
"Esperamos t�-la no fim do ano se pudermos, talvez antes", disse o presidente americano, referindo-se � vacina. "Acreditamos que vamos obter resultados muito bons rapidamente", acrescentou diante de jornalistas no Jardim Rosado da Casa Branca.
Logo depois, relativizou seu otimismo. Combater o coronav�rus "n�o � quest�o somente de vacinas", disse.
A Ag�ncia Europeia do Medicamento (EMA) informou na sexta que uma vacina pode estar dispon�vel em um ano, segundo um cen�rio "otimista".
Mais de cem projetos foram lan�ados no mundo e uma dezena de testes cl�nicos est�o em curso, cinco delas na China, para tentar encontrar um rem�dio para a COVID-19.
Mas esta corrida ati�a a rivalidade e as tens�es internacionais.
O presidente franc�s, Emmanuel Macron, expressou seu desejo de que a busca por uma vacina n�o seja submetida �s "leis do mercado". A Uni�o Europeia insistiu para que seja considerada "um bem de utilidade p�blica" e que se assegure um acesso "equitativo e universal" a ela.
Plano de ajuda hist�rico
A COVID-19 contaminou pelo menos 4.503.811 pessoas e matou 305.424 em todo o mundo, segundo contagem feita nesta sexta-feira pela AFP com base em fontes oficiais.
Mais de cinco meses depois do aparecimento da doen�a na China, o planeta est� se acostumando a conviver com o novo coronav�rus, que segundo a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) poderia "n�o desaparecer nunca".
Os esfor�os se intensificam para tentar relan�ar as combalidas economias que entraram em uma fase de recess�o sem precedentes.
A Alemanha, a locomotiva europeia, confirmou nesta sexta queda de 2,2% em sua atividade no primeiro trimestre e prev� que o retrocesso alcance 6,3% no conjunto do ano.
Segundo a Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC), o com�rcio internacional deve sofrer "quedas de dois d�gitos" em volume em quase todas as regi�es do planeta.
Em Washington, a C�mara dos Representantes deve votar nesta sexta-feira um plano de assist�ncia hist�rico de mais de tr�s trilh�es de d�lares para enfrentar os efeitos econ�micos da pandemia.
Mas o texto apresentado pelos democratas j� foi recha�ado por Trump e os republicanos, que s�o maioria no Senado.
Nos Estados Unidos, pa�s mais afetados pela pandemia, com mais de 87.000 mortos, o desemprego alcan�a 15% da popula��o ativa, um recorde.
Embora o desconfinamento tenha come�ado na sexta-feira em parte da Virg�nia e de Maryland, Nova York, a capital econ�mica do pa�s e epicentro nacional da pandemia, com mais de 20.000 mortos, permanecer� em confinamento at�, no m�nimo, 28 de maio.
"Todas as raz�es pelas quais decidimos vir (para Nova York) - restaurantes, concertos, etc - desapareceram", diz Han Robert, t�cnico de inform�tica de 49 anos.
"Um sinal"
Pioneira no desconfinamento, a �ustria deu um passo simb�lico nesta sexta-feira e reabriu restaurantes e caf�s.
"Para n�s, foi dif�cil que tenha ficado fechado todo este tempo. Sentimos saudades", disseram Fanny e Sophie, duas estudantes de 19 anos no Caf� Goldegg de Viena.
Em Sydney e em Berlim, a reabertura de bares e restaurantes era esperada com impaci�ncia.
Outra novidade � a volta do futebol aos est�dios, ainda que sem torcida.
O campeonato alem�o, o primeiro dos torneios suspensos pela pandemia retomados no mundo, deve provar a partir deste s�bado que o esporte profissional consegue conviver com o novo coronav�rus.
Para limitar os riscos de contamina��o, as equipes estar�o submetidas a dr�sticas medidas sanit�rias e tiveram que permanecer em isolamento toda esta semana.
"O mundo inteiro est� nos observando", admitiu o treinador do Bayern de Munique, Hansi Flick, consciente de que uma experi�ncia bem sucedida no seu pa�s seria "um sinal para todas as outras ligas".
A pequena Eslov�nia, primeiro pa�s europeu a declarar o fim da epidemia em seu territ�rio, anunciou que vai reabrir suas fronteiras.
A Irlanda tamb�m anunciou que vai come�ar a suspender o confinamento a partir de segunda-feira, com uma flexibiliza��o progressiva que vai se estender at� agosto, mas impor� 14 dias de quarentena a viajantes estrangeiros.
A Espanha j� come�ou a aplicar a mesma medida e tornou obrigat�rio a medi��o de temperatura e quarentena volunt�ria de 14 dias a quem chega.
A bas�lica de S�o Pedro, em Roma, vai reabrir as portas na segunda ap�s uma desinfec��o completa e aplicando as mesmas regras sanit�rias vigentes na It�lia.
No entanto, as medidas de distanciamento social continuam vigentes no mundo todo.
Na Fran�a, onde foram registrados mais de 27.500 falecidos, os cidad�os v�o desfrutar o primeiro fim de semana de desconfinamento para tomar um ar.
O pa�s permanece regido por muitas restri��es, embora tenha autorizado o acesso �s praias, e o primeiro-ministro, �douard Philippe, convidou a popula��o a come�ar a planejar as f�rias de ver�o.
Por outro lado, a Fran�a anunciou nesta sexta a primeira morte de uma crian�a por uma doen�a similar � de Kawasaki, que se acredita que possa estar vinculada ao novo coronav�rus.
Na It�lia, onde algumas praias v�o reabrir ap�s v�rias semanas, a aus�ncia de atividade tur�stica se faz sentir especialmente em Veneza, onde at� os pombos sumiram da pra�a de San Marco.
"Sem turistas, Veneza � uma cidade morta", disse Majuro Sambo, um gondoleiro de 66 anos.
"Genoc�dio" no Brasil
Na Am�rica Latina, que soma mais de 26.000 mortes e mais de 470.000 casos oficialmente diagnosticados, o Brasil � o pa�s mais afetado, com quase 15.000 mortes.
Uma crise que levou o ministro da Sa�de, Nelson Teich, a pedir exonera��o nesta sexta-feira, alegando "incompatibilidades" com o governo do presidente Jair Bolsonaro, que se op�e �s medidas de confinamento para enfrentar a pandemia do novo coronav�rus, informaram fontes do minist�rio � AFP.
Teich permaneceu menos de um m�s no cargo. Ele substituiu em 17 de abril Luiz Henrique Mandetta, demitido por Bolsonaro, tamb�m por diverg�ncias sobre o enfrentamento ao coronav�rus.
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva afirmou, em entrevista � AFP, que teme que a forte oposi��o do presidente Jair Bolsonaro � aplica��o de medidas de confinamento leve a um "genoc�dio".
Em agosto, o Brasil pode chegar a 90.000 mortes na pandemia, segundo uma proje��o do centro americano que assessora a Organiza��o Pan-americana da Sa�de (OPS), que antecipa que para a ocasi�o M�xico, Peru e Equador v�o beirar os 6.000 falecidos, e a Argentina, ao contr�rio, ter� 680 mortos.
Autoridades mexicanas informaram que o pa�s alcan�ou nesta sexta-feira 4.767 mortos por COVID-10, superando o n�mero de falecidos registrados na China, onde a pandemia surgiu, em dezembro.
Na �frica, as consequ�ncias poderiam ser especialmente devastadoras apesar de, por enquanto, s� terem sido registradas oficialmente 2.500 mortes. Um estudo da OMS publicado nesta sexta-feira projeta, no entanto, at� 190.000 mortes no continente.
Em Bangladesh, por sua vez, o aparecimento de um primeiro caso de COVID-19 em um dos imensos acampamentos de refugiados rohinyas, gera o temor de "um pesadelo", segundo Daniel Suivant, integrante da ONG Refuges International.