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Estado de Minas

Em apenas dois meses, coronav�rus deixou a economia mundial de joelhos; entenda

O mundo descobriu que a desconhecida Wuhan � um "hub" log�stico e de produ��o automotiva para v�rios pa�ses, o que desencadeou a crise econ�mica


postado em 11/03/2020 07:31 / atualizado em 11/03/2020 08:31


Em apenas dois meses, desde o surgimento de um novo coronav�rus na China at� a segunda-feira que provocou a maior queda das Bolsas desde a crise financeira de 2008, a epidemia de COVID-19 deixou a economia mundial de joelhos.


Tudo come�ou na cidade chinesa de Wuhan, uma metr�pole industrial de 11 milh�es de habitantes, onde no fim de dezembro de 2019 foram detectados v�rios casos de uma pneumonia viral de origem desconhecida.


A doen�a se propagou rapidamente e em 9 de janeiro as autoridades chinesas atribu�ram os casos a um novo tipo de coronav�rus.


Dois dias mais tarde, a China registrou a primeira morte provocada pelo novo coronav�rus, que se propagou primeiro aos pa�ses asi�ticos e pouco depois a todo o mundo, superando 115.000 casos de infec��o at� o momento.


No fim de janeiro, o regime comunista determinou uma quarentena para a cidade de Wuhan e proibiu a reabertura de centenas de f�bricas da regi�o ap�s o recesso do Ano Novo chin�s.


Os setores do turismo e dos transportes foram os primeiros a expressar preocupa��o com a epidemia, j� que muitos pa�ses adotaram restri��es � entrada de cidad�os da China.


Ainda em janeiro os mercados registraram os primeiros choques, de Xangai a Wall Street, e os pre�os das mat�rias-primas, que t�m na China um mercado enorme, desabaram.


Entre meados de janeiro e o in�cio de fevereiro, os pre�os do petr�leo ca�ram quase 20%.


Mas isto era apenas o come�o.


Cadeias de produ��o abaladas


O novo coronav�rus deixou evidente a depend�ncia da ind�stria mundial em rela��o � ind�stria chinesa.


O mundo descobriu que Wuhan, uma cidade quase desconhecida at� ent�o, � um "hub" log�stico e centro de produ��o automotivo para v�rios grupos internacionais e que um problema em uma de suas f�bricas pode ter consequ�ncias para v�rias empresas no mundo.


        Leia tamb�m: Mapa mostra casos confirmados de coronav�rus em Minas Gerais

Na Alemanha, Coreia do Sul, Jap�o, It�lia, Fran�a ou Estados Unidos, os empres�rios perceberam a dificuldade que enfrentariam para obter pe�as e componentes produzidos geralmente por s�cios chineses.


A montadora francesa Renault, por exemplo, teve que suspender as atividades em uma de suas f�bricas na Coreia do Sul, enquanto a gigante americana Apple enfrentou um corte na produ��o de seus fornecedores.


Os economistas destacaram um grande "choque de oferta" devido ao papel chave da China no com�rcio mundial e os l�deres mundiais come�aram a expressar preocupa��o com as consequ�ncias para o com�rcio e o crescimento, em um contexto complicado devido �s tens�es comerciais entre China, Estados Unidos e Europa.


"A COVID-19, uma emerg�ncia de sa�de mundial, interrompeu a atividade econ�mica na China e pode colocar em perigo a recupera��o mundial", advertiu em 23 de fevereiro a diretora gerente do Fundo Monet�rio Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.


Perigo de recess�o


Diante da propaga��o da epidemia, as multinacionais alertam que a crise sanit�ria prejudicar� seus resultados e as Bolsas come�am a registrar quedas.


Na �ltima semana de fevereiro, as Bolsas dos Estados Unidos e da Europa perderam 12%, o que n�o acontecia desde 2008-2009, quando a economia mundial entrou em recess�o com a crise financeira.


A palavra recess�o come�a a aparecer nos coment�rios de analistas e governantes. E as autoridades come�am a atuar para tentar evitar o cen�rio.


No dia 3 de mar�o, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) reduz de maneira surpreendente as taxas de juros. A China injeta bilh�es de d�lares no mercado para sustentar sua atividade, enquanto Alemanha, Fran�a e It�lia anunciam planos de apoio a suas empresas.


No dia 11 de mar�o, o Banco de Inglaterra reduz as taxas de juros de 0,75% a 0,25%.


Os pa�ses tentam evitar que � crise de oferta se adicione um choque mundial de demanda, uma forte queda do consumo e dos investimentos, caso outras na��es, como a It�lia, sejam obrigadas a aplicar dr�sticas medidas de confinamento.


A princ�pio, no entanto, como em Los Angeles ou Sydney, as pessoas invadem supermercados com o objetivo de armazenar produtos de primeira necessidade.


Os avi�es, por�m, viajam quase vazios ou permanecem parados � medida que as companhias cancelam milhares de viagens. A epidemia poderia custar �s companhias a�reas at� 100 bilh�es de d�lares, informou em 5 de mar�o a Associa��o Internacional do Transporte A�reo (IATA).


Cota��o do petr�leo desaba


Para piorar o cen�rio, o pre�o do petr�leo despencou em 9 de mar�o, arrastando a Bolsas, que registraram quedas espetaculares.


Tr�s dias dias antes, Ar�bia Saudita e R�ssia n�o alcan�aram um acordo sobre uma redu��o da produ��o para estabilizar o prelo do petr�leo.


Irritada com a falta de consenso, a Ar�bia Saudita inicia uma guerra de pre�os, que deixou a cota��o do barril pr�xima a 30 d�lares, ap�s a baixa mais expressiva em apenas um dia desde a Guerra do Golfo em 1991.


A queda do petr�leo provocou p�nico nas Bolsas, que na segunda-feira fecharam em queda de at� 8% e perderam, em poucas horas, trilh�es de d�lares de capitaliza��o.


Analistas temem que a queda do petr�leo e dos mercados desestabilize os bandos e os grandes fundos de investimento.


Os governos e bancos centrais devem "impedir que uma crise tempor�ria prejudique de forma irremedi�vel as pessoas e empresas com perdas de emprego e fal�ncias", declarou Gita Gopinath, economista chefe do FMI.


Em 2008-2009, o G20 (Grupo dos 20 pa�ses industrializados e emergentes, que representa 66% da popula��o mundial e 85% do PIB) assumiu o comando da reposta � crise, a ponto de ser chamado de "governo econ�mico mundial".


Onze anos depois, a situa��o � consideravelmente diferente com a guerra comercial, o Brexit e a instabilidade pol�tica na Europa.


Nada indica que o G20, presidido este ano pela Ar�bia Saudita, conseguir� desempenhar o mesmo papel que teve na crise de 2008.



 


 


 


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