A Organiza��o dos Pa�ses Exportadores de Petr�leo (Opep) prop�s ontem aos seus parceiros corte dr�stico na produ��o de 1,5 milh�o de barris por dia para conter a queda no pre�o do petr�leo provocada pelo avan�o do novo coronav�rus, proposta que a R�ssia ter� que aprovar. Os ministros concordaram em recomendar “um novo ajuste de 1,5 milh�o de barris por dia at� 30 de junho de 2020”, afirmou a Opep por meio de comunicado, ap�s a reuni�o dos representantes do grupo em sua sede em Viena. Segundo maior produtor mundial de petr�leo, atr�s dos Estados Unidos e � frente da Ar�bia Saudita, Moscou baseou suas previs�es de or�amento em um barril em US$ 42,4 e est� satisfeito com o atual n�vel de pre�os.
A cota��o do barril de Brent do Mar do Norte, refer�ncia europeia no mercado do �leo, se mantinha perto da barreira simb�lica de US$ 50 ontem. O barril de Brent para entrega em maio fechou com queda de 2,2%, a US$ 49,99, n�vel que n�o alcan�ava desde julho de 2017. As bolsas de valores sentiram o temor no Golfo P�rsico.
S� os 13 membros da Opep participaram dessa primeira reuni�o para apresentar uma posi��o �nica a seus outros 10 parceiros, incluindo a R�ssia, e que se reunir�o hoje. Desde 2017, a alian�a de 23 pa�ses, chamada Opep+, mant�m cotas de produ��o estritas para suportar os pre�os. Em dezembro, aumentou seu corte de 1,2 para 1,7 milh�o de barris por dia. Em todo o mundo, a epidemia viral produziu 97.616 casos conhecidos desde o in�cio da epidemia, incluindo 3.347 pessoas mortas em 85 pa�ses e territ�rios, de acordo com a ag�ncia de not�cias AFP.
Diante de um mercado com excesso de oferta, a situa��o piorou nas �ltimas semanas, � medida que a epidemia de pneumonia viral se espalha pelo mundo. A Organiza��o para Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE), formada por 36 pa�ses desenvolvidos, reduziu na segunda-feira sua previs�o de crescimento global para 2020 de 2,9% para 2,4%, depois que a Ag�ncia Internacional de Energia alertou sobre as consequ�ncias “significativas” do coronav�rus para a demanda de petr�leo bruto.
Na Ar�bia Saudita, que integra a Opep, a decis�o, considerada necess�ria, de suspender a Umra, a peregrina��o a Meca que pode ser realizada durante todo o ano, devido � propaga��o do novo coronav�rus amea�a a economia do pa�s e sua imagem internacional. Na quarta-feira, as autoridades suspenderam a peregrina��o considerada menor, pelo fato de que pode ser feita fora do per�odo do hajj, a maior peregrina��o � cidade sagrada.
Trata-se de uma decis�o que faz temer pelo futuro do hajj, um dos principais pilares da religi�o isl�mica, que este ano deve ocorrer entre o fim de julho e in�cio de agosto. O pa�s tamb�m proibiu a entrada de peregrinos nas cidades santas de Meca e Medina, os lugares mais sagrados para o Isl�.
Preju�zo religioso
Essas medidas preventivas surgem em um momento em que os pa�ses do Golfo temem a propaga��o da epidemia do novo coronav�rus ap�s ter registrado mais de 150 casos, em sua maioria de pessoas que voltaram de peregrina��es no Ir�, um dos maiores focos da epidemia no mundo, depois da China. A pequena peregrina��o na Ar�bia Saudita corria o risco de se tornar um foco importante de contamina��o. No pa�s, foram confirmados cinco casos de pessoas infectadas pelo v�rus.
A suspens�o do evento religioso soma-se �s medidas de preven��o tomadas por outros pa�ses, incluindo rivais regionais como Ir�, Catar e Turquia. A decis�o saudita frustrar� milh�es de fi�is que se programavam para fazer a peregrina��o aos lugares santos. Al�m disso, ter� que renunciar a bilh�es de euros do lucro anual por causa do turismo religioso.
Muitos fi�is de todo o mundo investem todas suas economias para realizar a pequena peregrina��o. Para muitos, a suspens�o da Umra j� simboliza uma cat�strofe. Nesse sentido, a Embaixada da Indon�sia em Riad pediu �s autoridades sauditas que permitam os seus cidad�os a continuar com os planejamentos de peregrina��o.
Grandes institui��es religiosas na Ar�bia Saudita, assim como no exterior, aprovaram a suspens�o da Umra. No entanto, segundo Yasmine Farouk, especialista em Ar�bia Saudita no centro Carnegie Endowment for International Peace, em Washington, a decis�o poderia “colocar em d�vida o controle saudita dos lugares santos do Isl�”. O turismo religioso, que representa US$ 12 bilh�es, segundo dados do governo, � vital para as finan�as sauditas.
Verba nos EUA O Congresso dos Estados Unidos (EUA) aprovou ontem plano de emerg�ncia de US$ 8,3 bilh�es para financiar a luta contra a propaga��o do novo coronav�rus no pa�s. O Senado votou quase por unanimidade a favor desse financiamento excepcional, resultado de um acordo entre legisladores republicanos e democratas e que j� havia sido votado na quarta-feira pela C�mara dos Deputados.
“O Congresso demonstrou uma capacidade de lideran�a forte e decisiva contra o novo coronav�rus”, disse o senador democrata Patrick Leahy, que recebeu com agrado o texto que foi redigido e aprovado por ambas as partes “em nove dias devido � emerg�ncia”. No pa�s, mais de 180 pessoas foram diagnosticadas com C0VID-19, que at� agora deixou 11 mortos, segundo a ag�ncia de not�cias AFP.
Perda de a�reas chegaria a US$ 113 bi
A Associa��o Internacional de Transportes A�reos (Iata, na sigla em ingl�s) previu ontem que as perdas de receita do setor em fun��o da epidemia do novo coronav�rus dever�o ficar entre US$ 63 bilh�es e US$ 113 bilh�es neste ano. Em fevereiro, a Iata havia feito proje��o de perdas de receita bem menor, de cerca de US$ 29,3 bilh�es, levando em considera��o cen�rio no qual o surto se restringiria basicamente � China e a mercados ligados ao pa�s.
Ontem, a epidemia fez sua primeira v�tima no setor a�reo: a companhia a�rea regional Flybe, do Reino Unido, que apresentou pedido de fal�ncia. O processo de colapso da empresa, que � noticiado em todos os ve�culos de comunica��o locais, se acelerou com a forte queda da demanda por viagens em fun��o da dissemina��o do v�rus.
Desde janeiro, a companhia apresentava dificuldades, mas o governo do Reino Unido afastou a possibilidade de qualquer interven��o p�blica direta na empresa para tentar salv�-la. Aprovaria, no entanto, um poss�vel financiamento e revis�o de impostos locais. N�o deu tempo. O fechamento da empresa causa um problema para o governo brit�nico, que prometeu “subir o n�vel” do transporte regional no pa�s.
“Todos os voos foram suspensos e os neg�cios no Reino Unido deixaram de operar imediatamente”, comunicou a operadora, descrita como a maior companhia a�rea regional independente da Europa pela imprensa brit�nica.
Prote��o ao papa
O Vaticano est� estudando novas medidas de precau��o a serem estabelecidas nos pr�ximos dias, principalmente em rela��o �s atividades do papa Francisco, para impedir a propaga��o do novo coronav�rus, informou ontem o porta-voz do Santo Padre, Matteo Bruni. Ele n�o especificou se o pont�fice de 83 anos, t�o pr�ximo aos fi�is, permanecer� provisoriamente longe da multid�o nas audi�ncias de quarta-feira, ou evitar� contato f�sico com seus visitantes. Francisco � conhecido por sua predisposi��o para apertar a m�o, dar beijos nas bochechas ou na testa, o que significa um poss�vel contato com milhares de micr�bios que n�o parecem assust�-lo.