A epidemia de coronav�rus que se propaga fora da China entrou em uma fase decisiva, segundo a Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS), enquanto o mundo adota medidas dr�sticas para conter sua propaga��o, que chegou a todos os continentes, deixando 82.000 contaminados e cerca de 2.800 mortos.
At� agora, a China era considerada o �nico foco mundial da epidemia de COVID-19, mas o risco aumentou com o surgimento de focos da doen�a em pa�ses como Coreia do Sul, It�lia ou Ir�. A Coreia do Sul anunciou mais de 500 novas infec��es.
"Estamos em um momento decisivo", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS em Genebra, que lembrou que nos �ltimos dois dias, o n�mero di�rio de novos casos no resto do mundo foi superior ao registrado na China, onde o v�rus surgiu em dezembro.
"Se agirmos agora sem demora, podemos parar esse coronav�rus. Meu conselho � agir rapidamente", disse Ghebreyesus, em entrevista coletiva, onde classificou o v�rus de "muito perigoso".
Mais de 78.000 pessoas foram infectadas na China, das quais 2.744 morreram, e se espalhou por cerca de 45 pa�ses, com um saldo provis�rio de 3.600 infec��es e mais de 50 mortes.
- Medidas dr�sticas -
A Ar�bia Saudita suspendeu "temporariamente" a entrada de peregrinos que viajavam para Meca.
A medida afeta a Umra, a peregrina��o que atrai v�rias dezenas de milhares de mu�ulmanos todos os meses e que, ao contr�rio do Hajj, que ocorre em datas espec�ficas do calend�rio isl�mico, pode ser realizada em qualquer �poca do ano.
O primeiro-ministro japon�s Shinzo Abe ordenou o fechamento de todas as escolas p�blicas do pa�s a partir de segunda-feira.
At� agora pouco afetado, o Estados Unidos est� preparado para responder � epidemia em "uma escala muito maior", garantiu o presidente Donald Trump na quarta-feira. Ele considerou a possibilidade de proibir a entrada de viajantes estrangeiros da It�lia e da Coreia do Sul no pa�s, como j� fez com a China.
O Ir� informou nesta quinta-feira sobre sete novas mortes, elevando o total para 26, o maior n�mero de mortes fora da China pelo COVID-19. O Iraque fechou locais p�blicos at� 7 de mar�o.
- Efeito bumerangue -
A China, que confinou mais de 50 milh�es de pessoas em Hubei (centro), epicentro da epidemia, est� preocupada com a "importa��o" de casos de outros pa�ses.
Pequim anunciou na quarta-feira que pessoas de regi�es "severamente afetadas" pelo coronav�rus ter�o que passar por quarentena.
O COVID-19 parece ter se estabilizado naquele pa�s onde o n�mero de mortes continua a cair. As autoridades anunciaram na quinta-feira 29 mortos, o n�mero mais baixo em um m�s.
- It�lia, novo foco -
Na quarta-feira, foi confirmado o primeiro caso de infec��o no Brasil, um homem de 61 anos que mora em S�o Paulo e que acaba de voltar da regi�o italiana da Lombardia.
Como no Brasil, a maioria dos novos casos de cont�gio registrados na Espanha, Arg�lia, Est�nia, Gr�cia, Ge�rgia, Noruega, Rom�nia, �ustria, Alemanha, Su��a, Dinamarca ou Maced�nia do Norte s�o 'importados' da It�lia, onde h� cerca de 500 casos e 14 mortes foram registradas em decorr�ncia da doen�a.
Muitos pa�ses europeus refor�aram as medidas de preven��o e aconselham seus cidad�os a n�o visitarem as regi�es italianas afetadas.
O ministro das Rela��es Exteriores da It�lia, Luigi Di Maio, pediu aos turistas estrangeiros que n�o deixem de visitar a It�lia, que colocou em quarentena 11 prov�ncias do norte do pa�s.
- Abusos -
Enquanto alguns sofrem, outros se aproveitam da crise: m�scaras protetoras e g�is desinfetantes s�o vendidos a pre�o do ouro na It�lia, o que levou a pol�cia a revisar dados e informa��es.
Efeito colateral da epidemia, a partida de rugby do Torneio das Seis Na��es entre Irlanda e It�lia, marcada para 7 de mar�o em Dublin, foi adiada.
A Su��a cancelou seu prestigioso sal�o de relojoaria e as empresas estrangeiras estabelecidas na China j� reduziram suas metas anuais, de acordo com pesquisas realizadas pelas c�maras de com�rcio.
As principais bolsas europeias perderam mais de 3% na quinta-feira e o petr�leo caiu cerca de 2%.