O bombardeio americano sem precedentes que matou, nesta sexta-feira (3), em Bagd�, o general iraniano Qassem Soleimani e o l�der paramilitar iraquiano Abu Mehdi al-Muhandis abre um per�odo de incerteza para os Estados Unidos e seus aliados na regi�o.
Tamb�m desperta muitas perguntas sobre o que aconteceu e o que acontecer�.
- Como a opera��o foi executada? -
O Pent�gono n�o deu detalhes da opera��o, embora tenha deixado claro que o presidente Donald Trump deu ordem para sua execu��o.
Segundo v�rios ve�culos de comunica��o, foram utilizados drones que atacaram dois ve�culos em uma estrada que leva ao aeroporto internacional de Bagd�.
Comandante das for�as especiais Al-Qus do Ir� e considerado uma das figuras mais poderosas do pa�s, Soleimani viajava em uma delas.
Abu Mehdi al-Muhandis, n�mero dois da Hashd Al-Shaabi, uma coaliz�o paramilitar majoritariamente pr�-Ir�, tamb�m morreu no atentado.
Um oficial militar dos EUA garantiu � AFP que o impacto de dois ve�culos onde Soleimani e Mehdi estavam localizados em Bagd� na sexta-feira foi realizado com "um tiro de precis�o".
A m�dia estatal iraniana afirmou, por�m, que helic�pteros dos EUA lan�aram o ataque.
Esse m�todo de matar membros de um ex�rcito estrangeiro reflete mais o modus operandi do Ex�rcito israelense do que o americano, que normalmente organiza suas for�as especiais com precis�o quando procuram eliminar figuras de alto escal�o.
Como exemplo, h� a morte de Osama bin Laden e, mais recentemente, do ex-l�der do Estado Isl�mico Abu Bakr al-Bagdadi.
- Por que agora? -
Os Estados Unidos acompanham de perto os passos de Soleimani e poderia ter atacado antes.
O Pent�gono garantiu que o general vinha "desenvolvendo ativamente planos para atacar diplomatas americanos e membros do servi�o no Iraque e em toda regi�o".
O secret�rio de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou que Soleimani tramava "uma a��o importante" que amea�ava a vida de centenas de americanos e que era "iminente".
Na quinta-feira de manh�, o secret�rio americano da Defesa, Mark Esper, alertou que os Estados Unidos n�o hesitariam em adotar "medidas preventivas", se houvesse informa��es sobre novos ataques.
Ele tamb�m disse que o assassinato de um funcion�rio americano terceirizado, na semana passada, em um ataque com foguete contra uma base em Kirkuk, atribu�do por Washington a um grupo pr�-Ir�, significava que "o jogo tinha mudado".
- Quais s�o as consequ�ncias? -
Os pre�os do petr�leo subiram mais de 4% ap�s a morte de Soleimani, diante dos temores do mercado de um aumento das tens�es na regi�o.
O Ir� prometeu vingan�a. O movimento Hezbollah do L�bano, seu aliado, disse que o castigo para os respons�veis ser� "a tarefa de todos os combatentes da resist�ncia no mundo todo".
Muitos grupos pr�-Ir� na regi�o t�m a capacidade de realizar ataques contra bases americanas nos Estados do Golfo, bem como contra navios-tanque e navios de carga no Estreito de Ormuz. Teer� pode fechar essa passagem a qualquer momento.
Eles tamb�m podem atacar tropas e bases dos EUA no Iraque, na S�ria e outras embaixadas dos EUA na regi�o, assim como atacar os aliados de Washington, incluindo Israel, Ar�bia Saudita e pa�ses da Europa.
Existem muitas possibilidades. Segundo o analista Kim Ghattas, do "think tank" Carnegie Endowment for International Peace, � dif�cil avaliar o que acontecer� a seguir.
- Quais s�o as medidas de seguran�a? -
Nos �ltimos meses, os Estados Unidos enviaram mais de 14.000 soldados para a regi�o como refor�o.
Washington anunciou que mais 500 seriam enviados depois que manifestantes pr�-iranianos cercaram sua embaixada em Bagd� nesta semana.
Esper disse ontem que um batalh�o de 4.000 homens recebeu ordem de permanecer em espera para uma poss�vel mobiliza��o nos pr�ximos dias.
Atualmente, os Estados Unidos t�m 5.200 soldados estacionados no Iraque, onde est�o, oficialmente, para ajudar e treinar o Ex�rcito local e garantir que o Estado Isl�mico (EI) n�o voltar� a emergir.
Nesta sexta, o Departamento de Estado americano pediu a seus cidad�os que deixem o Iraque "imediatamente".
Israel fechou uma esta��o de esqui nas colinas de Gol�, uma regi�o anexa na fronteira entre a S�ria e o L�bano.