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Estado de Minas

Psic�logos atendem chineses, emocionalmente sobrecarregados pelo coronav�rus

Linha telef�nica de assist�ncia psicol�gica recebe cerca de 20 liga��es por dia, inclusive de pacientes nervosos achando que o tratamento n�o tem efeito


postado em 10/03/2020 09:30 / atualizado em 10/03/2020 10:26

Mulher sozinha e toda protegida vai às compras no supermercado(foto: Hector RETAMAL / AFP)
Mulher sozinha e toda protegida vai �s compras no supermercado (foto: Hector RETAMAL / AFP)

O medo da infec��o, a solid�o da quarentena, ou a press�o dos m�dicos para salvar vidas s�o alguns dos muitos problemas em que os psic�logos trabalham na China, mergulhada na como��o causada pela epidemia do novo coronav�rus.


A escassez de profissionais qualificados aumenta o problema em um pa�s onde 50 milh�es de habitantes est�o confinados na prov�ncia de Hubei, no centro do pa�s. Ponto de origem do v�rus, muitos chineses desta regi�o ainda est�o sendo mantidos em quarentena em suas casas.


"Todos os dias, cerca de 20 pessoas ligam. Algumas pessoas viram seus entes queridos morrerem, devido � falta de medicamentos no in�cio da epidemia, quando n�o havia leitos suficientes nos hospitais", explica Xu, psic�logo de um hospital de Wuhan.


Estudantes presos em casa, porque as escolas continuam fechadas, gr�vidas que t�m medo por seus beb�s, ou pais que devem enfrentar o problema do fechamento de creches e escolas tamb�m telefonam para essas linhas de assist�ncia psicol�gica.


"Muitos telefonemas tamb�m v�m de pacientes nervosos, porque o tratamento n�o tem efeito sobre eles, ou de pessoas com medo de cont�gio", acrescenta Xu.


Em Wuhan, na prov�ncia de Hubei, os primeiros casos foram detectados no final de 2019. A maioria das mortes e dos cont�gios tamb�m est� concentrada na cidade e, portanto, a ajuda psicol�gica � mais necess�ria.


O novo coronav�rus contaminou mais de 80.750 pessoas na China, das quais mais de 4.000 morreram.


O confinamento, ao qual milhares de chineses s�o for�ados, tamb�m gera um sentimento de incerteza, t�dio e solid�o, sublinha Chee Ng, professor de psiquiatria da Universidade de Melbourne, na Austr�lia.


"Quanto mais longa a quarentena, mais repercuss�es ela tem na sa�de mental", diz ele.

 


"Alguns afundam"


A China tem apenas 2,2 psiquiatras a cada 100.000 habitantes, segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS). � um pa�s onde a aceita��o e o tratamento de problemas psicol�gicos ainda s�o limitados.


O Minist�rio da Sa�de indicou que mais de 300 linhas telef�nicas de assist�ncia psicol�gica foram ativadas por universidades, autoridades locais, ou organiza��es especializadas.


V�rios volunt�rios desses servi�os em Pequim, ou em Xangai, disseram � AFP n�o terem recebido qualquer treinamento espec�fico para lidar com uma crise dessa magnitude.


"E alguns deles afundam quando o turno termina", conta Ming Yue, psiquiatra estagi�ria nesta plataforma criada por uma universidade em Pequim.


"Eles est�o chocados e tristes", acrescenta.


De Wuhan, Xu explica que acorda todas as manh�s e dedica alguns minutos � medita��o antes de ir ao hospital para trabalhar.


"� minha maneira de ser forte. Caso contr�rio, a carga psicol�gica seria muito pesada", explica.

M�sica relaxante

Os m�dicos e profissionais da sa�de que trabalham com os doentes nos hospitais tamb�m fazem parte dos grupos mais vulner�veis, principalmente quando precisam cuidar de seus colegas doentes.

Mais de 3.400 trabalhadores de servi�os de sa�de foram infectados, conforme dados oficiais.


A propaganda estatal os apresenta como "her�is", o que poderia ter um efeito negativo sobre eles, segundo o professor Chee Ng.


"Quando eles s�o apresentados como fortes e totalmente dedicados ao trabalho, � mais dif�cil aceitar suas pr�prias fraquezas", explica.


O secret�rio-geral da Associa��o de Conselheiros Psicol�gicos de Hubei, Du Mingjun, relata que recebeu apenas alguns telefonemas de profissionais da sa�de.


"A maioria deles est� muito ocupada, ou com vergonha de pedir ajuda", explica ele.


A falta de profissionais qualificados tamb�m levou � cria��o de grupos on-line, dos quais centenas de pessoas participam. Eles compartilham conselhos de especialistas, exerc�cios de medita��o, m�sica relaxante, ou experi�ncias pessoais.


"Minha vida hoje � como se algu�m tivesse pressionado o bot�o 'Pausa'", escreve um cidad�o em um desses f�runs de conversa. Ele mora em Wenzhou, leste da China, outra cidade confinada.


"N�o sei quando poderei dar 'play' e voltar � rotina", completa.


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