(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Fran�a busca blindagem para frear a transmiss�o

Entre as medidas anunciadas, todas as escolas, do n�vel infantil �s universidades, ficar�o fechadas por tempo indeterminado. Pa�s j� contabilizou mais de 2,8 mil casos e 61 mortos


postado em 13/03/2020 04:00

Em frente à Torre Eiffel, máscara virou rotina, enquanto Emmanuel Macron diz que a pandemia está apenas começando e terá uma segunda fase (foto: Fotos: Ludovic Marin/AFP)
Em frente � Torre Eiffel, m�scara virou rotina, enquanto Emmanuel Macron diz que a pandemia est� apenas come�ando e ter� uma segunda fase (foto: Fotos: Ludovic Marin/AFP)

Avignon (Fran�a) – O presidente da Fran�a, Emmanuel Macron, anunciou na tarde de ontem medidas radicais na tentativa de frear o novo coronav�rus. A partir de segunda-feira, estar�o fechados todos os estabelecimentos de ensino, do n�vel infantil (incluindo as creches) at� universidades, “at� segunda ordem”. O deslocamento dos franceses est� restrito ao m�ximo. O pa�s tamb�m tomou medidas dr�sticas em n�vel econ�mico e financeiro, embora sem declarar o estado 3 da doen�a, que significaria o bloqueio de todo o pa�s. 

O an�ncio ocorreu no dia em que uma das na��es mais visitadas do mundo contabilizou mais de 2,8 mil casos e 61 mortos. O fechamento de escolas por tempo indeterminado, apesar de esperado, surpreendeu. Isso porque profissionais de educa��o e pais esperavam o fechamento por 15 dias apenas. Segundo o presidente franc�s, a medida visa proteger, prioritariamente, as pessoas mais vulner�veis – idosos com mais de 70 anos, portadores de necessidades especiais e de doen�as cr�nicas (o que inclui diab�ticos e obesos) e pessoas com problemas respirat�rias. A esse grupo foi pedido para evitar sair de casa, salvo em casos estritamente necess�rios. Ele destacou que essa � “a mais grave crise sanit�ria na Fran�a depois de um s�culo”. 

A ideia, de acordo com Macron, � retardar a propaga��o do v�rus e evitar a contamina��o do p�blico mais propenso � doen�a.“Estamos apenas no in�cio da epidemia e, sobretudo, na Europa, ela se acentuou. Apesar dos esfor�os para fre�-lo, o v�rus continua a se propagar. A doen�a vai atacar os mais vulner�veis e haver� uma segunda onda (da enfermidade), que vai afetar as pessoas mais jovens, �s quais teremos de tratar”, disse. 

Todo o servi�o de sa�de est� mobilizado. Estudantes de medicina e m�dicos aposentados foram recrutados para ajudar. Segundo o chefe do estado franc�s, a quarentena por tempo indeterminado servir� ainda para “ganhar tempo”, � medida que hospitais, servi�os de urg�ncia e unidades de terapia intensiva est�o se pondo a postos para atender a essa segunda onda e, consequentemente, os mais vulner�veis.

“O servi�o de sa�de est� preparado”, garantiu o presidente, acrescentando que servi�os n�o essenciais ser�o cancelados. “A sa�de n�o tem pre�o. O estado vai mobilizar tudo para a assist�ncia, salvar os doentes e proteger os mais fr�geis”, afirmou. Um servi�o de cuidadores de crian�as ser� disponibilizado para os pais trabalharem. Ao mesmo tempo, est� sendo intensificado o trabalho a dist�ncia. As empresas foram chamadas a, em todos os postos poss�veis, adotar o teletrabalho. Outra medida excepcional que o governo adota � o “desemprego parcial”. 

O trabalhador conserva seu posto de trabalho, mas fica em casa e o estado se compromete a pagar as indeniza��es devidas. Isso visa ajudar as empresas e garantir que a economia n�o desabe ainda mais com um desemprego em massa. “Defenderemos nossas empresas de toda forma. N�s, europeus, n�o deixaremos uma crise econ�mica e financeira se propagar. Vamos reagir forte e r�pido. A Europa vai reagir de forma massiva para proteger sua economia.”

O transporte p�blico continuar� funcionando, j� que uma interdi��o significaria o total bloqueio da Fran�a, segundo Macron. O fechamento de fronteiras tamb�m ainda n�o est� na pauta do dia, mas o presidente deixou claro que o far� “quando necess�rio”. Macron relembrou as medidas b�sicas de higiene e, pela primeira vez, foi pedido para se manter dist�ncia de 1 metro entre uma pessoa e outra.
 
 

 Estamos apenas no in�cio da epidemia e, sobretudo, na Europa, ela se acentuou”


Emmanuel Macron, 
presidente da Fran�a

 
 

SOLIDARIEDADE 

“Esse � um per�odo de novas solidariedades e de mobiliza��o entre gera��es. Ajude o vizinho que precisa sair para tratar os doentes, cuidando de suas crian�as, por exemplo”, pediu o presidente. A expectativa desde ontem, quando o Pal�cio dos Eliseus anunciou o pronunciamento de Emmanuel Macron, era de que ele determinasse o estado 3 da doen�a. Nele, a contamina��o n�o ocorre somente se a pessoa teve contato com um doente. Ela se propaga em todos os n�veis. Nesse est�gio, s�o tomadas medidas dr�sticas, justamente como o fechamento de escolas, mas tamb�m a interdi��o de funcionamento do transporte p�blico.





Auge da infec��o passou, diz China

O diretor-adjunto e porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores da China, Lijian Zhao, afirmouontem, em sua conta no Twitter, que o “Ex�rcito dos EUA pode ter trazido” o coronav�rus � cidade de Wuhan, epicentro da pandemia. A declara��o ocorre ap�s o diretor do Centro de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC, na sigla em ingl�s), Robert Redfield, ter confirmado a possibilidade de cidad�os norte-americanos que morreram sob diagn�stico de contamina��o pelo v�rus influenza terem, na verdade, contra�do o COVID-19.

O governo chin�s declarou, ainda ontem, que acabou o pico do surto do novo coronav�rus no pa�s. O porta-voz da Comiss�o Nacional de Sa�de da China, Mi Feng, disse que os novos casos de contamina��o pelo COVID-19 continuam diminuindo. Em Hubei, onde o surto teria surgido, s� oito registros de novas infec��es foram noticiados nas �ltimas 24 horas at� ontem.

Lijian Zhao, por sua vez indagou quando o paciente zero (aquele que originou o surto) foi registrado nos EUA. “Quantas pessoas est�o infectadas? Quais s�o os nomes dos hospitais?”, questionou o porta-voz do Minist�rio das Rela��es Exteriores.  “Pode ser que o ex�rcito dos EUA tenha trazido a epidemia para Wuhan. Seja transparente! Torne p�blicos seus dados! Os EUA nos devem uma explica��o!”, insistiu.

Os governos do mundo inteiro tentam reagir � propaga��o do coronav�rus, mas cada um adota respostas divergentes e unilaterais, que oscilam entre a efic�cia sanit�ria, a preserva��o da economia e interesses diplom�ticos. Para al�m dos interesses econ�micos, em tempos de pandemia, a diplomacia tamb�m fica por um fio. No mundo do livre-com�rcio de 2020, a tenta��o de medidas protecionistas e de se fechar � grande, frente � amea�a de um v�rus.

Por tr�s da sede da Uni�o Europeia (UE), que prometeu agir de maneira coordenada para salvar sua economia, as respostas continuam a diferir, segundo os Estados. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, condenou “a lentid�o e a complac�ncia” dos governos, “em particular na zona do euro”.

No momento em que as m�scaras e o �lcool em gel somem das prateleiras, alguns pa�ses, como Alemanha ou Fran�a, proibiram, por exemplo, a exporta��o de material m�dico de prote��o. J� a Eslov�nia decidiu fechar completamente sua fronteira com a It�lia, enquanto a Eslov�quia proibiu a entrada de estrangeiros, � exce��o dos vizinhos poloneses.


It�lia registra mais de 1 mil mortos

Agravamento da doença na Itália levou ao fechamento das igrejas até abril(foto: Alberto Pizzoli/AFP)
Agravamento da doen�a na It�lia levou ao fechamento das igrejas at� abril (foto: Alberto Pizzoli/AFP)


O n�mero de mortos devido ao surto de coronav�rus na It�lia j� passou de 1 mil. O governo do pa�s informou ontem que o n�mero de casos subiu de 189 para 1.016, aumento de 23%, segundo a Ag�ncia de Prote��o Civil. Todas as igrejas da diocese de Roma permanecer�o fechadas at� 3 de abril, com o objetivo de ajudar a interromper a pandemia do COVID-19, como anunciou o cardeal italiano Angelo De Donatis, bispo vig�rio de Roma.

Na��o mais afetada pelo v�rus na Europa, a It�lia registra aumento de 21,7% dos casos de contamina��o, de 12.462 registros para 15.113. A ag�ncia italiana informou que 1.258 pessoas se recuperaram totalmente da doen�a e que cerca de 1.153 estavam em terapia intensiva.

“At� sexta-feira, 3 de abril de 2020, o acesso �s igrejas” em Roma e, de “maneira geral, aos locais de culto permitidos ao p�blico, ficam proibidos a todos os fi�is”, disse o monsenhor De Donatis por meio de comunicado � imprensa. Embora as missas, assim como qualquer outra reuni�o de pessoas, j� tenham sido proibidas, as igrejas permanecem abertas aos fi�is.

“Lembramos que esta disposi��o foi adotada para o bem comum”, acrescentou o prelado. Essa decis�o � particularmente simb�lica na It�lia, onde a grande maioria da popula��o se declara cat�lica. O novo coronav�rus � motivo de preocupa��o para a Igreja italiana e tamb�m para o Vaticano, e o Papa Francisco mencionou isso em v�rias ocasi�es durante as missas que rezou.

Na ter�a-feira, Francisco pediu aos padres “que tenham coragem de sair e visitar os doentes”, “para acompanhar as equipes m�dicas e os volunt�rios”. O governo italiano incluiu missas, casamentos e funerais entre congrega��es proibidas, “uma medida fortemente restritiva cuja aceita��o implica sofrimento e dificuldades” para padres e fi�is, lamentou a Confer�ncia Episcopal Italiana h� alguns dias em seu site.
 



e mais...

» De portas fechadas
O parque de divers�es Disneyl�ndia, um dos mais populares da Calif�rnia, fechar� suas portas ao p�blico a partir deste s�bado, como medida de precau��o diante do surto do novo coronav�rus no pa�s. O complexo Disneyland Resort, localizado em Anaheim e que inclui hot�is e dois parques de divers�es, deixar� de funcionar at� o fim do m�s, seguindo a recomenda��o do governo da Calif�rnia de suspender qualquer evento com mais de 250 pessoas para impedir a propaga��o do v�rus.



» Euros para retirada
Imigrantes que est�o vivendo nas ilhas da Gr�cia receberam ofertas de at� 2 mil euros (R$ 10.800) para deixar o pa�s voluntariamente, informou ontem, o jornal ingl�s The Guardian. A medida integra um programa organizado pela Uni�o Europeia (UE) para tentar aliviar a crise migrat�ria ap�s o agravamento da guerra na S�ria, de onde os refugiados t�m sa�do em dire��o � Turquia e, depois, para a fronteira grega. Esse valor supera em at� cinco vezes a quantia oferecida como ajuda para os refugiados reconstru�rem suas vidas no pa�s de origem em programas similares da Organiza��o Internacional de Migra��o (IOM). A oferta deve durar um m�s e n�o se aplicar� a refugiados que n�o tenham local fixo para retornar.
 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)