Cientistas que patrulham o Golfo da Calif�rnia, no noroeste do M�xico, denunciaram nesta quarta-feira (23) que encontraram dias atr�s dezenas de embarca��es de pesca em zonas de prote��o da vaquita marinha (Phocoena sinus), o mam�fero marinho mais amea�ado de extin��o no mundo.
"Os barcos, que usam redes proibidas de pesca usadas para camar�es e peixes-leite e corvinas, somaram at� 70 e foram vistos em grupos de at� 28 (...) em 17 de outubro passado", disse em um comunicado a organiza��o Sea Shepherd.
Segundo o grupo ambientalista, os barcos foram localizados em uma �rea de "toler�ncia zero" de 150 km2, e um estava particularmente perto de um exemplar de vaquita marinha.
A pesca nesta regi�o � proibida para proteger a esp�cie, da qual estima-se existir menos de 20 exemplares.
Diante desta medida, o governo mexicano tinha prometido apoio aos pescadores. No entanto, a Sea Shepherd disse que o dinheiro n�o � distribu�do h� 11 meses.
"O resultado � que centenas de barcos pequenos voltaram ao mar", disse.
"� desolador que com menos de 20 vaquitas, essa �rea cr�tica ainda tenha redes de pesca", disse o diretor de campanhas do Sea Shepherd, Locky MacLean, citado no comunicado.
A vaquita marinha, esp�cie end�mica do Golfo da Calif�rnia, � v�tima da crescente ca�a ilegal de corvina branca, outra esp�cie em perigo, cuja bexiga natat�ria � uma iguaria cobi�ada na China, onde cada pe�a chega a custar 100.000 d�lares.
A vaquita pode ficar presa nas redes de corvina-branca e morrer afogada.
Apenas em 10 de setembro, cientistas envolvidos na conserva��o da esp�cie tinham anunciado o avistamento de seis exemplares.
O an�ncio ocorreu em um momento em que o governo mexicano parece ter deixado de lado a prote��o da vaquita marinha, considerada o mam�fero marinho sob o maior risco de extin��o no mundo.
Embora desde 2015 o governo mexicano tenha aumentado os esfor�os para proteger a esp�cie, com o ex-presidente Enrique Pe�a Nieto liderando pessoalmente iniciativas de preserva��o, a administra��o de Andr�s Manuel L�pez Obrador, que assumiu em dezembro, deixou o tema quase fora da agenda.