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Estado de Minas

As incertezas geopol�ticas da era p�s-coronav�rus


postado em 31/03/2020 08:25

Como ser� o mundo p�s-coronav�rus? Enquanto os governos lutam para conter a propaga��o da epidemia de COVID-19, os analistas questionam sobre as perspectivas geopol�ticas ap�s o fim da crise.

Como reativar as economias? Como voltar a criar empregos? Em que situa��o estar�o os mercados financeiros, as democracias, as na��es, liberdades civis e acordos multilaterais?

"Estamos testemunhando um evento que reformular� as rela��es internacionais e entre os Estados?", perguntou na semana passada Aaron Miller, da Carnegie Endowment for International Peace Foundation, em um semin�rio na Internet.

E, referindo-se � fragilidade dos Estados Unidos de Donald Trump, acrescentou: "Essa posi��o dominante, ou a falta dela, abrir� oportunidades para os diferentes pa�ses do mundo?".

Uma alus�o �bvia � China, que sem d�vida competir� com os Estados Unidos pela supremacia mundial nas pr�ximas d�cadas.

Muitos especialistas preveem uma recomposi��o da balan�a, em uma economia mundial, cujo funcionamento est� em questionamento.

V�rios especialistas consultados pela AFP evocam o espectro de deflagra��es sociais. Enquanto alguns governos estabeleceram ferramentas para compensar as empresas, ajudar os desempregados e os mais necessitados, outros n�o ter�o meios financeiros para faz�-lo.

- Escassez e depend�ncias -

"A possibilidade de turbul�ncia social em pa�ses que n�o t�m uma rede de seguran�a para aqueles que perderam o emprego � muito real e pode ter implica��es para a governan�a", resume Joshua Geltzer, professor de direito da Universidade de Georgetown, em Washington.

Em fun��o da gravidade da eventual agita��o, alguns governos podem vacilar, afirmam v�rias fontes.

Al�m dos destinos nacionais imprevis�veis, v�rios princ�pios podem ser questionados. A globaliza��o do com�rcio dominou os debates das �ltimas d�cadas. Mas, 12 anos ap�s a crise financeira de 2008, que j� havia abalado seriamente o sistema, � prov�vel que a maneira de fazer neg�cios mude.

"Estamos testemunhando uma grande mudan�a", disse � AFP Bakary Samb�, diretor do Instituto Timbuktu, com sede em Dacar, apontando uma fraqueza nas estrat�gias de sa�de europeias e americanas. "Aqui est� uma elite mundial que h� muito teoriza sobre liberalismo e globaliza��o e que foi a primeira a fechar suas fronteiras", afirmou.

Seja m�scaras, petr�leo, ou alimentos, a epidemia cria escassez, cria depend�ncias e leva a uma ajuda mais ou menos instrumentalizada que far� hist�ria.

- E a OMS? -

"A desglobaliza��o pode potencialmente acelerar com a crise. Sem d�vida, haver� mais conflitos relacionados aos sistemas de neg�cios e � necessidade de garantir cadeias de suprimentos", diz Pratap Bhanu Mehta, pesquisador de ci�ncia pol�tica da Universidade de Ashoka, perto de Nova D�lhi, em uma coluna publicada no site The Indian Express.

Donald Trump, o chin�s Xi Jinping ou o indiano Narendra Modi n�o negligenciar�o seus objetivos, assegura.

"Os diferentes partidos e ideologias pol�ticas, de Trump a Xi e Modi, n�o deixar�o de usar a crise para cumprir seus objetivos", insistiu.

As linhas hist�ricas podem mudar. A �frica, por exemplo, poderia repensar d�cadas de rela��es com os europeus.

"O fator psicol�gico e simb�lico ao ver uma Europa vulner�vel, impotente, incapaz de coordenar, pesar� muito sobre o novo relacionamento com a �frica", prev� Bakary Samb�, que aponta para uma presen�a ainda maior da China no continente.

E, al�m das l�gicas regionais, � uma certa ideia de mundo que est� amea�ada. Porque, embora a coordena��o internacional, j� enfraquecida pelo unilateralismo de Donald Trump, seja essencial para conter a doen�a, ela n�o se imp�s sobre as decis�es nacionais.

A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) - em tese, uma autoridade mundial sobre o assunto - "parece estar cada vez menos presente", afirma Barth�l�my Courmont, pesquisador do Instituto de Pesquisa Estrat�gica Internacional (IRIS) de Paris.

"Que legitimidade as institui��es internacionais ter�o, se n�o t�m autoridade para administrar a crise? (...) O sistema mundial em que vivemos pode ser enfraquecido por essa crise", acrescenta.


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