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Estado de Minas

Hospitais alem�es dependentes de pessoal polon�s


postado em 09/04/2020 09:07

Andrzej Zebrowski hesitou por um longo tempo antes de anunciar para sua fam�lia: pela primeira vez em sua vida, este cirurgi�o polon�s n�o passar� a P�scoa com ela, preferindo ficar trabalhando no hospital alem�o que o emprega.

Como muitos outros, ele enfrentou um dilema depois que o governo polon�s decidiu unilateralmente, em 27 de mar�o, estabelecer uma quarentena obrigat�ria de 14 dias para todos que entram em seu territ�rio: retornar ao seu pa�s ou permanecer na Alemanha?

No entanto, a epidemia de coronav�rus mostrou aos alem�es a depend�ncia de seu sistema de sa�de, em escassez cr�nica de pessoal, de profissionais da sa�de estrangeiros.

Segundo a imprensa alem�, cerca de 300.000 poloneses trabalham em hospitais na Alemanha como m�dicos e enfermeiros e, principalmente, como cuidadores domiciliares para idosos ou em asilos.

"A principal tarefa de todos os m�dicos � cuidar de pacientes com profissionalismo (...) n�o poderia decepcionar minha equipe neste momento crucial", explica � AFP Zebrowski, cirurgi�o do hospital alem�o de Prenzlau, localizado a cerca de 30 km da fronteira.

At� ent�o, ele fazia o trajeto de 50 minutos entre sua casa em Szczecin e o hospital diariamente.

"� claro que a separa��o da fam�lia n�o � f�cil, mas minha esposa e meu filho de 7 anos entendem e aceitam minha decis�o. Essa � uma situa��o excepcional", afirma o especialista.

- Ajuda financeira -

Se os profissionais da sa�de poloneses constituem uma pequena parte dos 69.000 trabalhadores que viajam diariamente entre os dois pa�ses, sua aus�ncia nos hospitais alem�es seria prejudicial.

Em algumas cl�nicas, especialmente perto da fronteira, mais de 30% dos funcion�rios v�m da Pol�nia, de acordo com Frank Ullrich Schulz, presidente da Associa��o M�dica de Brandemburgo.

Para incentiv�-los a ficar, as regi�es fronteiri�as alem�s oferecem entre 40 e 65 euros por dia a todos os trabalhadores fronteiri�os poloneses que decidem ficar na Alemanha. Uma quantia destinada a pagar pernoites e refei��es.

Em Prenzlau, metade do pessoal do hospital � polon�s, ou seja, 22 m�dicos. A maioria deles decidiu continuar a tratar pacientes, mesmo que o estabelecimento ainda n�o tenha recebido pacientes com COVID-19.

"Sem eles, muitos tratamentos e opera��es urgentes n�o poderiam ser realizados", diz Marita Sch�nemann, diretora do estabelecimento, que teme o pior se a epidemia consumir seus servi�os.

Com uma pol�tica de testes em larga escala e 2.107 mortes oficialmente confirmadas por COVID-19, a Alemanha parece lidar bem com a pandemia.

"Dos nossos 40 leitos de terapia intensiva, apenas tr�s est�o ocupados atualmente. Mas esperamos uma poss�vel onda", alerta Ulrich Gnauck, diretor da cl�nica Asklepios em Schwedt, tamb�m na fronteira com a Pol�nia.

Metade dos 40 cuidadores poloneses permaneceu: "sem eles, precisar�amos fechar a cl�nica".

No entanto, ele ataca essa "Europa que falhou" em aprovar regras comuns, enquanto a Alemanha tamb�m introduzir� uma quarentena de 14 dias aos viajantes que retornarem ao seu territ�rio a partir de 10 de abril, exceto para os trabalhadores fronteiri�os.

No entanto, alguns cuidadores decidiram, com relut�ncia, voltar para seus entes queridos, tranquiliz�-los ou at� trat�-los.

"Eu n�o queria for�ar minha fam�lia inteira a ficar em quarentena para a P�scoa por minha causa", afirma Jacek Witkowski, m�dico em uma unidade de terapia intensiva do hospital universit�rio de Magdeburgo.

No final de mar�o, e embora seu pa�s permane�a muito menos afetado pelo v�rus do que seu vizinho alem�o, ele decidiu voltar para Szczecin. No entanto, a ag�ncia tempor�ria que o colocou no hospital se recusa a pagar por seus 14 dias de aus�ncia, for�ando-o a interromper a colabora��o.

"Estou decepcionado com esta opera��o, mas vou descansar alguns dias antes de procurar trabalho, provavelmente na Pol�nia", disse ele.


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