
Brasil pode engrossar a lista de casos de coronav�rus que se alastram fora da China e j� est�o em quatro pa�ses europeus e mataram 11 pessoas na It�lia. O Minist�rio da Sa�de confirmou ontem que o homem de 61 anos vindo da regi�o da Lombardia, na It�lia e que chegou ao pa�s no dia 21 testou positivo para o Covid-19 nos primeiros testes feitos no Hospital Albert Einstein. A confirma��o do caso ainda depende de uma contraprova que ser� feita a partir de hoje. At� agora o Brasil tinha quatro casos suspeitos, tr�s em S�o Paulo, e um no Rio de Janeiro, mas sem nenhuma confirma��o ap�s o descarte de 54 suspeitos com sintomas. O homem que possivelmente est� contaminado ficou na It�lia entre 9 e 21 de fevereiro. A Anvisa informou que est� localizando os passageiros que chegaram no mesmo voo que o homem para monitoramento
Enquanto o Brasil se assusta com o que pode ser a chegada do coronav�rus ao pa�s, ele se propaga com rapidez pela Europa. Ontem foram confirmados casos de contamina��o na �ustria, Cro�cia, Espanha e Su��a. A It�lia confirmou, ontem, mais 4 mortes por Covid-19, 3 delas na regi�o na Lombardia e outra na regi�o de Veneto, ambas no norte do pa�s. As tr�s v�timas na Lombardia estavam na casa dos 80 anos, de acordo com a ag�ncia de prote��o civil italiana. At� a �ltima atualiza��o da reportagem, n�o havia detalhes sobre a quarta v�tima. Com os novos registros, s�o agora 11 mortes por Covid-19 no territ�rio italiano, e 322 casos da doen�a. Mais cedo, a It�lia havia confirmado os primeiros casos da doen�a no Sul de seu territ�rio – antes, os casos estavam concentrados no Norte.
Mais cedo, outros quatro pa�ses europeus, todos pr�ximos � It�lia, diagnosticaram os primeiros pacientes com Covid-19: �ustria, Cro�cia, Espanha (continental) e Su��a. As 4 na��es afirmaram, durante coletiva de imprensa, que n�o v�o fechar as fronteiras com o territ�rio italiano. A Fran�a tamb�m detectou mais 2 casos em seu territ�rio. As novas mortes pelo novo coronav�rus no Ir�, Jap�o e Coreia do Sul alimentavam ontem o medo de uma pandemia mundial, � medida que a doen�a afeta pa�ses pobres e com poucos recursos de sa�de. A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) declarou que a epidemia passa por um momento de estabilidade na China, onde morreram mais de 2.600 pessoas e que registrou 77.000 casos da doen�a.
Mas a situa��o � cada vez pior fora da China, com 2.700 casos e 40 mortos em todo o planeta, o que provocou restri��es de viagens, cancelamentos de partidas de futebol e o isolamento de zonas inteira para evitar cont�gios. Coreia do Sul, It�lia e Ir� registraram um dr�stico aumento nas infec��es e nas mortes pelo coronav�rus, enquanto v�rios pa�ses do Oriente M�dio anunciaram os primeiros casos.
O diretor geral da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, insistiu que o v�rus ainda pode ser contido e elogiou as medidas dr�sticas adotadas na China, com grandes cidades em quarentena. “No momento n�o estamos testemunhando uma propaga��o mundial impar�vel do v�rus, nem mortes em grande escala”, declarou na segunda-feira.
Ghebreyesus, no entanto, afirmou que os pa�ses devem fazer o m�ximo poss�vel em prepara��o para uma “poss�vel pandemia”, um termo que descreve uma doen�a que se propaga por v�rios pa�ses. Estados Unidos, com 53 casos, pretende investir US$ 2,5 bilh�es no combate � doen�a, de acordo com a imprensa. O Ir� se tornou um dos centros do coronav�rus, com 15 mortes at� o momento. O pa�s luta para conter a doen�a desde a semana passada, quando anunciou as duas primeiras mortes em Qom, um centro de peregrina��o visitado por muitos estrangeiros. At� o momento, o Ir�, que recebeu ontem uma equipe da OMS, confirmou 61 cont�gios, o que significa que a taxa de mortalidade no pa�s � a mais elevada no mundo. Muitos acreditam que o pa�s pode ter mais casos.
O vice-ministro iraniano da Sa�de, Iraj Harirchi, foi infectado com o novo coronav�rus. V�rios pa�ses vizinhos decidiram vetar a entrada de pessoas procedentes do Ir�, mas o v�rus j� chegou ao Afeganist�o e outras na��es da regi�o. A OMS advertiu que os pa�ses com escassas infraestruturas de sa�de s�o os que correm mais risco.
Gravidade
Na Coreia do Sul, o presidente Moon Jae-in advertiu que o foco da doen�a � "muito grave", com 10 mortos at� agora e quase mil casos de infec��o, o mais elevado fora da China. O pa�s cancelou apresenta��es de astros do K-pop e suspendeu eventos esportivos, como o Mundial de t�nis de mesa, que seria disputado em mar�o na cidade de Busan e foi adiado para junho. O Parlamento sul-coreano permaneceu fechado ontem para o servi�o de limpeza, depois da confirma��o da morte de uma pessoa que compareceu a uma reuni�o no local na semana passada. Mais de 80% das infec��es aconteceram nas proximidades de Daegu, a quarta maior cidade do pa�s, onde as ruas est�o vazias e as pessoas procuram m�scaras. Muitos casos est�o relacionados com a igreja Shincheonji, acusada por seus detratores de ser uma seita.
O Centro de Controle de Doen�as dos Estados Unidos pediu a seus cidad�os que evitem viagens n�o essenciais � Coreia do Sul. No Jap�o morreu o quarto passageiro do Diamond Princess, um cruzeiro bloqueado h� v�rios dias com 700 pessoas que apresentaram resultado positivo para o coronav�rus. A v�tima era um homem de 80 anos. As infec��es tamb�m dispararam no territ�rio japon�s, com pelo menos 160 casos e um morto. O governo ampliou o n�mero de hospitais com capacidade para receber pacientes e pediu que as pessoas com sintomas moderados permane�am em casa. O ministro da Sa�de do Jap�o, Katsunobu Kato, pediu �s empresas que "permitam que as pessoas n�o compare�am aos escrit�rios e estimulem o sistema de “home office””. A Federa��o Japonesa de Futebol anunciou o adiamento de todas as partidas at� pelo menos 15 de mar�o.
Turistas s�o confinados na �ustria e na Espanha
Centenas de turistas de um hotel em Tenerife, no arquip�lago espanhol das Ilhas Can�rias, foram confinados em seus quartos ap�s um poss�vel caso de coronav�rus em um de seus clientes, um italiano. A Cro�cia confirmou o primeiro caso do novo coronav�rus na regi�o dos B�lc�s. Na China foram registrados 508 novos casos, mas apenas nove na prov�ncia de Hubei, epicentro da epidemia. O hotel � o H10 Costa Adeje Palace, no Sul da ilha de Tenerife, um destino muito precioso para turistas do Norte da Europa e que celebra o carnaval nos �ltimos dias. No estabelecimento estava alojado um turista italiano que na noite de segunda-feira deu positivo em um primeiro exame, e aguardava confirma��o de um segundo teste, afirmou � AFP uma porta-voz do Minist�rio da Sa�de do governo regional das Can�rias.
A porta-voz informou que, neste momento, "centenas de h�spedes do hotel est�o sob vigil�ncia sanit�ria", embora n�o se trate estritamente de uma quarentena. A associa��o hoteleira local Ashotel pediu "tranquilidade", garantindo que "os protocolos estabelecidos est�o funcionando" e indicou que "cerca de 1.000 pessoas" est�o isoladas. Al�m do caso de Tenerife, as autoridades aguardam a confirma��o de mais outro, que deu positivo em um primeiro exame na regi�o da Catalunha. O governo espanhol afirmou que se trata de uma mulher residente de Barcelona e que viajou para o norte da It�lia nos �ltimos dias.
Na �ustria, as autoridades em quarentena um hotel na cidade tur�stica Innsbruck, capital da regi�o alpina do Tirol, onde trabalhava uma recepcionista italiana contaminada pelo coronav�rus, informou a imprensa local. Uma porta-voz do governo do Tirol n�o quis identificar o local de trabalho dessa mulher, mas, segundo a m�dia local, � o Gran Hotel Europa, com 108 quartos, no centro da cidade. “Ningu�m pode entrar ou sair enquanto as autoridades verificam quem esteve em contato”, disse a porta-voz � AFP, acrescentando que a casa dessa mulher, tamb�m em Innsbruck, foi isolada.
A mulher e seu companheiro, tamb�m italiano, foram colocados em quarentena em um hospital da cidade, onde foram diagnosticados com o novo coronav�rus, segundo G�nther Weiss, diretor do hospital universit�rio de Innsbruck. Este � o primeiro caso de COVID-19 no pa�s. Os dois, ambos de 24 anos, viajaram na sexta-feira de carro da Lombardia, de onde s�o, para a �ustria. Lombardia � a regi�o italiana mais afetada pela epidemia.
