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Estado de Minas INTERNACIONAL

Brasil est� voltando ao mapa da fome, diz diretor da ONU


postado em 12/05/2020 07:18

Com a pandemia de coronav�rus e seus efeitos econ�micos, o Brasil caminha para voltar ao Mapa da Fome. � o que afirma o economista Daniel Balaban, chefe do escrit�rio brasileiro do Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em ingl�s), a maior ag�ncia humanit�ria da ONU.

No Brasil, a estimativa � de que cerca de 5,4 milh�es de pessoas - a popula��o da Noruega - passem para a extrema pobreza em raz�o da pandemia. O total chegaria a quase 14,7 milh�es at� o fim de 2020, ou 7% da popula��o, segundo estudos do Banco Mundial.

"O Brasil saiu do Mapa da Fome em 2014, mas est� caminhando a passos largos para voltar", disse ele, em entrevista ao Estad�o. S� entram no mapa pa�ses com mais de 5% da popula��o em pobreza extrema, levando em conta anos anteriores.

Como v� o cen�rio da pandemia hoje no Brasil?

Vemos com muita preocupa��o no Brasil e ao redor do mundo tamb�m. O Programa Mundial de Alimentos � a maior ag�ncia de ajuda humanit�ria das Na��es Unidas e est� na linha de frente do combate � fome. Temos hoje em torno de 821 milh�es em situa��o de inseguran�a alimentar, mas h� 135 milh�es que realmente passam fome. S�o pessoas que est�o n�o s� em situa��o de inseguran�a, mas n�o tem o que comer.

E quais ser�o os impactos dessa pandemia para a fome e a inseguran�a alimentar?

Avaliamos que, nos pr�ximos anos, em torno de 130 milh�es se juntar�o a esses 135 milh�es, formando 265 milh�es. Vai dobrar o n�mero de pessoas com fome cr�nica no mundo. Os pa�ses t�m de se unir rapidamente para tentar evitar que esse n�mero aumente.

Como est� o Brasil nesse contexto?

A situa��o n�o � diferente. O Pa�s est� hoje com um n�mero muito de alto pessoas em extrema pobreza, que ganham menos de US$ 1,90 por dia. S�o 9,3 milh�es, segundo dados de 2018. A estimativa agora � que, por conta dos efeitos econ�micos, mais 5,4 milh�es dever�o entrar na extrema pobreza, segundo o Banco Mundial. O Brasil saiu do Mapa da Fome em 2014. Agora, est� caminhando a passos largos para voltar.

De que forma a atual gest�o da pandemia poderia reduzir esse impacto?

O grande drama que vejo � que n�o h� uma unicidade, um comando que lidere o Brasil como um todo para sair desta pandemia. De uma forma que haja menos mortes e menos infectados. Cada Estado toma suas pr�prias decis�es, os munic�pios tamb�m est�o tomando. O governo federal tem uma linha difusa, n�o sabe se apoia ou n�o a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), se apoia a quarentena ou n�o. Isso fica muito complicado.

Como corrigir isso?

� preciso uma forte lideran�a nacional. Os sinais passados s�o dif�ceis de entender e de acompanhar. Quem est� falando o certo? E, ao mesmo tempo, somos bombardeados no Brasil o tempo inteiro com informa��es falsas. � preciso identificar, multar e prender quem faz isso. O papel do Estado � fazer chegar alimentos e recursos financeiros para que essas fam�lias se mantenham. O Estado tem de ser capaz de ajudar a popula��o em um momento como esse, totalmente emergencial. Requer medidas diferenciadas. As medidas do Congresso e do governo federal, de fornecer aux�lio de R$ 600, n�o resolve, mas ameniza o problema.

Que bons exemplos o senhor v� ocorrendo ao redor do Brasil?

Pernambuco fez uma orienta��o muito forte com rela��o � covid-19. O Maranh�o conseguiu trazer os respiradores. O Cear� � extremamente atingido, mas tem reagido bem. O Rio Grande do Norte tamb�m. Quanto menor o Estado, quanto mais organizado, mais f�cil de fazer com que as orienta��es sejam seguidas. Por isso, acredito que dever�amos ter uma orienta��o centralizada.

Faz falta neste momento um conselho como era o Conselho
Nacional de Seguran�a Alimentar, que foi extinto em 2019?


Foi extremamente importante. Muitas pol�ticas concebidas a partir do in�cio do s�culo 21 foram aperfei�oadas atrav�s desse conselho. O governo n�o � obrigado a seguir, se n�o concordar. O Brasil criou o Consea e hoje v�rios pa�ses do mundo t�m conselhos criados com base nele.


As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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