
Saques a com�rcios da cidade de Cumanacoa, no norte da Venezuela, terminaram em viol�ncia nesta quarta-feira, dia 23.
Segundo o gabinete do autoproclamado presidente Juan Guaid�, ao menos sete pessoas ficaram feridas no tumulto. Uma delas foi baleada, segundo ele.
Segundo o deputado Robert Alcal�, aliado de Guaid�, os saques come�aram depois que comerciantes aumentaram os pre�os durante a manh�. O parlamentar ouviu relatos de que os moradores da cidade passam fome.
O Centro de Comunica��o da Assembleia Nacional - parlamento dominado pela oposi��o e presidido por Guaid� - tamb�m afirmou que a crise se agravou com a pandemia de COVID-19, a doen�a causada pelo novo coronav�rus.
Ainda em mar�o, o regime de Nicol�s Maduro imp�s quarentena para toda a Venezuela para evitar o espalhamento da COVID-19. Levantamento da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, desta quarta-feira mostra 288 casos no pa�s e dez mortes pela doen�a.
Cumanacoa vem passando por manifesta��es contra a falta de alimentos e de combust�veis. O aumento nos pre�os por comerciantes revoltou ainda mais a popula��o da cidade onde vivem mais de 50 mil pessoas.
Em mensagem publicada no Twitter, Guaid� culpou o regime de Nicol�s Maduro pela crise e disse que os chavistas "subestimaram o povo, crendo que a repress�o e o medo podem conter o inevit�vel". "Um governo de emerg�ncia nacional sem os usurpadores � urgente", escreveu Guaid�.

Guaid� vem pedindo um governo de emerg�ncia desde mar�o, quando os Estados Unidos propuseram que ele e Maduro se afastassem do poder e permitissem novas elei��es presidenciais na Venezuela. O chefe do regime chavista, por�m, negou a proposta, que chamou de "aberra��o".
Controle de pre�os
O presidente venezuelano Nicol�s Maduro alertou na quarta-feira que controles r�gidos de pre�os dos bens poderiam retornar, com o surto de coronav�rus e uma aguda falta de gasolina que fez a infla��o acelerar.
O governo chavista relaxou no ano passado a aplica��o de controles de pre�os, vigentes h� quase duas d�cadas, permitindo ao setor privado desempenhar um papel maior na importa��o e venda de mercadorias em face das san��es dos EUA destinadas a derrubar Maduro, acusado de corrup��o e viola��es dos direitos humanos.
Mas nas �ltimas semanas, os pre�os come�aram a subir, em parte devido � escassez de gasolina, resultado de anos de falta de manuten��o e investimento nas refinarias, e mais recentemente devido �s san��es, que complicaram o transporte de produtos.
"Eu dei instru��es precisas para lidar com a especula��o, os setores da economia que n�o desejam cooperar com o pa�s", disse Maduro em um discurso na televis�o estatal. "Todos os mecanismos para regular e monitorar a produ��o, custos e os pre�os est�o ativados".
A Venezuela est� no sexto ano de uma hiperinfla��o, que os economistas atribuem � desenfreada impress�o de dinheiro para cobrir d�ficits fiscais e interven��es estatais pesadas na economia.
Maduro frequentemente culpa as san��es dos EUA e uma suposta sabotagem da oposi��o pelos problemas do pa�s. Os passos de Maduro em dire��o � liberaliza��o da pol�tica econ�mica no ano passado n�o mudaram a economia.
Segundo a Assembleia Nacional, �rg�o legislativo controlado pela oposi��o que teve o mandato anulado por Maduro, a infla��o interanual chega a 3,365%. O governo n�o publica regularmente indicadores econ�micos.
O custo de um quilo de carne em Caracas aumentou 72% nos �ltimos 30 dias, segundo os c�lculos da ag�ncia Reuters. (Com ag�ncias internacionais).