
Trump deu os primeiros detalhes de um vago an�ncio feito na noite de segunda-feira por meio do Twitter, abordando um tema-chave para sua base conservadora. Os Estados Unidos j� registram 43.000 mortes pelo coronav�rus.
Trump explicou que a medida busca "proteger os trabalhadores americanos" em um momento em que, desde meados de mar�o, 22 milh�es de trabalhadores pediram aux�lio-desemprego ap�s perderem o trabalho.
"Ao suspender a imigra��o, isto vai ajudar os americanos desempregados a ficarem na linha de frente quando os Estados Unidos reabrirem", disse Trump.
O presidente disse que "provavelmente" assinar� o decreto na quarta-feira e que esta "pausa" vigorar� por 60 dias, depois dos quais haver� uma avalia��o.
"Esta ordem s� se aplica para indiv�duos que buscam a resid�ncia permanente, em outras palavras, o Green Card", disse o presidente, assegurando que a medida n�o afetar� as permiss�es tempor�rias.
Esta decis�o vem em um momento em que as mortes pelo novo coronav�rus passam de 174.000 no mundo e os cont�gios superam os 2,5 milh�es, deixando as economias em uma espiral descendente enquanto os governos tentam planejar caminhos para sair da crise.
O congelamento completo de algumas atividades comerciais teve um efeito dram�tico para o mercado petrol�fero, no qual o excesso de oferta e a demanda menor fez os pre�os da commodity desabarem a m�nimos hist�ricos.
Na Europa, duramente atingida pela pandemia, alguns pa�ses come�am a sair cautelosamente do confinamento para abrandar os custos econ�micos, embora concentra��es multitudin�rias permane�am descartadas.
Enquanto a Alemanha permitia a reabertura de pequenas lojas, as autoridades cancelaram a Oktoberfest, tradicional festival de cerveja, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
A Espanha tamb�m cancelou as festas de S�o Firmino, em Pamplona, que anualmente em julho atraem milhares de turistas e se caracterizam pelas corridas de touros pelas ruas da cidade.
Os Estados Unidos agora s�o o epicentro da pandemia, com mais de 43.000 mortes e 804.000 infectados.
Em meio a uma crise que come�a a apertar, o presidente Trump tem envolvido em confrontos com os governadores democratas, ao apoiar protestos anti-quarentena em alguns estados.
Tamb�m gerou cr�ticas com seu vago an�ncio sobre a proibi��o � imigra��o, com a qual afirmou que salvaria os empregos dos americanos, depois que 22 milh�es de pessoas no pa�s perderam o trabalho pela pandemia.
"Em vista do ataque do Inimigo Invis�vel, al�m da necessidade de proteger o emprego dos nossos GRANDIOSOS cidad�os americanos, vou assinar uma ordem executiva para suspender a imigra��o aos Estados Unidos", tuitou Trump.
Cat�strofe
As dr�sticas medidas para conter a pandemia paralisaram a economia global, o que provocou nesta segunda uma queda brutal nos pre�os do petr�leo, que ca�ram a n�meros negativos.
A queda foi agravada pela expira��o pr�xima de um contrato futuro, o que levou os investidores a se desfazerem do petr�leo a todo custo. Ou seja, pagou-se para se desfazer do que n�o se conseguiu vender.
O barril WTI para maio voltou a registrar valores negativos nesta ter�a, embora tenha fechado a 10,01 d�lares. O barril de Brent, refer�ncia na Europa, tamb�m caiu.
As principais bolsas europeias foram arrastadas pelo pre�o do petr�leo, e fecharam com baixas em torno de 3%.
A queda do petr�leo � um "golpe dur�ssimo" para o Equador, pa�s petroleiro fortemente afetado pela epidemia e com d�vida de 60% do PIB, disse o presidente equatoriano, Len�n Moreno.
E a petroleira estatal boliviana YPFB qualificou de "cat�strofe" a queda.
Enquanto isso, Trump pediu ao seu governo para desenhar um plano de ajuda para as empresas de petr�leo americanas.
A Europa come�a a se erguer
Os governos do mundo discutem como e quando suspender as restri��es, com o �nimo de evitar uma segunda onda de cont�gios e tamb�m que a crise seja ainda maior.
Sem baixar a guarda, a cidade chinesa de Wuhan, onde o v�rus surgiu, recupera pouco a pouco a normalidade, ap�s 76 dias de isolamento.
Enquanto isso, na Europa, v�rios pa�ses, com a Alemanha � frente, come�aram a flexibilizar as medidas de confinamento, mas mantendo normas de distanciamento social.
Na maioria dos pa�ses afetados permanecem fechados centros culturais, bares, restaurantes e campos esportivos. As escolas de n�veis fundamental e m�dio v�o abrindo progressivamente.
Os mais atingidos pela pandemia, a Fran�a (mais de 20.200 mortos), a Espanha (mais de 21.200) e It�lia (mais de 24.100), se preparam tamb�m para adotar as primeiras medidas de desconfinamento em vista dos sinais esperan�osos.
Na It�lia, o n�mero de doentes caui na segunda-feira pela primeira vez e as primeiras medidas para sair do confinamento s� ser�o tomadas ap�s 3 de maio. Pouco a pouco, as empresas voltam a abrir, ainda que com precau��es.
Na Espanha, onde nesta ter�a-feira foi registrada uma alta sutil de falecidos (430 nas �ltimas 24 horas), o necrot�rio improvisado em uma pista de patina��o no gelo em Madri ser� fechado na quarta-feira.
Mas no Reino Unido, onde na segunda-feira foram registradas 449 mortes, seu menor balan�o di�rio desde 6 de abril, o confinamento foi prorrogado na quinta-feira ao menos tr�s semanas.
Na �sia, Singapura se tornou um exemplo de como as infec��es flutuam, ao anunciar nesta ter�a novas medidas de quarentena, em meio a uma segunda onda de cont�gios.
Fome
Em todos os lugares h� temores de como os mais vulner�veis v�o sobreviver �s medidas de confinamento. Segundo uma proje��o do Programa Mundial de Alimentos, 256 milh�es de pessoas poder�o sofrer fome em 2020, quase duas vezes mais que em 2019, devido ao impacto econ�mico da crise sanit�ria.
Al�m do custo humano e econ�mico, o coronav�rus tamb�m agrava a crise da liberdade de imprensa.
Alguns pa�ses "veem na crise sanit�ria a oportunidade de (...) impor medidas que seria imposs�vel adotar em condi��es normais", condenou a ONG Rep�rteres Sem Fronteiras (RSF) em sua Classifica��o Mundial da Liberdade de Imprensa de 2020.
A pior' contra��o da Am�rica Latina
Nesta ter�a, a Comiss�o Econ�mica para a Am�rica Latina e o Caribe (Cepal) estimou que a pandemia provocar� a pior contra��o econ�mica da regi�o, com uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,3% em 2020.
"Para encontrar uma contra��o de magnitude compar�vel, � preciso retroceder at� a Grande Depress�o de 1930 (-5%) ou mais ainda, at� 1914 (-4,9%)", disse a Cepal.
O M�xico elevou nesta ter�a seu n�vel de alerta sanit�rio diante de um aumento acelerado de cont�gios do novo coronav�rus, cujo pico � esperado entre 8 e 10 de maio.
Mas no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na segunda-feira que esperava que as medidas de isolamento decididas por v�rios governadores sejam suspensas esta semana, apesar de que a pandemia, segundo o Minist�rio da Sa�de, se encaminhar para o pico no pa�s latino-americano mais afetado pela COVID-19.
Segundo o balan�o mais recente, divulgado pelo Minist�rio da Sa�de, o Brasil tem 2.741 mortos por coronav�rus, com 43.079 casos confirmados.
Na Am�rica Latina, onde j� h� mais de 5.000 mortos e 100.000 contagiados pelo coronav�rus, preocupam especialmente o impacto econ�mico e a incerteza sobre o comportamento da doen�a nos pa�ses do hemisf�rio sul, onde o inverno come�a em junho.