O presidente Sebasti�n Pi�era anunciou que ir� levantar � meia-noite deste domingo o estado de emerg�ncia que motivou a ida de milhares de militares para as ruas, no momento em que as manifesta��es se mant�m, � espera de an�ncios do governo em resposta � explos�o social, que j� deixou 20 mortos.
Milhares de pessoas marcharam hoje at� a sede do Congresso Nacional, em Valpara�so (a 120km de Santiago), na maior manifesta��o em d�cadas naquela regi�o, que se seguiu a um protesto que reuniu mais de 1 milh�o de pessoas na capital chilena na �ltima sexta-feira.
Colunas de manifestantes tomaram a avenida Espanha, que liga as cidades de Vi�a del Mar e Valpara�so, agitando bandeiras chilenas e exigindo mudan�as profundas no modelo econ�mico do pa�s.
"A fortaleza do movimento social que tomou as ruas foi sua transversalidade e seu car�ter pac�fico e construtivo. Nosso chamado � que, em Valpara�so, continue sendo assim. Hoje mais do que nunca, ante o fracasso da estrat�gia de seguran�a do governo, que n�o evita saques e inc�ndios", disse o prefeito daquela cidade, Jorge Sharp.
Em frente � casa de governo, em Santiago, mil ciclistas se reuniram em protesto contra Pi�era. J� no parque O'Higgins de Santiago, cerca de 15 mil pessoas se concentraram, segundo a pol�cia, em um ato cultural chamado "O direito de viver em paz".
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A press�o se mant�m sobre o presidente, de direita, � espera de que se concretize a mudan�a de gabinete que ele anunciou ontem, juntamente com medidas que complementem o pacote que ele divulgou na semana passada e que muitos chilenos consideram insuficiente.
Os protestos j� causaram 20 mortes, cinco delas causadas por agentes do Estado, no momento em que crescem as den�ncias de abusos contra os manifestantes e se esperam miss�es de verifica��o do escrit�rio de direitos humanos das Na��es Unidas e da Anistia Internacional.
Enquanto o presidente tenta responder aos protestos em massa, sua popularidade cai a 14%, frente a 29% na semana anterior � explos�o social, segundo um estudo da consultoria Cadem realizado entre quarta e quinta-feira e divulgado hoje pelo jornal "La Tercera".
Os 14% rompem a marca que a mesma consultoria havia registrado em mar�o de 2016, quando a presidente socialista Michelle Bachelet alcan�ou um m�nimo de 18% ap�s a revela��o de um caso de corrup��o que envolveu seu filho.
Neste domingo, centenas de volunt�rios voltaram �s ruas para limpar a capital. Alguns pintavam muros, enquanto outros varriam o lixo e os peda�os de vidro espalhados por esta��es de metr� e esquinas por causa das barricadas erguidas durante os protestos da �ltima semana.