Em sil�ncio por cinco semanas, o riso voltou aos p�tios de recrea��o da Noruega, onde, apesar de alguma relut�ncia, os jardins de inf�ncia e creches reabriram suas portas nesta segunda-feira (20), em um retorno t�mido � vida normal diante da nova epidemia de coronav�rus.
Sob o sol da primavera, alguns pequenos encasacados chegam em ordem e no hor�rio programado � porta do Spire Grefsen Stasjon, uma escola maternal ao norte de Oslo.
Alguns cumprimentam impacientemente seus amigos que j� est�o na caixa de areia, outros se apegam um pouco mais �s m�os de seus pais.
No p�tio, muitos funcion�rios, em coletes amarelos fluorescentes, acolhem as crian�as, uma vez que a entrada dos edif�cios est� agora fechada ao p�blico para limitar o risco de cont�gio. N�o h� m�scaras.
"Estava t�o impaciente que tivemos que sair de casa mais cedo para vir aqui e ver as outras crian�as", explica Silje Skifjell sobre seu primog�nito, depois de deixar os dois filhos, Isaak e Kasper, na creche.
"Mal chorou. Ele estava muito feliz em ver seus colegas novamente", acrescenta.
Junto com �ustria, Dinamarca e Alemanha, a Noruega � um dos primeiros pa�ses europeus a aliviar suas restri��es decretadas em 12 de mar�o para tentar conter a dissemina��o do coronav�rus.
A miss�o parece cumprida. Estima-se que a epidemia esteja sob controle em solo noruegu�s. No domingo, o pa�s registrava 7.068 casos de cont�gio e 154 mortes, para 5,4 milh�es de habitantes.
Sem reivindicar vit�ria, a Noruega iniciou um processo lento e progressivo de retorno ao normal. Ap�s o retorno dos mais novos, ser� a vez das escolas prim�rias, que abrir�o parcialmente aos alunos do ensino fundamental.
- 'Roleta russa' -
Apesar da confian�a quase cega nas autoridades dos pa�ses escandinavos, nem todos parecem convencidos.
Na Dinamarca, que na quarta-feira passada reabriu creches, jardins de inf�ncia e escolas prim�rias, alguns pais lan�aram no Facebook a campanha "Meu filho n�o deve ser uma cobaia para a COVID-19". Uma peti��o on-line recebeu quase 30.000 assinaturas.
De acordo com uma pesquisa da televis�o NRK publicada neste fim de semana, 24% dos pais n�o querem que seus filhos voltem aos jardins de inf�ncia neste momento, e 13% dizem ter d�vidas.
"Roleta russa", "aposta com a vida de crian�as"... Nas redes sociais, as palavras s�o ainda duras.
"N�o enviarei minha filha antes de ter 110% de certeza", diz um pai preocupado no Facebook.
O centro Espira Grefsen Stasjon respeita escrupulosamente as instru��es das autoridades. Crian�as de at� tr�s anos se re�nem em grupos de tr�s sob a responsabilidade de um adulto. Os mais velhos, at� seis anos, em grupos de seis.
Na gigantesca caixa de areia, um funcion�rio com luvas azuis desinfeta regularmente os brinquedos.
"Desinfetamos o ber��rio e tudo est� extremamente limpo", diz a diretora Tone Mila, presente na chegada das crian�as, caso os pais tenham d�vidas.
"Nossa tarefa mais importante agora � a higiene", acrescenta.
Embora a reabertura de creches se baseie em crit�rios sanit�rios, ela tamb�m permite que os pais voltem ao trabalho que, por mais de um m�s, tiveram de fazer malabarismos com o trabalho e os cuidados com os filhos.
"Foi um desafio", reconhece Olav Kneppen, depois de confiar seu filho de 4 anos, Oliver, aos educadores.
"Foi bom passar mais tempo com ele do que o habitual, mas, no n�vel do trabalho, foi um pouco frustrante porque eu n�o podia fazer tudo o que deveria", completou.
Algum medo? "Se as autoridades de sa�de recomendam, acreditamos que seja relativamente seguro", diz esse pai que, apesar de n�o estar convencido "100%", estima que "estava na hora" de voltar ao jardim de inf�ncia.