
Neste pandem�nio que assola a Espanha com cerca de 3.500 mortes j� confirmadas por coronav�rus, um mineiro de Belo Horizonte est� entre as poucas pessoas que seguem trabalhando nas ruas desertas do pa�s em meio a um cen�rio de desola��o, ansiedade e apreens�o.
Arin J�lio da Cruz, de 42 anos, vive na Europa h� 16. Desde 2016, se estabeleceu na Espanha com a esposa e a filha, na cidade de Girona, regi�o da Catalunha. Atualmente, trabalha em uma f�brica que distribui produtos para supermercados e tenta manter a sobriedade para seguir na labuta di�ria e garantir a sobreviv�ncia da fam�lia, mas com a certeza de que esse pesadelo ainda vai demorar muito a passar.
“No in�cio, falaram que a quarentena seria de 15 dias. S� que o governo j� decidiu alargar por mais 15. Por enquanto, o confinamento ser� estendido at� 11 de abril, mas tenho certeza de que ser�o de dois a tr�s meses. Todos os bares, restaurantes, com�rcio em geral, est� tudo fechado. Situa��o complicada, com o pa�s praticamente parado. S� est�o trabalhando pessoas das �reas de alimenta��o e farm�cias”, afirma.
CAOS
Arin relata que a cada dia que passa a situa��o fica ainda mais complicada. “Por enquanto, estamos bem aqui. Mas, na minha empresa a diretoria est� toda enferma. O filho do dono esteve em Madri e quando voltou a fam�lia dele praticamente inteira acabou contaminada. Al�m disso, o teste de uma colega de trabalho ainda deu positivo. A empresa est� um caos, como um navio sem comandante.”
Mesmo assim, as atividades na firma em que Arin trabalha ainda n�o foram suspensas, pois o fornecimento de g�neros aliment�cios � considerado atividade essencial. “As pessoas est�o com muita preocupa��o de faltar alimenta��o. Teve muita gente comprando para estocar, congelar. As pessoas ficaram mesmo loucas. Estavam comprando feito loucas. Rapidamente as prateleiras ficavam vazias. E aqui o povo n�o tinha esse costume. Nunca faziam compras grandes. S� compravam coisas para o dia a dia mesmo”, destaca.
Arin acredita que em breve restri��es ainda maiores ser�o tomadas na Espanha. “Est�o com planos de parar geral o pa�s; afinal, est�o morrendo mais de 500 pessoas por dia. Em Madri, o Ex�rcito est� construindo um hospital para 1.300 doentes graves em tempo recorde, improvisado em um galp�o. Mortos tiveram que ser colocados em uma pista de gelo, j� que as funer�rias est�o lotadas. At� hot�is est�o sendo equipados para receber os novos infectados”, acrescenta.
Apesar de todo o cen�rio de caos, Arin destaca a atua��o das autoridades locais. “O governo aqui fala mais claramente. A situa��o � muito complicada. � claro que n�o querem que as pessoas se sintam aterrorizadas em casa, mas o alarme � para se ter o m�ximo de precau��o, j� que a doen�a se alastra muito r�pido”, se conforma.

RUAS DESERTAS
E, segundo ele, a maioria da popula��o tem feito a sua parte. “As pessoas t�m que ficar em casa. Restritas mesmo. E as pessoas respeitam. Logo nos primeiros dias, j� foi poss�vel perceber isso. Praticamente n�o se v� ningu�m na rua. Todo mundo em casa, o povo respeita mesmo. Quem sair �s ruas, se tem necessidade, tem que comprovar �s autoridades, sen�o � at� multado”, destaca.
Mesmo de longe, Arin tem tentado tranquilizar os familiares que moram aqui em Belo Horizonte, na regi�o de Venda Nova. “� claro que eles ficam apreensivos com a situa��o, mas, a princ�pio, tento tranquiliz�-los. Tenho conversado muito com eles por meio da internet. Estive gripado, mas por enquanto estou bem.”
Mesmo j� tendo enfrentado outras epidemias no per�odo em que vive na Europa, como a gripe asi�tica em 2004 e gripe su�na (H1N1) em 2009, Arin diz que a situa��o desta vez � bem diferente. “N�o tem como comparar com aquelas. Afinal, aqui na Europa n�o chegaram a ser t�o radicais. Esta de agora est� dando muito mais tens�o. E uma tens�o psicol�gica. Todo mundo viu o que aconteceu com os chineses. Nenhum pa�s quer passar por aquilo. S� que agora � a nossa realidade”, finaliza, com a consci�ncia de quem sabe que o n�mero de mortes por coronav�rus na Espanha j� superou os que foram registrados na China.
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