O aiatol� Ali Sistani, figura tutelar da pol�tica iraquiana, pediu nesta sexta-feira elei��es antecipadas para tirar o pa�s da crise entre manifestantes inflex�veis e a classe pol�tica incapaz de se entender.
Enquanto o governo precisouj de mais tr�s dias para chegar a um acordo sobre o nome de um novo primeiro-ministro, excedendo pela segunda vez o prazo constitucional, o dignit�rio xiita pediu que eles "formem um novo governo o mais r�pido poss�vel".
Mas este gabinete, alertou ele, n�o deve durar para sempre. Deve apenas preparar o caminho para elei��es antecipadas, aprovando uma nova lei eleitoral e nomeando uma comiss�o para supervisionar elei��es n�o-partid�rias.
At� agora, cada partido enviou um membro para esta comiss�o, regularmente acusada de encobrir fraudes.
A lei eleitoral - a �nica reforma proposta pelas autoridades em dois meses e meio de uma revolta sem precedentes marcada por quase 460 mortos e 25.000 feridos - est� bloqueada no Parlamento.
Os deputados negociam a divis�o dos c�rculos eleitorais e, especialmente, a por��o da vota��o proporcional e de lista, em proveito dos grandes partidos.
Para os manifestantes, incluindo muitos jovens que s� conheceram o sistema pol�tico p�s-Saddam Hussein, ditador derrubado em 2003 por uma invas�o americana, esse regime n�o tem condi��es de continuar.
Os manifestantes consideram toda a classe pol�tica corrupta e incompetente, al�m de criticarem a influ�ncia iraniana.
Na Pra�a Tahrir, em Bagd�, bem como no sul xiita, os retratos dos candidatos cujos nomes s�o mencionados para liderar o governo est�o espalhados por todas as partes, todos riscados com uma cruz vermelha.
Enquanto isso, as reuni�es entre l�deres de bancadas parlamentares, chefes de partidos e emiss�rios do Ir� ou da ONU continuam, cada um pressionando por seu candidato.
Os pr�-Ir� insistem no nome do ministro da Educa��o, Qoussai al-Souheil.
Ex-tenor do movimento do l�der xiita Moqtada Sadr, agora � membro do "Estado de direito", bloco do ex-primeiro-ministro Nuri al-Maliki - pr�ximo ao Ir� e grande inimigo de Sadr.
Outros nomes circulam, todos ex-ministros ou autoridades do regime e, portanto, rejeitados nas ruas.
O Parlamento deveria dar um voto de confian�a a um de seus membros para formar o novo governo at� a meia-noite, mas diante da falta de consenso entre os blocos parlamentares, o prazo foi ampliado at� o pr�ximo domingo.
Ap�s a decis�o, os deputados ter�o que apresentar seu candidato ao presidente Barahm Saleh, que o submeter� ao voto do Parlamento.
Caso n�o haja uma decis�o, Saleh propor� um nome e, se a vota��o tamb�m n�o for favor�vel, o chefe de Estado assumir� o cargo de primeiro-ministro interino por 15 dias.
Qualquer que seja o nome do futuro primeiro-ministro, os milhares de manifestantes que exigem a queda de todas as institui��es, incluindo a do Parlamento liderada por Mohammed al-Halboussi, permanecer�o nas ruas.