Eles partiram milh�es de cora��es quando se separaram no in�cio dos anos 1970, mas meio s�culo depois os Beatles mant�m sua popularidade e continuam a reinar no mundo da m�sica pop.
Em 10 de abril daquele ano, o dia n�o oficial da separa��o, Paul McCartney anunciou indiretamente que os "Fab Four" n�o voltariam a gravar juntos. Cinquenta anos depois, ainda s�o onipresentes.
"Os Beatles s�o considerados a aventura mais fabulosa do s�culo XX, mas ningu�m poderia prever que tal sucesso duraria at� o pr�ximo s�culo", disse � AFP Mark Lewisohn, historiador do grupo.
Cinco d�cadas depois, "os Beatles continuam no mais alto n�vel art�stico e levam outros a tentar super�-los", diz o autor de "The Beatles: All These Years".
A separa��o nunca foi anunciada oficialmente.
Em uma entrevista publicada naquele fat�dico dia de abril, pouco antes do lan�amento do primeiro �lbum solo de McCartney, ele simplesmente respondeu "n�o" quando perguntado se via uma retomada do trabalho com o n�o menos lend�rio John Lennon.
"McCartney rompe com os Beatles", publicou imediatamente o New York Times.
Posteriormente, a dissolu��o de seus v�nculos comerciais em um tribunal brit�nico selou definitivamente a separa��o.
Milh�es de f�s ficaram arrasados, lembra Philip Norman, autor da biografia oficial de McCartney publicada em 2016.
"Uma gera��o inteira cresceu com os Beatles. Eles lan�aram um novo �lbum para cada etapa importante da vida", enfatiza.
"Muitas pessoas pensaram que o futuro seria sombrio sem eles, era realmente um sentimento generalizado", acrescenta.
Mas hoje, ainda s�o os artistas mais vendidos de todos os tempos e seu cat�logo, de "I Want to Hold Your Hand" a "Hey Jude", passando por "Yesterday" ou "Let It Be", continua popular.
"Est�o por toda parte", diz Norman, "na linguagem cotidiana, nos t�tulos na m�dia (...) s�o citados sem parar e sua m�sica continua sendo tocada". E assegura: "O encanto � simplesmente indestrut�vel".
No final da d�cada de 1960, o grupo de Liverpool - Lennon, McCartney, o baterista Ringo Starr e o guitarrista George Harrison - se tornou um fen�meno social "mais famoso que Jesus Cristo", segundo Lennon.
Mas a Beatlemania teve seu pre�o: em uma entrevista recentemente descoberta, Lennon confessou que a m�sica "Help!", composta em 1965, era um pedido de ajuda no sentido literal.
"Era real, eu estava gritando 'socorro!'", afirmou. "N�o h� como desconectar, � 24 horas por dia (...) todo mundo quer um pouco de voc�".
As tens�es, principalmente entre Lennon e McCartney, acabaram destruindo a banda.
Quando McCartney deixou saber do rompimento, passou quatro anos sem fazer um show.
Starr e Harrison j� haviam lan�ado �lbuns solo, Lennon e sua esposa - a japonesa Yoko Ono - j� haviam formado a Plastic Ono Band.
Por sua parte, McCartney formou Wings com sua esposa Linda no final de 1971.
Lennon e Ono passaram a se concentrar cada vez mais no ativismo pacifista.
Em meados da d�cada de 1970, quase se reuniram, mas enfrentaram quest�es insol�veis de direitos, segundo Norman.
E ent�o, em 1980, a trag�dia ocorreu. Lennon foi assassinado em frente � sua casa em Nova York por um desconhecido que queria se tornar famoso.
Em uma entrevista em 2016, McCartney revelou o al�vio de ter se reconciliado antes da morte.
Em 1982, ele escreveu a m�sica "Here Today", concebida, explicou, como uma mensagem de amor para Lennon. Ambos tinham sido a for�a motriz do grupo.
"Lennon e McCartney eram gigantes e juntos produziram algo m�gico", diz Norman.
Na opini�o de Lewisohn, os Beatles continuam se destacando no pop de hoje porque "existe um abismo entre a celebridade passageira (...) e os verdadeiros artistas como os Beatles, cujos talentos criativos alimentam a alma e inspiram alegria".
