O sexto dia seguido de protestos no Chile foi marcado por den�ncias e boatos de viola��es de direitos humanos por parte da pol�cia e do Ex�rcito chileno, que atuam na repress�o dos protestos ap�s o estado de emerg�ncia. O n�mero de mortos subiu para 18, incluindo uma crian�a de 4 anos - pelo menos 4 morreram por disparos das for�as de seguran�a.
Em aplicativos de mensagens, manifestantes denunciavam o uso de uma esta��o de metr� desativada, a Plaza Baquedano, para a pr�tica de torturas e agress�es f�sicas. Uma per�cia com dois delegados e uma integrante do Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) do Chile n�o encontrou provas das acusa��es.
As den�ncias, no entanto, foram suficientes para que o diretor do INDH, Sergio Micco, se reunisse ontem com o presidente Sebasti�n Pi�era e com o ministro da Justi�a para expressar a "grave preocupa��o" com as acusa��es. Micco assegurou que Pi�era "dar� pleno acesso" a hospitais civis e militares para que os casos sejam investigados.
At� ontem, o INDH havia formalizado 46 a��es judiciais no contexto das manifesta��es. Destas, 24 reclama��es s�o por constrangimentos ileg�timos ou tortura, 5 por homic�dios e 8 por viol�ncia sexual.
Ontem, v�rias autoridades do governo pediram desculpas pelo caos causado pelos dist�rbios, entre eles os ministros da Energia, Juan Carlos Jobet, do Desenvolvimento Social, Sebasti�n Sichel, do Trabalho, Nicol�s Monceberg, e Karla Rubilar, prefeita da regi�o metropolitana de Santiago.
Na ter�a-feira, Pi�era reconheceu seus erros e foi o primeiro a pedir perd�o pela "falta de vis�o" em antecipar a crise social, agravada pelo estado de emerg�ncia e toques de recolher. "Reconhe�o essa falta de vis�o e pe�o desculpas aos meus compatriotas", disse o presidente. "Diante das necessidades leg�timas e das demandas sociais dos cidad�os, recebemos com humildade e clareza a mensagem que os chilenos nos deram."
Para tentar conter os protestos, o presidente anunciou um aumento das aposentadorias e do sal�rio m�nimo, al�m da redu��o dos pre�os dos medicamentos e um aumento de 5% nos impostos dos que ganham mais US$ 11 mil mensais. Foi mais uma tentativa do governo, que no fim de semana j� havia suspendido o aumento de quase 4% nas tarifas do metr�. As medidas custariam cerca de US$ 1,2 bilh�o, segundo c�lculos do governo.
As concess�es, no entanto, n�o tiraram os manifestantes das ruas. Ontem, em v�rios pontos de Santiago e nas principais cidades do Chile, foram registrados protestos. Homens encapuzados saquearam um hotel na regi�o do Parque Bustamante. A esta��o de metr� Plaza de Maip� foi incendiada. Barricadas foram montadas em v�rios pontos da capital. Jatos d��gua foram utilizados para dispersar a multid�o em frente ao Pal�cio La Moneda, sede do governo.
Diante da perspectiva de mais uma noite ca�tica, um novo toque de recolher noturno foi anunciado em Santiago e em outros centros urbanos, como Antofagasta, Arica, Iquique, La Serena, Valpara�so, Concepci�n, Rancagua, Puerto Montt e Osorno. As aulas em escolas e universidades permanecem suspensas hoje e o transporte p�blico na capital funcionar� com severas restri��es. (Com ag�ncias internacionais)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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