Sylvie bateu na porta de v�rios de seus vizinhos nos arredores de Paris no domingo. Mantendo a dist�ncia, lhes ofereceu um prato de bolinhos, em um dos muitos gestos de generosidade que surgiram durante o confinamento pelo coronav�rus.
Desde o in�cio da crise na sa�de, uma rede solid�ria surgiu em toda a Europa, a n�vel coletivo, tanto por parte de governos quanto por associa��es, mas tamb�m de forma individual.
Ajudam os vizinhos idosos a fazer as compras ou fam�lias que trabalham, cuidando de suas crian�as.
Na Fran�a, v�rios indiv�duos propuseram acomoda��o gratuita � equipe de sa�de para que n�o tivessem que fazer tantos deslocamentos.
Pouco depois, alguns portais especializados no assunto retomaram a iniciativa, como o gigante AirBnb.
A companhia de alugu�is tempor�rios, a pedido das autoridades francesas, criou uma plataforma espec�fica "apartsolid�rio".
Na Hungria, a p�gina do Facebook "Comunidade Airbnb de Budapeste para trabalhadores de sa�de" j� conta com 1.200 membros.
- Comida e tutoriais -
Muitos donos de restaurantes tamb�m colocaram a m�o � obra, e entregam comidas e sandu�ches a estes trabalhadores que est�o na linha de frente.
Em Vars�via, "Pequeno chef", uma escola de culin�ria para crian�as, distribui todos os dias 50 litros de sopa a idosos, pobres ou doentes, al�m das comidas para os funcion�rios de emerg�ncia, gra�as a doa��es das pessoas, segundo Iga Pietrusinska, respons�vel pela comunica��o do centro.
Professores de yoga e gin�stica tamb�m aproveitam o confinamento para divulgar v�deos de seus cursos. E diversos artistas leem livros no Instagram para que os mais novos se entretenham em casa.
No Reino Unido, mais de um milh�o de pessoas participam dos 1.000 grupos de Facebook para ajudar uns aos outros, segundo um porta-voz da rede social.
H� tamb�m uma quest�o urgente no momento: a fabrica��o de m�scaras.
Volunt�rios de todos os tipos costuram esses itens na ilha italiana de Cerde�a, na Pol�nia ou na Rep�blica Tcheca. In�meras empresas t�xteis mudaram suas cadeias de produ��o para fabricar m�scaras e vend�-las a pre�o de custo, como a Zornica no oeste da Eslov�quia.
Essas explos�es altru�stas "s�o a resist�ncia", explica � AFP o psicanalista e escritor franc�s Vincent Hein.
"De um dia para o outro, as pessoas se trancaram em suas casas (...) A melhor maneira de se sentir �til � ser �til!", disse.
Governos e associa��es geralmente aproveitam esse tipo de situa��o para organizar redes de volunt�rios que contribuem para a causa.
O governo austr�aco lan�ou uma plataforma para recrutar volunt�rios para setores onde falta m�o de obra, como a agricultura.
Angelika, uma mulher de Viena na casa dos 50 anos, se cadastrou: "� a hora de dar uma m�o. Vou ver o que me prop�em", disse � AFP.