Mais de um em cada dez jogadores de futebol (13%) apresenta sintomas de depress�o desde a suspens�o das competi��es, em mar�o, devido � propaga��o do coronav�rus, revelou nesta segunda-feira (20) o sindicato mundial de jogadores (Fifpro) ao apresentar as conclus�es de um estudo.
O sindicato realizou um estudo entre 22 de mar�o e 14 de abril com 1.602 jogadores de 16 pa�ses em confinamento, entre eles da Inglaterra, Esc�cia, Fran�a, Austr�lia e Estados Unidos, com 468 jogadoras inclu�das.
O estudo apontou que 13% dos homens e 22% das mulheres apresentaram sintomas de depress�o. Um estado de "ansiedade generalizada" foi detectado em 18% dos jogadores e em 16% das jogadoras.
"No futebol, de repente, homens e mulheres jovens atletas est�o em isolamento social, com uma suspens�o de suas vidas ativas e d�vidas sobre o futuro", analisou Vincent Gouttebarge, ex-jogador franc�s e chefe m�dico da Fifpro.
Com muitos pa�ses respeitando estritas medidas de confinamento para tentar conter a propaga��o do coronav�rus, Gouttebarge lembra que muitos jogadores profissionais vivem no estrangeiro, sem suas fam�lias, e em muitos casos com ansiedade com a aproxima��o do fim de seus contratos.
A pesquisa do Fifpro, elaborada com o apoio do hospital da Universidade de Amsterd�, d� continuidade a um estudo id�ntico realizado entre dezembro e janeiro com 307 jogadores e no qual 11% das mulheres e 6% dos homens haviam apresentado sintomas de depress�o.
- Problema social -
"Ao realizar o estudo e publicar os resultados, somos muito conscientes de que estamos comunicando uma reflex�o sobre um problema social que afeta muito mais pessoas do que apenas nossos membros", lembrou o secret�rio-geral do Fifpro, Jonas Baer-Hoffmann.
Contudo, o Fifpro ressaltou n�o querer que a preocupa��o com a sa�de mental dos atletas seja usada como argumento para a retomada das competi��es de maneira apressada.
"Se colocarmos press�o nos jogadores para que voltem a um meio em que poderiam sentir que sua seguran�a est� em perigo, poder�amos aumentar a ansiedade e preocupa��o", declarou Baer-Hoffmann, em teleconfer�ncia nesta segunda-feira (20).
"Acredito que a �nfase deveria estar mais em compreender que os jogadores de futebol em geral s�o mais similares ao resto da sociedade do que as pessoas imaginam", completou.
Como todos os cidad�os, os jogadores de boa parte dos pa�ses do mundo precisam respeitar medidas de confinamento e isolamento social para tentar conter a expans�o do coronav�rus.
A pandemia do coronav�rus provocou 164.000 mortes no mundo, com dois ter�os das v�timas na Europa.