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Estado de Minas

Coronav�rus testa sa�de mental de pessoal da sa�de em Nova York


postado em 22/04/2020 10:19

"Tenho extrema ansiedade", diz Debbie S�nchez, enfermeira que cuida de pacientes com coronav�rus em um hospital do Bronx, um dos distritos de Nova York mais afetados pela pandemia que matou mais de 14.400 pessoas nesta cidade em pouco mais de um m�s.

"Tudo mudou na minha vida, isso � estressante", explica � AFP essa enfermeira de 57 anos, que agora trabalha 12 horas por dia e fins de semana no epicentro da crise nos Estados Unidos, tentando manter vivos os pacientes internados em terapia intensiva no Hospital Montefiore.

Ela n�o v� a neta, ou a m�e, h� mais de um m�s por medo de infect�-las. Tamb�m est� preocupada em errar, pois at� antes da crise trabalhava na sala de emerg�ncia e n�o possui treinamento em terapia intensiva. "Eu tenho problemas para dormir", confessa.

Parte das bilh�es de pessoas isoladas ao redor do mundo sofre de ansiedade e depress�o. Mas para os profissionais da sa�de na linha de frente da batalha contra a COVID-19, que enfrentam a doen�a e a morte todos os dias e correm alto risco de cont�gio, a realidade � incrivelmente dura.

"Estes s�o os momentos que testam nossa resili�ncia", afirma Jonathan Ripp, m�dico que administra o programa de bem-estar interno da Rede Hospitalar Mt. Sinai em Nova York e que deixou de fazer visitas domiciliares a idosos para tratar pacientes com COVID-19 na sala de emerg�ncia.

- Medita��o e tai chi -

Ripp � coautor de um estudo que busca entender as fontes de ansiedade entre o pessoal m�dico durante a pandemia. O trabalho foi publicado este m�s no Jornal da Associa��o M�dica Americana (JAMA).

"Enquanto lidam com as mesmas mudan�as na sociedade e com fatores de estresse emocionais em todo mundo, os profissionais da sa�de correm um risco maior de exposi��o, cargas de trabalho extremas, dilemas morais" e, �s vezes, um ambiente de trabalho desconhecido, aponta o estudo das escolas de medicina de Mt. Sinai e da Universidade de Stanford.

"Teremos equipamento de prote��o suficiente? Como vou trabalhar? Quem cuidar� dos meus filhos? Como ser� trabalhar em outra unidade que eu n�o conhe�o? O que acontecer� se eu estiver com pacientes gravemente enfermos que est�o morrendo?", s�o algumas das preocupa��es, de acordo com Ripp.

O Mt. Sinai tenta responder a todas as perguntas dos profissionais da sa�de, fornece informa��es em um site, criou uma linha direta de sa�de mental 24 horas, possui grupos de apoio virtual e oferece aulas de medita��o, ioga e tai chi.

Profissionais de sa�de mental tamb�m entram em contato proativamente com a equipe na frente de batalha para perguntar como se sentem.

- "Sinais de trauma" -

O pior dia para Heather Isola, uma assistente m�dica de 36 anos que chefia mais de 900 colegas nos oito grandes hospitais da rede Mt Sinai, foi quando um deles foi diagnosticado com COVID-19 e hospitalizado em estado grave.

"Eu estava exausta, e era o pico da doen�a, o pico [da capacidade] no hospital; nesse dia eu desmoronei. Eu tive que pedir ajuda � minha fam�lia e aos meus amigos", lembra.

"A mesma coisa se repete todos os dias, e isso � desgastante (...) Como isso nos afetar�? Ansiedades, estresse p�s-traum�tico. A experi�ncia da morte, de morrer. A maioria dos funcion�rios nunca tinha visto tanta morte", diz Isola.

Pelo menos 26 funcion�rios de hospitais p�blicos de Nova York morreram de COVID-19, conforme dados oficiais divulgados na sexta-feira passada.

"� imposs�vel n�o se ver refletido naquele paciente de 30 ou 40 anos que pode ser a exce��o, que n�o tinha nenhum problema e que acabou conectado a um respirador por raz�es que ainda estamos tentando entender. Ver isso torna muito real e aumenta o medo e a ansiedade", acrescenta Ripp.

Para Dawn Brown, diretora da linha de atendimento da Alian�a Nacional para Doen�as Mentais (NAMI), "esta � uma situa��o realmente tr�gica".

"Estamos come�ando a ver sinais de trauma" nos profissionais de sa�de, "e isso tem consequ�ncias de longo alcance", disse ela � AFP.

S�nchez tenta n�o consultar o Facebook e se desconectou do grupo do WhatsApp que tinha com colegas.

"� muito estresse (...) �s vezes me sinto triste e quero chorar", desabafa, incapaz de conter a emo��o.


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