Um pol�tico que quiser publicar um an�ncio com uma mentira poder� fazer isso no Facebook. Foi o que defendeu nesta quinta-feira, 17, o presidente executivo da rede social, Mark Zuckerberg, em uma entrevista ao jornal Washington Post. Em uma apologia � liberdade de express�o, ele disse que se preocupa com uma "eros�o da verdade", mas n�o quer tomar para si e sua empresa o posto de regular o que � certo ou n�o. "N�o acho que as pessoas querem viver num mundo onde voc� s� pode dizer coisas que as empresas de tecnologia determinam que s�o 100% verdadeiras", disse. "Acho que essas s�o tens�es com as quais temos que conviver."
A declara��o surgiu em meio a um momento na entrevista no qual eram debatidos os perigos para a liberdade de express�o quando redes sociais, incluindo o Facebook, reprimem conte�do.
Nas �ltimas semanas, o Facebook tem sido criticado por permitir que candidatos � Presid�ncia dos Estados Unidos fa�am an�ncios contendo mentiras - algo que foi realizado por nomes de ambos os partidos pol�ticos americanos. Cr�tica das redes sociais e nome forte do Partido Democrata, a candidata Elizabeth Warren chegou a veicular um an�ncio com uma mentira sobre Trump, s� para denunciar a pr�tica do Facebook.
Ap�s conceder a entrevista ao Post, Zuckerberg tamb�m discursou sobre liberdade de express�o durante 35 minutos na Universidade de Georgetown, em Washington D.C. Em sua fala, ele disse que chegou a considerar banir an�ncios pol�ticos de sua plataforma, mas decidiu pelo contr�rio por conta da liberdade de express�o. Hoje, a rede social isenta os an�ncios pol�ticos de sua pr�tica de checagem de dados, utilizada em outras propagandas na rede social.
Segundo o executivo, an�ncios pol�ticos n�o contribuem muito para as receitas da companhia, mas ele acredita que censurar figuras p�blicas seria algo "inapropriado" para uma empresa de tecnologia. Em 2018, a ag�ncia de not�cias Reuters publicou que eles contribuem para menos de 5% do faturamento do Facebook.
Zuckerberg tamb�m afirmou que a companhia deve resistir a governos que atacam a liberdade de express�o em situa��es de tens�es pol�ticas e sociais - o que explica porque a empresa n�o est� presente no mercado chin�s, por exemplo.
Em 2018, Zuckerberg disse que n�o removeria postagens que negam o Holocausto
Essa n�o � a primeira vez que o fundador da rede social trope�a nas palavras para defender a liberdade de express�o. No ano passado, em meio ao esc�ndalo Cambridge Analytica, Zuckerberg concedeu uma longa entrevista � jornalista Kara Swisher, veterana da cobertura de tecnologia nos EUA. Durante a conversa, registrada em um podcast, ele chegou a dizer que n�o retiraria do ar publica��es de usu�rios que negassem a exist�ncia do Holocausto.
"Sou judeu, e sei que h� muitas pessoas que negam o Holocausto. Acho isso ofensivo, mas no fim do dia, n�o acredito que o Facebook deveria retirar essas publica��es do ar pois creio que h� coisas que diferentes pessoas entendem errado. N�o acredito que elas fazem isso de forma intencional", declarou ainda o presidente executivo do Facebook.
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