O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e o almirante Craig Faller, comandante do Comando Sul americano, assinaram neste domingo (8), em Miami, um acordo bilateral de defesa, que busca "melhorar ou fornecer novas capacidades militares".
Sem declara��es � imprensa, Bolsonaro e Faller assinaram o pacto na sede do Comando Sul, que dirige as opera��es militares dos Estados Unidos no Caribe, na Am�rica Central e do Sul.
O Acordo de Projetos de Pesquisa, Testes e Avalia��o abre caminho para que EUA e Brasil "desenvolvam futuros projetos conjuntos alinhados com o m�tuo interesse das partes, abrangendo a possibilidade de aperfei�oar ou prover novas capacidades militares", segundo nota do porta-voz da Defesa brasileiro.
"O Brasil � um dos nossos parceiros mais importantes no hemisf�rio. Valorizamos nossa sociedade com as for�as armadas brasileiras e ansiamos dar novos e importantes passos para expandir nossa coopera��o militar", disse Faller.
A assinatura ocorre no dia seguinte ao presidente americano, Donald Trump, receber Bolsonaro em sua resid�ncia e clube de golfe Mar-a-Lago, em Palm Beach, 113 km ao norte de Miami.
Ap�s o encontro de s�bado � noite, os dois mandat�rios discutiram sobre a crise venezuelana e reiteraram seu apoio ao l�der da oposi��o, Juan Guaid�, a quem reconhecem como presidente interino da Venezuela.
Neste domingo, Bolsonaro reiterou no Twitter, entre outras coisas, o apoio dos dois presidentes ao presidente encarregado venezuelano Juan Guaid�, assim como � realiza��o de elei��es livres e justas na Bol�via, o que Trump j� tinha dito na noite anterior.
O acordo de defesa permite "reduzir processos burocr�ticos no com�rcio de produtos militares" nos dois pa�ses.
Tamb�m abre o mercado dos Estados Unidos para o Brasil e facilita a entrada de produtos brasileiros em outros 28 pa�ses-membros da Organiza��o do Tratado do Atl�ntico Norte (Otan), uma alian�a multilateral de defesa.
O Brasil n�o � membro, mas foi designado pelos Estados Unidos como "aliado preferencial extra-Otan".
Em mar�o do ano passado, os dois presidentes assinaram um acordo de salvaguardas tecnol�gicas que permite o uso da base de Alc�ntara (no norte do Brasil) para o lan�amento de foguetes norte-americanos.
- Press�o na Venezuela -
EUA e Brasil promovem as medidas de press�o contra o governo venezuelano. Ambos fazem parte dos cerca de 50 pa�ses que consideram o mandat�rio Nicol�s Maduro ileg�timo e reconhecem o l�der da oposi��o Juan Guaid� como presidente interino.
Trump e Bolsonaro "reiteraram o apoio de seus pa�ses � democracia da regi�o, incluindo o presidente encarregado da Venezuela, Juan Guaid�, e a Assembleia Nacional venezuelana democraticamente eleita, em seu trabalho para restabelecer a ordem constitucional na Venezuela", informou o governo brasileiro em nota.
Em declara��es curtas � imprensa, Trump elogiou o brasileiro. "Ele faz um trabalho fant�stico, fant�stico. O Brasil o ama e os Estados Unidos o amam", disse a jornalistas na sa�da do jantar.
Bolsonaro, que se reconhece como um grande admirador do contraparte americano, n�o deu declara��es � imprensa.
Uma importante autoridade do governo americano havia dito � imprensa no s�bado que o tema mais importante no jantar de s�bado � noite seria "a crise na Venezuela (...), que provavelmente sofrer� a pior crise humanit�ria e de seguran�a que o hemisf�rio ocidental sofreu em tempos modernos".
Na quinta-feira, o governo brasileiro ordenou a retirada de todos os seus diplomatas e funcion�rios de servi�os estrangeiros da Venezuela e pediu a Maduro que retirasse os seus do territ�rio brasileiro.
Em Caracas, o governante venezuelano denunciou na sexta-feira um suposto plano dos EUA de desencadear um conflito que justificaria uma interven��o militar na Venezuela com a ajuda dos vizinhos Col�mbia e Brasil.
"Um plano para levar a guerra � Venezuela foi decidido da Casa Branca", disse Maduro no pal�cio presidencial de Miraflores.
"Jair Bolsonaro foi chamado � mans�o Donald Trump em Miami, o �nico assunto: empurrar o Brasil para um conflito armado com a Venezuela; � o �nico assunto que ele tem com Jair Bolsonaro e, da Venezuela, n�s denunciamos", afirmou.