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Estado de Minas

Desestabiliza��o dos oceanos favorece prolifera��o de �guas-vivas


postado em 24/09/2019 10:18

A pesca predat�ria, o aquecimento da �gua e a presen�a maci�a de pl�stico nos oceanos, todos causados pelo homem, favorecem a prolifera��o de �guas-vivas, que tamb�m invadem as praias.

As �guas-vivas apareceram na Terra h� cerca de 600 milh�es de anos e se multiplicaram at� o ponto de os especialistas estimarem que est�o "gelificando" os oceanos, aponta um relat�rio de especialistas em clima da ONU que ser� publicado na quarta-feira (25).

Fabien Lombard, um especialista franc�s em Ecologia do Pl�ncton e das �guas-vivas, explica, por�m, que este fen�meno n�o � uniforme.

No mar Negro, frente � costa da Nam�bia, ou no mar do Jap�o, sua presen�a cresceu, mas � dif�cil saber se o mesmo tamb�m aconteceu em outras regi�es.

Em 2014, criou-se uma base de dados mundial, mas continua sendo complicado quantific�-las.

Um dos primeiros habitantes do planeta, as �guas-vivas vivem hoje em todos os mares e oceanos e em todas as profundidades, at� nos abismos.

Elas fazem parte do zoopl�ncton e s�o constitu�das de 95% a 98% de �gua. N�o t�m c�rebro e s�o capazes de flutuar e de nadar, mas n�o de resistir �s correntes marinhas.

De diversos tamanhos e cores, as �guas-vivas se reproduzem de forma sexual, assexuada, ou por gema��o: os ovos fecundados caem nos fundos marinhos, dando nascimento a um pequeno animal, um p�lipo, que se multiplica.

Uma mudan�a de temperatura, por exemplo, ativa sua divis�o, dando lugar a v�rias pequenas �guas-vivas.

At� agora, a prolifera��o de �guas-vivas, chamada de "bloom", era constatada a intervalos regulares. Este era o caso, por exemplo, a cada 12 anos da esp�cie "pelagia" no Mediterr�neo, segundo Ana�s Courtet, bi�loga do Aqu�rio de Paris.

"Mas hoje em dia este ciclo j� n�o se repete, e h� todos os anos", relata.

- "Quantidades incr�veis" -

A prolifera��o destes animais gelatinosos se deve a v�rios fatores, aponta Philippe Cury, pesquisador em Biologia Oceanogr�fica do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento da Fran�a, que cita entre eles a sobrepesca, a pesca de arrasto e o aquecimento dos oceanos.

"Estes tr�s fatores fazem as popula��es de �guas-vivas dispararem. Isso sempre aconteceu, mas agora � muito mais frequente e observamos �s vezes quantidades incr�veis", adverte este cientista.

A sobrepesca elimina alguns de seus predadores diretos, como o atum e as tartarugas capturadas de forma acidental, mas tamb�m os peixes que se alimentam de pl�ncton. Em sua aus�ncia, as �guas-vivas disp�em de mais quantidade de alimento.

O tipo de pesca que consiste em arrastar uma grande rede pelas profundidades marinhas tamb�m � problem�tica. Ao raspar os animais que vivem nos fundos marinhos, como esponjas e corais, esta pesca os "homogene�za" e deixa mais espa�o para os p�lipos se multiplicarem, segundo Cury.

Os p�lipos tamb�m gostam das constru��es humanas, como boias, ou plataformas de petr�leo. "Adoram o pl�stico", afirma Lombard.

Res�duos de alguns poucos cent�metros podem servir de balsa para estes animais colonizarem novos espa�os.

A mudan�a clim�tica e a acidifica��o dos oceanos tampouco lhes s�o "desfavor�veis", ao contr�rio de outras esp�cies, afirma Courtet.

A multiplica��o de �guas-vivas afeta v�rias atividades humanas como o turismo, a pesca, a piscicultura, as f�bricas de dessaliniza��o e os sistemas de esfriamento de instala��es nucleares, que obstruem estes animais.

Em 2007, uma f�brica de salm�es da Irlanda do Norte foi dizimada pelas �guas-vivas que morderam os peixes, incapazes de fugir.

No Jap�o, os pescadores �s vezes ficam em terra, porque as �guas-vivas s�o muito numerosas e eles temem perder suas redes.

Para evitar uma invas�o, "s�o necess�rios ecossistemas que funcionem normalmente, com uma grande biodiversidade", diz Cury.

"Poder�amos sair para pesc�-las" para com�-las, ou nos livrarmos delas, "mas se reproduzem muito rapidamente", completou.


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