
Ap�s quatro horas de debates, o Senado dos EUA, de maioria republicana, descartou a mo��o que convocaria testemunhas para depor no processo de impeachment do presidente Donald Trump, afastando a possibilidade de destitui��o. Na vota��o, os democratas conseguiram o voto de dois senadores republicanos, mas perderam por 51 a 49.
Os dois votos contr�rios dentro do partido do presidente foram do senador Mitt Romney, ex-candidato presidencial e desafeto de Trump, e da senadora Susan Collins, uma republicana moderada que disputa uma reelei��o dif�cil em um Estado que costuma oscilar entre os dois partidos.
O voto decisivo pr�-Trump acabou sendo da senadora Lisa Murkowski, do Alasca, uma republicana que n�o � uma aliada autom�tica do presidente, mas preferiu seguir a orienta��o do partido. Murkowski anunciou a decis�o nas primeiras horas da tarde de ontem, o que tornou o resultado mais previs�vel. Segundo ela, as acusa��es de abuso de poder e obstru��o do Congresso eram "falhas" e "apressadas".
Desde o in�cio, os democratas sabiam que destituir Trump seria improv�vel, em raz�o de os republicanos dominarem o Senado - s�o 53 senadores de um total de 100. Nos �ltimos dias, por�m, a press�o sobre os republicanos moderados havia aumentado ap�s novas revela��es de John Bolton, ex-secret�rio de Seguran�a Nacional.
Desde o in�cio da semana, Bolton fez circular o rascunho de um livro de mem�rias que derruba a tese da defesa e confirma que Trump pressionou o governo da Ucr�nia a investigar o democrata Joe Biden, maior amea�a � reelei��o do presidente.
Ontem, poucas horas antes da vota��o decisiva, o New York Times publicou novos trechos do livro em que Bolton afirma que Trump pediu sua ajuda para pressionar a Ucr�nia dois meses antes do telefonema amea�ador ao presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, que deu origem ao processo de impeachment.
Durante algumas horas, especulou-se se a not�cia faria Murkowski ou qualquer outro senador republicano mudar de ideia, o que n�o aconteceu. Por isso, em raz�o da lealdade apresentada pelos aliados, a vota��o sobre o impeachment de Trump passou a ser considerada uma formalidade. Para ser removido do cargo, seriam necess�rios dois ter�os do Senado - ou seja, 20 republicanos teriam de abandonar o presidente.
Ap�s a vota��o de ontem, os senadores foram orientados a permanecer no Congresso, o que abriria a possibilidade de o impeachment ser encerrado a qualquer momento. No entanto, a possibilidade de uma nova vota��o foi logo descartada. Segundo o senador republicano Mike Braun, o Senado voltaria a se reunir na segunda-feira para concluir o julgamento at� quarta-feira.
O adiamento da decis�o favorece alguns senadores democratas - Amy Klobuchar, Bernie Sanders e Elizabeth Warren - que disputam a elei��o prim�ria no Estado de Iowa. A vota��o ocorre na segunda-feira e os tr�s estiveram presos em Washington, em audi�ncias do impeachment, e n�o puderam fazer campanha.
Se seguir o cronograma estabelecido ontem, o processo de impeachment tamb�m deve ser conclu�do depois do tradicional discurso sobre o Estado da Uni�o, na ter�a-feira � noite. Trump confidenciou que preferia falar ao Congresso j� completamente livre das acusa��es, o que tamb�m parece improv�vel. (Com ag�ncias internacionais)