O ex-presidente da Bol�via Evo Morales disse nesta quarta-feira, 13, no M�xico, onde est� asilado, que voltaria para "pacificar" seu pa�s se os bolivianos pedissem, ap�s semanas de protestos violentos que levaram � sua demiss�o.
Morales falou com a imprensa pela primeira vez no ex�lio, e reiterou que sua demiss�o visou a conter a viol�ncia que sacudiu a Bol�via.
"Se meu povo pedir, estamos dispostos a voltar para apaziguar, mas � importante o di�logo nacional", disse Morales, acrescentando: "vamos voltar cedo ou tarde. Quanto antes melhor para pacificar a Bol�via".
Ele reiterou seu chamado a um di�logo nacional, no qual poderiam participar "pa�ses amigos", em uma esp�cie de media��o entre as for�as pol�ticas.
"� importante o di�logo nacional. Sem di�logo nacional, estou vendo que vai ser dif�cil deter este confronto", acrescentou. Ele lan�ou um apelo � Pol�cia e �s For�as Armadas, que o pressionaram para que apresentasse sua ren�ncia, a n�o "usar tiros contra o povo".
At� a ter�a-feira, eram sete os mortos na Bol�via em 23 dias de protestos, nas cidades de La Paz, Santa Cruz e Cochabamba, ap�s as pol�micas elei��es em que Morales foi reeleito para o quarto mandato consecutivo, pleito que foi tachado de fraudulento pela oposi��o e que uma miss�o da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA) qualificou como repleto de "irregularidades".
Questionado se o governo americano poderia estar por tr�s do que ele e os pa�ses que o apoiam destacam como um golpe de Estado, respondeu que n�o tem informa��o.
"Mas sim, imaginarmos que certamente (os Estados Unidos) s�o os que aportam conceitos e estrat�gias", ressaltou. "A OEA tomou uma decis�o pol�tica, n�o t�cnica ou legal. A OEA est� a servi�o do imp�rio norte americano".
Sobre a proclama��o de Jeanine ��ez como presidente interina, Morales disse que � a confirma��o do "golpe" contra ele e que foi um ato fora da legalidade, pois n�o foi celebrada a sess�o em que o Legislativo aceita sua ren�ncia, como prev� a Constitui��o.
Morales chegou na ter�a-feira ao M�xico na qualidade de asilado pol�tico em um avi�o militar mexicano. Nesta tarde, ele foi declarado h�spede honor�rio pela prefeitura da Cidade do M�xico.
Tens�o pol�tica
Em La Paz, ��ez enfrenta o desafio dos deputados do Movimento Ao Socialismo (MAS), partido de Evo, que est�o em maioria na C�mara e amea�am convocar uma sess�o para anular sua proclama��o como presidente. Ela refor�ou nesta quarta-feira a inten��o de convocar novas elei��es o quanto antes.
Milhares de manifestantes apoiadores de Evo marcharam nesta quarta em La Paz, vindos da regi�o de El Alto, carregando as bandeiras da Bol�via e de grupos ind�genas regionais. A pol�cia lan�ou bombas de g�s lacrimog�neo no centro da cidade para dispersar as multid�es, que seguem com as manifesta��es.
O maior sindicato da Bol�via amea�ou entrar em greve geral, caso a classe pol�tica n�o consiga retomar a estabilidade no pa�s, enquanto uma organiza��o de fazendeiros de coca e um deputado pr�ximo a Evo pediram mais protestos at� que Evo retornasse � Bol�via para terminar seu mandato, em janeiro.
��ez adentrou o pal�cio presidencial "Palacio Quemado" nesta quarta, cujo Evo havia parado de utilizar, considerando-o um s�mbolo de poder descreditado do passado. O ex-presidente foi o primeiro ind�gena a assumir o pa�s. / COM AG�NCIAS INTERNACIONAIS
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