EUA: no caucus, anota��es � caneta e convers�o de eleitor at� o �ltimo minuto

A arquibancada da arena esportiva da Drake University, na capital do Estado de Iowa (EUA) tinha blocos inteiros de assentos vazios separando ao menos cinco pequenas aglomera��es na segunda-feira, 3. O cen�rio mostrava que nenhum jogo de basquete seria a atra��o principal da noite e o p�blico tamb�m era bem diferente do que esteve quatro dias antes no mesmo local, para um com�cio do presidente Donald Trump. O Knapp Center, nome dado ao gin�sio, � uma das maiores zonas eleitorais da cidade de Des Moines e onde 849 eleitores democratas se reuniram para escolher o candidato que querem ver nomeado para disputar a Casa Branca contra Trump.

Em Iowa, as pr�vias s�o realizadas atrav�s de caucuses, esp�cie de assembleia de eleitores na qual o debate sobre o voto � p�blico e os eleitores se juntam em grupos em diferentes partes de um mesmo local - que pode ser um gin�sio ou uma sala de aula - para mostrar sua prefer�ncia.

Para um candidato ser contabilizado no caucus, precisa receber apoio de 15% ou mais dos presentes. O eleitor que votou em um candidato que n�o recebeu votos suficientes pode ir embora ou escolher um dos candidatos vi�veis e se juntar ao grupo. No est�dio da Drake University, com 849 presentes, eram necess�rios 127 votos para que um candidato fosse considerado vi�vel, anunciou o coordenador da �rea Jeffrey Goetz.

Os eleitores ficam sentados na arquibancada, junto ao grupo de apoiadores do candidato que escolheram, e preenchem fichas de papel. Integrantes do partido ent�o pedem que os eleitores levantem a ficha e contam, no olho, cada uma das fileiras de assentos, subindo e descendo os degraus do gin�sio. Goetz, ent�o, grita no microfone os resultados da primeira rodada de consultas e d� 15 minutos para que os eleitores que viram seus candidatos descartados decidam sua posi��o.

Benjamin Vanvleet foi um dos eleitores que subiu os degraus do gin�sio no intervalo para ouvir as propostas de volunt�rios das demais campanhas. Depois de pouco mais de cinco minutos de conversa com um dos eleitores de Elizabeth Warren, ele aceitou pegar o adesivo de apoio da senadora e, apesar de n�o colar o slogan de campanha em sua blusa, se dirigiu ao grupo que a apoia.

"Eu estava alinhado com Yang, mas como ele n�o se viabilizou, eu precisava escolher outro candidato para ser levado em conta nessa noite eu precisava escolher outro candidato. E eu decidi fazer isso, eu precisava ir para algum lugar. Warren tem ideias que eu apoio de alguma forma. Fez algum sentido para mim mudar para algum lado", disse o professor. Andrew Yang, primeira op��o de Vanvleet, teve 28 apoiadores l�.

Warren largou bem no DM-62, o recinto eleitoral da Drake University, com a maioria dos votos: 212 e seguiu em primeiro lugar no local ap�s a segunda rodada de vota��o, com 227 apoiadores. Mas Pete Buttigieg foi quem conquistou mais eleitores entre o primeiro e o segundo turnos. Foram dados 22 votos a mais para o ex-prefeito de South Bend, Indiana, na segunda rodada, terminando a noite com 194 votos entre os presentes no gin�sio da Drake University.

Amy Klobuchar ficou em terceiro lugar ali, com 149 votos, � frente de Joe Biden (138) e Bernie Sanders (134). O mau desempenho de Sanders em Polk County, tido como o favorito das pr�vias em Iowa, j� era esperado. Em 2016, o condado votou por Hillary Clinton, com 53,1% dos votos, ante 46,1% a Warren.

Um dos argumentos mais ouvidos pela volunt�ria Katia Shepherd, que mora em Des Moines e tentava convencer indecisos na janela de tempo concedida, � o de que o partido democrata n�o tem sido justo. "Algumas pessoas escolheram candidatos que foram muito enf�ticos na hora de vocalizar essas cr�ticas ao partido", disse ela, que conseguiu falar com 4 pessoas no intervalo e mostrava, orgulhosa, as cadeiras com os arregimentados pelo time de Warren.