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Estado de Minas

Ir� clama vingan�a ap�s morte de general em ataque americano em Bagd�


postado em 03/01/2020 13:07

Um bombardeio dos Estados Unidos matou nesta sexta-feira (3) o influente general Qassem Soleimani e um l�der pr�-Teer� no aeroporto internacional de Bagd�, exacerbando as tens�es regionais e provocando pedidos de "vingan�a" do Ir�.

O Pent�gono afirmou que o presidente Donald Trump deu a ordem de "matar" Soleimani, depois que uma multid�o pr�-Ir� atacou a embaixada americana em Bagd� na ter�a-feira.

"O general Qassem Soleimani matou, ou feriu gravemente, milhares de americanos durante um longo per�odo e tramava matar muitos mais (...) Era direta e indiretamente respons�vel pela morte de milh�es de pessoas", tuitou Trump.

"Deveria ter sido assassinado h� muitos anos", completou o presidente americano.

"Embora o Ir� nunca v� ser capaz de admitir isso claramente, Soleimani era ao mesmo tempo detestado e temido em seu pa�s", afirmou.

A embaixada dos EUA recomendou a seus cidad�os que abandonem "imediatamente" o Iraque. Funcion�rios americanos do setor petroleiro iraquiano j� deixaram o pa�s.

Lan�ado nas primeiras horas desta sexta-feira contra um comboio de ve�culos no aeroporto internacional de Bagd�, o bombardeio americano matou nove pessoas.

Entre elas, est�o o general Soleimani, respons�vel pelas quest�es iraquianas na Guarda Revolucion�ria (Ex�rcito ideol�gico do Ir�), e Abu Mehdi al-Muhandis, de cidadania iraquiano-iraniana, n�mero dois das For�as de Mobiliza��o Popular, ou Hashd al-Shaabi, uma coaliz�o paramilitar pr�-Teer� integrada ao Estado iraquiano.

Soleimani, que segundo os Estados Unidos liderava uma organiza��o "terrorista", "estava ativamente tramando na regi�o (...) uma a��o importante, como ele a descreveu, que teria posto dezenas, se n�o centenas, de vidas americanas em perigo", disse o secret�rio de Estado americano, Mike Pompeo.

Ainda assim, Pompeo afirmou em um tu�te que os EUA seguem "comprometidos com a desescalada".

As rea��es ao bombardeio foram quase imediatas. China, Uni�o Europeia, Gr�-Bretanha, Fran�a, Alemanha e ONU pediram calma e prud�ncia.

"O mundo n�o pode se permitir outra guerra no Golfo", afirmou o secret�rio-geral da ONU, Ant�nio Guterres, em nota divulgada nesta sexta.

O Ir� e seus movimentos sat�lites, como o Hezbollah liban�s, o Hamas palestino, ou os huthis iemenitas, clamaram vingan�a.

O guia supremo iraniano, o aiatol� Ali Khamenei, pediu "severa vingan�a" pela morte de Soleimani, na mais grave escalada em uma temida guerra entre Ir� e Estados Unidos em territ�rio iraquiano.

Khamenei j� nomeou um substituto de Soleimani para liderar a Al-Quds, o general de brigada Esmail Qaani.

"N�o h� nenhuma d�vida de que a grande na��o do Ir� e outras na��es livres da regi�o se vingar�o por este crime horr�vel dos criminosos Estados Unidos", prometeu o presidente iraniano, Hassan Rohani.

Em um comunicado, o Conselho Supremo de Seguran�a Nacional iraniana, a mais alta inst�ncia desta �rea no pa�s, elevou o tom. "A Am�rica deve saber que seu ataque criminoso contra o general Soleimani foi o mais grave erro do pa�s (...) Estes criminosos sofrer�o uma dura vingan�a (...) no lugar e na hora certos", declarou.

Al�m disso, a diplomacia iraniana convocou o embaixador da Su��a, que representa os interesses dos Estados Unidos em Teer�.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, interrompeu sua viagem � Gr�cia para retornar em car�ter de urg�ncia ao pa�s.

Na capital iraniana, milhares de pessoas sa�ram �s ruas para protestar contra os "crimes" americanos e gritaram frases como "Morte aos Estados Unidos".

- Entre dois inimigos -

As mortes desta sexta-feira aumentam o temor citado por v�rios analistas h� alguns meses: que o territ�rio do Iraque se transforme em um campo de batalha indireto para Ir� e Estados Unidos.

O presidente iraquiano, Barham Saleh pediu "modera��o" a todos, enquanto v�rios comandantes pr�-Ir� pediram aos combatentes que "estejam preparados" para responder ao ataque americano.

O primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi, teme que o ataque provoque uma "guerra devastadora no Iraque", ao mesmo tempo em que o influente l�der xiita iraquiano Moqtada Sadr anunciou a reativa��o de sua mil�cia anti-EUA, o Ex�rcito de Mehdi, e ordenou que seus combatentes fiquem preparados.

O grande aiatol� Ali Sistani, figura tutelar da pol�tica iraquiana, considerou o ataque americano "injustific�vel", enquanto seu representante na cidade sagrada xiita de Kerbala leu o serm�o que denunciou "uma viola��o flagrante da soberania iraquiana". Centenas de fi�is gritaram "N�o aos Estados Unidos".

H� v�rios anos, o Iraque se encontra no meio do fogo cruzado entre seus dois grandes aliados: EUA e Ir�.

Em 2003, ao derrubar o regime de Saddam Hussein, Washington passou a controlar as quest�es iraquianas. Mas Teer� e o movimento pr�-Ir� se infiltraram no sistema aplicado pelos americanos.

Washington respondeu � a��o contra sua embaixada, que fica no centro da ultraprotegida Zona Verde de Bagd�, assim como a semanas de ataques com foguetes contra seus diplomatas e soldados.

"Os servi�os de Intelig�ncia americanos seguiam Qassem (Soleimani) h� muitos anos, mas nunca apertaram o gatilho. Ele sabia, mas n�o calculou at� que ponto suas amea�as de criar outra crise de ref�ns na embaixada (em Bagd�) mudaria as coisas", explicou � AFP Ramzy Mardini, do Institute of Peace, recordando o trauma provocado nos Estados Unidos pela tomada de ref�ns na representa��o diplom�tica americana em Teer� em 1979.

"Trump mudou as regras ao elimin�-lo", disse.

- Divis�o pol�tica nos EUA -

As consequ�ncias do assassinato seletivo de uma das figuras mais populares do Ir� provocaram preocupa��o nos Estados Unidos e uma nova divis�o entre democratas e republicanos, que apoiaram o ataque, a menos de um ano das elei��es presidenciais nos Estados Unidos.

O Congresso americano n�o foi informado com anteced�ncia sobre o ataque.

Este bombardeio amea�a provocar "uma perigosa escalada da viol�ncia", advertiu a presidente da C�mara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi.

As principais Bolsas do mundo operavam em queda nesta sexta-feira, enquanto as cota��es do petr�leo registravam alta.

O petr�leo iraniano est� submetido a san��es americanas e a crescente influ�ncia de Teer� no Iraque, o segundo maior produtor da Organiza��o dos Pa�ses Exportadores de Petr�leo (Opep), gera temor entre os especialistas de um isolamento diplom�tico e de san��es pol�ticas e econ�micas.

Na pra�a Tahrir de Bagd�, epicentro dos protestos contra o governo e contra seu aliado Ir� que abalam o pa�s h� mais de tr�s meses, dezenas de iraquianos celebraram a morte do general Soleimani. O secret�rio de Estado americano, Mike Pompeo, compartilhou um v�deo no Twitter de pessoas "dan�ando pela liberdade".


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