte de soja, milho e gasolina.
O bloqueio foi suspenso na tarde desta sexta-feira, ap�s o governo do presidente Jair Bolsonaro receber representantes dos manifestantes, na segunda-feira, em Bras�lia.
Al�m da permiss�o para o garimpo de ouro em suas terras, os ind�genas pedem que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) deixe que queimar material e m�quinas apreendidos durante opera��es contra o garimpo ilegal.
"Os garimpeiros s�o os que menos destroem (o meio ambiente)", disse � AFP Gilson Speare, que garimpa ouro desde os doze anos. "S� queremos que (o governo) legalize os garimpos, isto � tudo que queremos".
As tribos que permitem a a��o dos garimpeiros recebem 10% do ouro encontrado em suas terras, disseram � AFP garimpeiros e ind�genas.
Os manifestantes prometem bloquear a estrada novamente caso suas exig�ncias n�o sejam atendidas.
Bolsonaro, que assumiu a presid�ncia em janeiro prometendo abrir a selva amaz�nica a um maior desenvolvimento, defende a legaliza��o de garimpos irregulares, inclusive em terras ind�genas.
"S�o os �nicos que ajudam as pessoas sem trabalho", disse � AFP Carlos Augusto Cabace, l�der Munduruku, sobre os garimpeiros. "Quando tiram 20 gramas (de ouro), 30 gramas, isto d� muito dinheiro".
Mas muitos povos ind�genas, incluindo membros da pr�pria tribo Munduruku, rejeitam o garimpo em seu territ�rio e se queixam da invas�o de suas terras, da viol�ncia, da contamina��o dos rios e da destrui��o da floresta.
"Estes Munduruku ... est�o loucos", disse � AFP Alessandra Korap Munduruku, l�der tribal, em mensagem do WhatsApp a partir de Santar�m. "Est�o sendo orientados por garimpeiros que est�o acabando com a terra Munduruku".
Milhares de caminh�es passam pela BR-163 todos os dias, transportando soja e milho de Sinop, no estado do Mato Grosso, para os portos fluviais de Miritituba e Santar�m, no Par�.
Muitos motoristas passaram v�rios dias em uma longa fila, que serpenteava ao longo de quil�metros na estrada de asfalto.
"N�o temos nada a ver com seus problemas", reclamou Miguel Arcanjo, 58 anos, � AFP, ap�s ficar mais de dois dias parado na estrada em sua carga de milho devido ao protesto.
"Quando voc� para uma estrada n�s � que pagamos o pre�o", disse Charles Leandro de Carvalho, 36 anos. "Se param os caminh�es, param o Brasil".
