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Estado de Minas

Acusa��es de ass�dio sexual de atriz sacodem cinema franc�s


postado em 06/11/2019 12:31

As acusa��es de ass�dio sexual da atriz francesa Ad�le Haenel contra o diretor Christophe Ruggia provocaram uma onda de como��o que pode contribuir para quebrar o sil�ncio sobre esta quest�o no cinema franc�s, dois anos depois do surgimento do movimento #MeToo.

A atriz, de 30 anos, que est� abrindo caminho na cena internacional com o recente filme "Retrato de uma jovem em chamas", acusou Ruggia de t�-la assediado quando ela era adolescente.

Suas declara��es, apoiadas com uma investiga��o do jornal Mediapart, suscitaram o apoio de colegas, como a vencedora do Oscar Marion Cotillard, ao mesmo tempo em que a promotoria de Paris abriu, nesta quarta-feira, uma investiga��o preliminar.

Haenel denunciou na segunda-feira o "controle" que Ruggia exerceu sobre ela durante a filmagem de "Les diables", assim como o "ass�dio sexual permanente", os "toques" repetidos e os "beijos for�ados no pesco�o" que ocorreram na casa do diretor e em v�rios festivais de cinema quando ela tinha entre 12 e 15 anos.

Ruggia, de 54 anos, refutou categoricamente estas acusa��es atrav�s de seus advogados.

A Sociedade de Diretores de Filmes da Fran�a, uma associa��o profissional que re�ne 300 membros, reagiu no dia seguinte expulsando Ruggia e oferecendo seu "apoio total" a Haenel.

- Consequ�ncias -

Embora outras atrizes francesas tenham acusado anteriormente um diretor ou produtor de ass�dio sexual, � a primeira vez que se trata de uma figura reconhecida, ganhadora de dois pr�mios C�sar, e que a acusa��o � feita abertamente, com o apoio de v�rias testemunhas.

"Estamos ante um momento de mudan�a. � a primeira vez na Fran�a que uma atriz conhecida internacionalmente, que trabalha muito e est� muito cotada, toma a palavra sobre este assunto", afirma a jornalista V�ronique Le Bris, fundadora do site cine-woman.fr, para quem as acusa��es de Haenel ter�o "obrigatoriamente consequ�ncias".

Para a professora universit�ria Iris Brey, especialista na representa��o do g�nero no cinema, "at� agora, na Fran�a, n�o se tinha querido manter estas conversas p�s #MeToo".

Haenel explicou em uma emiss�o transmitida ao vivo no site Mediapart que havia decidido dar um passo � frente porque o "mundo mudou".

"Devo o fato de poder falar agora a todas aquelas que falaram no �mbito do #MeToo", disse.

- "Os monstros n�o existem" -

"Para mim, � uma responsabilidade, porque posso me permitir, porque trabalho o suficiente", afirmou a atriz. "Os monstros n�o existem. � nossa sociedade, n�s, nossos amigos, nossos pais. � nisto que devemos prestar aten��o", advertiu.

Haenel decidiu n�o denunciar Ruggia ante a justi�a, lamentando que haja "t�o poucas" condena��es nesse tipo de casos. No entanto, a promotoria de Paris anunciou ter aberto uma investiga��o preliminar por "agress�es sexuais" a uma menor por parte de uma "pessoa com autoridade" e por "ass�dio sexual".

Em sua interven��o, Haenel estimou tamb�m que h� uma "viol�ncia sist�mica contra as mulheres no �mbito judicial", algo que fez a ministra dessa pasta reagir.

"Acredito que pelo contr�rio, sobretudo com o que ela disse, deveria comparecer ante a justi�a, que pode se encarregar desse tipo de situa��o", disse a ministra Nicole Belloubet.

O testemunho de Haenel gerou uma avalanche de rea��es nas redes sociais.

"Ad�le, sua coragem � um presente de uma generosidade sem igual", escreveu Cotillard. "Voc� rompeu um sil�ncio t�o pesado...", acrescentou.

"Uma grande admira��o por Ad�le Haenel, que fala por todas aquelas que est�o na sombra", disse no Instagram a atriz Julie Gayet, companheira do ex-presidente Fran�ois Hollande.

Unifrance, organismo encarregado da promo��o do cinema franc�s no exterior, tamb�m ofereceu seu apoio, "condenando sem reservas qualquer ato violento ou comportamento inapropriado", e anunciou a elabora��o, em breve, de um c�digo de conduta dirigido aos profissionais que participam em seus eventos.


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