As condi��es clim�ticas - ventos fortes e altas temperaturas - agravaram os inc�ndios florestais na Austr�lia. O governo autorizou ontem o uso de um navio da Marinha para resgatar at� 4 mil pessoas cercadas pelas chamas que castigam o litoral e provocaram mortes, especialmente em pequenas cidades costeiras entre Sydney e Melbourne.
A situa��o em Mallacoota, uma praia conhecida por receber fam�lias durante a �poca de feriados, � t�o dram�tica que equipes de resgate passaram ontem o dia checando quem � capaz de subir escadas de pequenos botes at� a embarca��o militar. Aqueles n�o aptos que desejarem fugir ser�o retirados de helic�ptero, mesmo que a fuma�a - que j� atingiu a Nova Zel�ndia - tenha tornado os voos mais perigosos.
O governo australiano recomendou a milhares de habitantes que deixem algumas zonas tur�sticas da costa sudeste do pa�s at� amanh�, quando as condi��es de combate aos inc�ndios devem piorar, com rajadas de vento e temperaturas superiores a 40�C.
Os bombeiros do Estado de New South Wales pediram aos turistas que abandonem duas zonas costeiras de quase 300 quil�metros de comprimento, da cidade de Nowra (200 km ao sul de Sydney) at� o Estado de Victoria.
As chamas provocaram pelo menos oito mortes apenas nos �ltimos dois dias e reduziram a cinzas centenas de hectares de florestas no primeiro dia do ano. Desde setembro, 18 pessoas morreram em raz�o dos inc�ndios. H� pelos menos 17 desaparecidos.
Nas cidades de Ulladulla, Milton, Nowra e Bateman's Bay era poss�vel observar ontem longos engarrafamentos nas estradas que levam a Sydney e Melbourne. Os bombeiros de v�rias pequenas localidades j� afirmaram quem n�o t�m condi��es de apagar ou controlar os inc�ndios. O objetivo agora � n�o deixar ningu�m em �reas atingidas pelas chamas.
Desde o in�cio da temporada de inc�ndios, que come�a entre agosto e setembro, mais de 1.300 casas foram destru�das pelas chamas e uma �rea de 5o mil quil�metros quadrados foi devastada, uma superf�cie maior que o Estado do Rio de Janeiro.
Ontem, pela segunda noite consecutiva, turistas permaneceram isolados em �reas sem energia el�trica e sinal de celular, com poucas reservas de alimentos. "A retirada de pessoas da zona restrita aos turistas ser� a mais importante j� feita na regi�o", declarou Andrew Constance, ministro dos Transportes de New South Wales.
O premi� australiano, Scott Morrison, foi xingado por moradores durante uma visita � cidade de Cobargo. Surpreendido com as ofensas, Morrison pediu "paci�ncia" � popula��o. "Eu sei que muita gente est� vivendo com os filhos dentro de carros. H� muita ansiedade e estresse. O tr�nsito n�o se move. Mas a melhor coisa a fazer � ter paci�ncia", disse.
Muitos australianos culpam Morrison pela falta de rea��o aos inc�ndios. Recentemente, o premi� reiterou seu apoio � lucrativa, mas poluente ind�stria do carv�o australiana, respons�vel por boa parte das emiss�es de carbono do pa�s. Nos �ltimos dias, Morrison tem tentado dissociar o aquecimento global da mais catastr�fica temporada de inc�ndios da hist�ria da Austr�lia. (Com ag�ncias internacionais)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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