A terceira economia europeia continua em marcha lenta pelo coronav�rus, mas as empresas estrat�gicas italianas retomaram suas atividades nesta segunda-feira (27), com medidas dr�sticas de seguran�a para evitar uma segunda onda epid�mica.
A It�lia enfrenta uma equa��o dif�cil: como conter a pandemia e evitar danos "irrevers�veis" � economia, nas palavras de seu chefe de governo, Giuseppe Conte?
No domingo, ele estabeleceu um cronograma para a retomada da atividade econ�mica do pa�s, o mais atingido da Europa, com mais de 26.000 mortos.
Nesta segunda, empresas "estrat�gicas" puderam reabrir. Em particular, "atividades produtivas e industriais mais orientadas para a exporta��o", como autom�vel e moda, para evitar penaliz�-las ainda mais em rela��o a seus concorrentes estrangeiros.
Assim, em Mirafiori, Turim (norte), uma centena de funcion�rios atravessou o port�o da f�brica da montadora Fiat Chrysler (FCA).
Os engenheiros e l�deres de equipe primeiro, e depois os trabalhadores, passam por um scanner t�rmico, antes de receber o equipamento de prote��o: m�scara, luvas e �culos.
Eles precisam trabalhar em prot�tipos do novo Fiat 500 el�trico, assim como 60 trabalhadores de outro local de Turim.
"Um novo come�o que leva a muitos outros", escreveu o jornal La Stampa, de propriedade da fam�lia Agnelli-Elkann, referindo-se aos muitos subcontratados da ind�stria automotiva.
Na Sevel, joint-venture da Fiat e da fabricante francesa PSA (Peugeot-Citro�n) especializada na produ��o de ve�culos utilit�rios e minivans, 6.000 do total de 6.700 funcion�rios tamb�m est�o retornando �s oficinas para reiniciar a produ��o dos Ducatos, em Atessa (centro), perto da costa do Adri�tico.
A planta de 300.000 m2 foi desinfectada, 130 dispensadores de �lcool em gel est�o � disposi��o, bem como 600 pontos equipados com desinfetante para que os funcion�rios possam limpar seus equipamentos.
"O que demonstramos hoje � o exemplo concreto do nosso compromisso priorit�rio com a prote��o dos nossos funcion�rios (...) fruto de um extenso trabalho com especialistas e virologistas, e conclu�do por um acordo com todas as organiza��es sindicais", afirmou em comunicado � imprensa Pietro Gorlier, um dirigente da FCA.
A ind�stria automotiva, que contribui com 5,6% do PIB italiano, n�o � a �nica a recome�ar.
- Tudo reabrir� em 4 de maio -
Perto de Bolonha (centro), � a f�brica das famosas motocicletas Ducati que retorna gradualmente � normalidade nesta segunda-feira, privilegiando o trabalho remoto para atividades relacionadas a vendas, marketing e finan�as.
Os estaleiros Fincantieri reabriram h� uma semana, com 10% dos funcion�rios a princ�pio. O retorno ao normal com todos os funcion�rios � esperado para entre o final de maio e in�cio de junho.
No sul do pa�s, as grandes empresas tamb�m est�o voltando a funcionar, como a gigante de eletrodom�stico Whirlpool, que reabriu sua f�brica em N�poles para 420 trabalhadores. Ainda mais ao sul, em Reggio di Calabria, � a f�brica da Hitachi Rail, que produz elementos ferrovi�rios para o mundo inteiro, que gradualmente retoma sua produ��o.
O gigante da aeron�utica e defesa Leonardo S.p.A quase n�o cessou suas atividades, mas refor�ou suas equipes nesta segunda-feira em Grottaglie, perto de Taranto (sul), onde produz duas se��es da fuselagem de fibra de carbono do Boeing 787.
E, a partir de 4 de maio, a It�lia reabrir� "todo o setor de fabrica��o e constru��o, bem como o com�rcio atacadista desses setores", disse Conte.
A pandemia e as medidas de confinamento paralisaram a economia italiana. Segundo previs�es do governo, o pa�s deve entrar em recess�o este ano, com uma queda de 8% em seu Produto Interno Bruto (PIB).
Consequ�ncia: em 2020, o d�ficit p�blico subir� para 10,4% do PIB, contra 2,2% esperado antes do in�cio da pandemia, enquanto a d�vida p�blica deve saltar para 155,7% do PIB, ou 20 pontos mais do que o esperado antes desta crise global de sa�de.