O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, amea�ou, neste domingo (5), adotar "repres�lias importantes" contra Teer� ante um eventual ataque iraniano contra instala��es americanas no Oriente M�dio.
"Se fizeram alguma coisa, haver� grandes repres�lias", amea�ou Trump a bordo do avi�o presidencial, ao retornar da Fl�rida para Washington.
O presidente americano tamb�m amea�ou o Iraque com san��es "muito grandes", se aquele pa�s obrigar as tropas americanas a deixarem seu territ�rio, ap�s o Parlamento de Bagd� ter votado, ontem, em favor da expuls�o das for�as mobilizadas por Washington.
Trump justificou seu ataque contra Soleimani, argumentando que o general preparava ataques "iminentes" contra diplomatas e militares americanos.
Desde o assassinato, na sexta-feira, do general Qassem Soleimani, arquiteto da estrat�gia iraniana para o Oriente M�dio, e de Abu Mehdi al-Muhandis, n�mero dois da coaliz�o de paramilitares pr�-Ir� Hashd al-Shaabi, o mundo teme um conflito. E as declara��es de Trump n�o contribu�ram em nada para acalmar estas preocupa��es.
Por um lado, Teer� clama por "vingan�a". Por outro, Trump amea�a destruir 52 alvos iranianos, o mesmo n�mero de ref�ns mantido por mais de um ano na embaixada americana, em 1979, na capital iraniana.
No domingo � noite, como j� havia ocorrido na v�spera, v�rios foguetes ca�ram perto da embaixada americana em Bagd�, na Zona Verde, sem causar v�timas.
Os assassinatos de Soleimani e de Al-Muhandis geraram um incomum consenso contra os Estados Unidos no Iraque, pa�s palco h� meses de protestos contra a corrup��o do governo e a inger�ncia do Ir�.
No Parlamento, diante da aus�ncia dos deputados curdos e da maioria de deputados sunitas, v�rios representantes gritaram "N�o aos Estados Unidos!".
Depois da decis�o parlamentar, Trump amea�ou o Iraque com san��es "muito grandes".
"Far�o as san��es contra o Ir� parecerem quase fracas", completou.
- "Decis�o adotada!" -
O chefe do Parlamento, Mohamed al Halbusi, leu uma decis�o que "obriga o governo a preservar a soberania do pa�s, retirando seu pedido de ajuda", lan�ado para a comunidade internacional para combater o grupo extremista Estado Isl�mico (EI).
A coaliz�o internacional antijihadista liderada por Washington anunciou ter "suspendido" o combate contra o EI, para se dedicar "totalmente" � prote��o de suas tropas.
Enquanto dos 168 deputados presentes - do total de 329 -, alguns reivindicavam uma vota��o, Halbusi anunciou: "Decis�o adotada!". Depois, retirou-se.
A vota��o foi elogiada pelo Ir�, que considerou que, "com a ado��o desta lei, a manuten��o da presen�a americana o Iraque equivale a uma ocupa��o".
As brigadas Kataeb Hezbollah, a fac��o mais radical do Hashd al-Shaabi, pediram aos soldados iraquianos que se afastem, a partir de domingo � noite, "pelo menos 1.000 metros" dos lugares onde os militares americanos est�o estacionados. O an�ncio d� a entender que estes locais podem ser alvo de ataques. Os EUA t�m cerca de 5.200 soldados no Iraque.
O secret�rio de Estado americano, Mike Pompeo, criticou firmemente a amea�a.
O movimento xiita liban�s Hezbollah, cujos homens lutam ao lado do governo s�rio e de seu aliado iraniano, pediu ao Iraque que se liberte da "ocupa��o" dos Estados Unidos. Disse ainda que o Ex�rcito americano "pagar� o pre�o pelo assassinato" de Soleimani.
Diante do aumento das tens�es, Washington j� havia anunciado, recentemente, o envio extra de algo em torno de 3.000 a 3.500 soldados para a regi�o.
Bagd� convocou o embaixador americano para denunciar "uma viola��o da soberania do Iraque" com "opera��es militares ileg�timas [...] que podem levar a uma escalada de tens�es na regi�o".
No domingo, uma multid�o desfilou nas cidades iranianas de Ahvaz (sudoeste), Zankhan (nordeste) e Mashhad (nordeste), recebendo o caix�o de Soleimani entre clamores de "Morte aos Estados Unidos". Essa palavra de ordem tamb�m foi ouvida no Parlamento iraniano.
O movimento continuou nesta segunda-feira (6), nas ruas de Teer�, com um mar de gente reunido para acompanhar as cerim�nias em homenagem a Qassem Soleimani.